Episódio 16

1278 Words
Arte tamborilou os dedos no vidro, ainda olhando para mim atentamente. Os seus olhos me absorveram completamente. — Artur... eu-devo... voltar... eu não posso deixá-lo... Ifeguei, tentando me esconder da invasão invisível do quase tangível tempestuosa energia circulando pelo meu corpo inocente. Os olhos dele ficaram presos ao nível do meu peito seminu: o horror e a escuridão engrossaram-se nas pupilas neg*ras de Arte, examinando constantemente a cavidade molhada. E esse brilho possuía... Causava tremores incontroláveis ​​em meus membros. Com um movimento brusco, me abracei pelos ombros. — Não concordamos assim, Sarah. Eu mantive minha parte no acordo. Mas você não. Disse o homem quase silenciosamente, e a entonação enganosamente gentil de sua voz causou arrepios em minha pele. — O que os seus não-humanos fizeram com ele? Com goles irregulares tentei extinguir a histeria que subia em minha garganta. — O quê você fez com ele?! Ele não tem culpa de nada! Deixe-me ir até ele imediatamente! Artur precisa de ajuda! — Seu namorado vai recuperar o juízo em alguns dias e continuará a registrar histórias com uma máscara de samurai. Apostolov virou agressivamente o volante e dirigiu o carro para frente, voando para fora do estacionamento. Com os dedos dormentes, tentei controlar o cinto de segurança, notando que o Escuro estava ciente do hábito de Artur de postar postagens com máscaras estúpi*das e gravar tik-toks. — O que fizeram com ele?! Na verdade, agora eu só estava preocupada com isso. — Tenho que ter certeza de que Artur está vivo... — Relaxe. Todos os órgãos vitais dele estão intactos. Um sorriso desdenhoso apareceu nos lábios de Arte. — Onde está a graça? Eu sibilei com raiva. — Onde devo rir?! Perguntei com a voz entrecortada, amarrando mais forte a toalha no peito. — A imaginação irá ajudá-la. Respondeu o Escuro com indiferença. Por algum tempo, o SUV, correndo em grande velocidade em uma direção desconhecida, mergulhou em completo silêncio. — Deixe-me ir, p-por favor... Murmurei na esperança efêmera de apelar ao seu bom senso. — Estou tão cansada de tudo isso... — Sarah, bem, as próprias estrelas uniram você e eu? Virando a cabeça, sem diminuir a velocidade, que já estava fora de escala, o olhar de Apostolov deslizou para os meus lábios. — Como posso deixar você ir? Arte caminhou ao longo da minha bochecha com os dedos quentes. Ele dirigia o carro facilmente com uma das mãos, acariciando a minha pele com falanges ásperas. — Você não deveria estragar o seu caminho cármico, Arte. Eu disse lambendo os lábios secos. — Me arrependi de ter procurado você. Isso foi um erro. Por favor, deixe-me ir! Eu prometo, vou sair do país e... Perdi os pensamentos, porque o rosto do homem, que ficava mais sombrio a cada segundo, não me prometia nada de bom. — Para onde você está me levando? Eu engoli em seco, espantada com a percepção repentina. — Eu devia algo ao seu pai, mas não vou ceder aos caprichos de uma adolescente sem cérebro. Vou ter que te ensinar uma lição, Sarah. O seu olhar mortal me puxou até o fundo. Uma lição? Por algum tempo dirigimos acompanhados de sapateado executado por meus dentes. Eu estava tremendo. Pelo frio? Medo? Ou os dois juntos. De repente, Apostolov freou perto de algum prédio discreto. Esta foi a minha primeira vez nesta área de Moscou. — Que tipo de lugar é este? Para onde você me trouce?! Eu começei a tremer ainda mais, aproximando as pernas dos joelhos, sentindo com cada fibra da alma que algo estava errado. Apostolov bateu a porta, saindo do SUV. — Mas... Olhei em estado de choque do meu traje ridículo, sob o qual não havia nada, para um homem polido e em trajes completos, me entregando meus tênis: perdi o momento em que eles foram parar nas mãos dele. — Calce os sapatos e saia! — Você está... você está brincando? Eu abri os braços em estado de choque, agarrando o nó da toalha. — Parece? Nem um único músculo se moveu no rosto concentrado desse idiot*a. — Para onde eu vou assim?! — Calce os sapatos. Disse ele num tom que não admitia objeções. Não tive escolha a não ser calçar os tênis nos pés dormentes e obedecer, seguindo o Escuro. — Hoje é a inauguração oficial do estabelecimento Dymov. Disse Apostolov secamente, pegando-me pelo cotovelo e empurrando-me em direção à entrada. A premonição não decepcionou: ele me trouxe a um bordel. Escuro, ele é escuro. Esse homem é muito pior do que eu pensava dele... Tendo atravessado a soleira da sala enfumaçada e sombria, abracei-me com força com o braço livre sob o peito, segurando a toalha, temendo perder a minha única proteção. Eu não conseguia mais pensar em nada. Emoções devastadoras inundaram a minha consciência, deslocando tudo de bom e brilhante de lá. Tudo o que restou foi pânico, dor e medo, atravessando-me através de mim. E o coração... esqueceu de como bater. Eu m*al conseguia mover as minhas pernas enquanto seguia o homem pelos corredores sinuosos do bordel, que estava lotado. Eu não vi nem ouvi nada. Nada além de medo. Circulou pelas veias, dispersando o sangue frio. Agarrei o pulso de Arte, ao que parece, até à morte, quando de repente nos vimos sozinhos numa pequena sala cheia de um brilho vermelho assustador. — Você me trouxe aqui para me entregar para ele...? Sem dizer uma palavra, Apostolov me conduziu até os vitrais que davam para o palco localizado no primeiro andar. E então eu vi como... vários homens possuíam uma menina ao mesmo tempo. Como animais. Contusões e hematomas floresceram em seu corpo, e esses animais pareciam ficar cada vez mais furiosos. Orgia natural. Porque a vítima estava praticamente desmaiada. — Isso... é terrível... Eu chorei profundamente. Era como se cascalho tivesse sido derramado em meus pulmões e a bile subisse pela minha garganta: era difícil respirar. — Ela se deitou sob eles por sua própria vontade. Eu apenas engoli em seco. — Este é um estabelecimento para pessoas muito ricas. Eles estão prontos para pagar muito dinheiro por esse tipo de pornografia online. E algumas não são avessos a participar. A garota assinou o contrato. Ela não tem queixas. — Mas por que? — O se*xo grupal é mais do que generosamente pago. Algumas dessas apresentações e você poderá comprar um bom carro. Ou alugar uma casa que seja boa para os padrões da capital. Mas nem todos, Sarah, têm o direito de escolher. O Escuro olhou para mim pensativo. — E você... eu-eu... Apontei para baixo com o queixo trêmulo, incapaz de expressar a minha terrível suposição. Arte estendeu a mão, enfiando a ponta do polegar sob o nó da minha toalha. Ele pressionou levemente o decote, deslizando a língua sobre os lábios entreabertos. — V-você quer ficar aqui? Eu não entendi do que ele estava falando... Os olhos negros e brilhantes do homem queimaram as minhas entranhas até virar cinzas. Suas mandíbulas cerradas tremeram e uma expressão ilegível congelou em seu rosto com a barba por fazer. Era como se estivéssemos em uma dimensão paralela. Eles congelaram sem fazer barulho. Os segundos se arrastaram como chiclete... Lentamente. Insuportável. Eu ainda tinha essa imagem doentia diante dos meus olhos. O lado errado da vida, no qual a caseira Sarah teve a infelicidade de acabar. — Que idio*ta você é. Arte agarrou-me com força pela cintura, puxou-me bruscamente para o seu peito arfante, enterrando o nariz na minha têmpora. ‍ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌​​​‌‌​​‌‌​‌​‌​ ​​
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