05 - A morte de Foster

791 Words
Dylan deveria estar feliz, conseguiu manipular a babá por tempo suficiente para conseguir informações importantes e foi convidado para uma festa de casamento que seria o lugar ideal para deter Ethan Foster, mas não conseguiu se alegrar, comprou o terno que usaria no casamento, desejou que Zoey pudesse estar ao seu lado, um passeio no ‘shopping’, escolher um traje, mas sabia que aquela mentira, por mais bonita que tenha sido, acabaria naquela noite. - Posso ajudá-lo? Falou uma das vendedoras da loja de roupas masculinas, detestava gastar dinheiro à-toa, mas colocaria na conta do departamento de investigações, então se permitiu brincar. - Sim, preciso de um traje completo, é o casamento de um amigo muito especial, a minha presença será uma surpresa, quero que seja inesquecível. Escolheu a roupa e saiu da loja com o telefone da vendedora, a mulher entrou no provador poucos minutos depois que Dylan tinha entrado. - Precisa de mais algum tipo de ajuda? Ela falou com um sorriso provocante, mas o agente a achou tão vulgar que nem sequer teve uma ereção. - Não senhora, só de espaço para trocar de roupa, ele lugar é pequeno para duas pessoas. A garota saiu sem graça, mas assim que Dylan retornou, ele se desculpou. A verdade era que nos últimos dias o agente não tirava Zoey da cabeça e nem sexo fácil era o bastante para esquecer a garota de olhos nеgros. - Linda, não faz assim, poderiam nos ver, perderia o seu emprego e eu não a teria como merece. Você é maravilhosa, merece um jantar incrível e depois uma noite perfeita e não sexo rápido em um trocador. Me dá seu telefone e prometo que lembrará de mim por muito e muito tempo. A garota lhe entregou um cartão da loja com o seu número anotado no verso. Dylan jogou fora assim que saiu do ‘shopping’, não tinha interesse, mas também não queria estragar o dia da vendedora. Organizou tudo o que precisava, diversos agentes estavam no local, vistoriaram o perímetro, não podiam errar. Enquanto isso, Zoey escolhia o vestido com a mesma dedicação da noiva, era o segundo encontro com o rapaz que acreditava ser um cozinheiro, mas já se sentia completamente apaixonada. Gostava de saber que ele também pensava nela, enviava mensagens de bom dia, e desenhos de paisagens, Dylan era bonito e os calos nas mãos denunciavam a vida difícil, a menina valorizava isso, alguém que tinha conhecido a miséria assim como ela, saberia valorizar até os menores prazeres da vida. Nisso ela estava certa, o agente veio de baixo de tão baixo que acreditava que todas as mulheres eram iguais a sua mãe ou a esposa. Sentia nojo da vida em que foi criado e não sabia dizer se amava ou odiava Hanna, mas de qualquer forma, conhecia bem as imundices do submundo. Encontrou a babá vestida de uma forma angelical, muito diferente da mulher fatal que se lembrava de ter visto no bar, lembrou da ex-mulher e pensou. “Um anjo caído, capaz de enganar e mentir” A captura foi limpa, sem problemas além da esposa do mafioso que o atacou com uma faca, ganhou quatro pontos na perna, mas o que mais lhe doeu foram as palavras de Zoey quando ela descobriu que foi usada para que o agente chegasse a Sombra. Encontrou Zoey abraçada com Ayla, a noiva, a menina estava se casando com um dos mеmbros da organização, mas não parecia saber onde estava se enfiando, até o momento da prisão ostentava um sorriso tão genuíno que comoveu inclusive o agente. Dylan chamou pela babá. - Zoey, me desculpa, eu precisei. A garota cuspiu no seu rosto antes de responder. - Você precisou? Você é só um bostα que se esconde atrás de um distintivo, porco infeliz! Espero que morra! Foster foi deportado alguns dias depois e encaminhado para o prédio do FBI, precisavam de informações e o homem era difícil de convencer, não falou absolutamente nada por meses, mesmo após ser deixado a baixas temperaturas, com fome e sede, ainda mantinha o ar tranquilo e quase debochado. Dylan queria se afastar do caso, mas foi chamado às pressas em uma noite, o mafioso sofreu um infarto, provavelmente ocasionado pelo frio, mantê-lo vivo era a prioridade, caso Foster morresse naquele prédio teriam problemas, além de todo o tempo perdido com a investigação, sem ele jamais conseguiriam incriminar Ivan Bianchi por agir em seu país. Saiu do bar em que estava sem pedir pela conta, deixou alguns dólares embaixo da garrafa que de whisky que havia pedido e seguiu para o hospital que estavam levando o mafioso, no caminho desejou que Foster morresse, assim, não precisaria ferir ainda mais a menina que ocupava os seus pensamentos.
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