EPISODIO QUATRO

1603 Words
Apertamos as mãos. Então eu uso a saída de incêndio traseira para sair e ir para a rua. Felizmente, o carro de Genady está estacionado do outro lado da rua. Então, não foi destruído na explosão como o meu. Eu observo o local da explosão. M*alditO seja. Eu realmente amava aquele carro. Quando entro no sedã do Genady e vou embora, vejo carros de polícia entrando no local e uma ambulância parando no meio-fio. E, com o canto do olho, vejo os últimos pedaços sangrentos do pobre idi*ota que aparentemente não se saiu tão bem na aula de bombas. Que mer*da de alívio. Um traidor a menos para matar. Não estou nem a um quilômetro de distância quando noto um SUV preto me seguindo. Eu ligo para Genady. — Você já está sentindo a minha falta? Ele brinca assim que atende. Eu esfrego as minhas têmporas. Nunca vai acabar com isso. Ele acha que é um m*aldito comediante. — Vou me livrar do carro. Eu acho que Zotov poderia ter hackeado o rastreador. Alguém está me seguindo. — Existe um rastreador no meu carro? Droga. Ele reclama, aceitando a perda. — Está bem, está bem. É provavelmente o melhor, na verdade. Você não vai muito longe sem ele. — Não estou com pressa. Corrijo friamente. Genady começa com outro discurso sobre como isso é apenas um “redistribuição tática” ou alguma outra frase inventada como essa, mas eu para de prestar atenção no meio da frase. Não tenho paciência para essa mer*da. Vou sair da cidade por alguns dias, vou me reagrupar e voltar para me vingar de todos os que me prejudicaram. Uma ambulância e alguns outros carros da polícia roncam na estrada. Indo para onde eu vim. Aproveito para virar uma rua ao lado e abandonar o carro de Genady na calçada em frente a uma lavanderia. De lá, vou a pé. Eu não tenho muito comigo. Apenas um maço de dinheiro, minha carteira e minha arma. Mas será o suficiente. Quando eu chegar onde dia*bos estou indo, poderei comprar o que preciso. Mas, para sair da cidade, primeiro preciso de um carro. Significa que terei roubar um. Eu ziguezagueio por ruas laterais e becos, tentando fazer um caminho o mais longo possível. Menos óbvio possível através da cidade. Eu ouço o barulho do tráfego da rodovia e sei que estou perto. Se eu tiver que roubar um carro, eu quero que seja o mais próximo possível da rodovia. Será mais fácil sair daqui. Passo por uma linha de prédios industriais, uma loja de produtos para adultos e uma loja de madeira Eu paro no cruzamento da rua lado. Ao longe, ainda ouço as sirenes indo em direção à explosão, mas o tráfego está fluindo bem novamente. Bom. Agora, só preciso encontrar uma carona. Dois quarteirões adiante está um carro estacionado no meio-fio, com o alerta aceso. Imagino um raio de luz celestial vindo co céu, iluminando o carro como o presente que é. Não é que eu acredite em destino ou algo do tipo. Os seus, eles nunca me mandaram nada. Nada além de dor. Eu tiro a arma do meu quadril e caminho rapidamente pelo caminho. Eu nunca mais roubei um carro desde a adolescência, mas não é exatamente uma habilidade que se deve aprimorar. Você aponta a arma para o rosto do civil e você diz que quer o carro. É simples. O carro teria sido um belo achado dez anos atrás. Agora, porém, o para-choque traseiro está enferrujado, o pneu traseiro está desgastado. O que o torna uma escolha estranhamente perfeita. Ninguém que me conhece poderia pensar, que algum dia eu estaria num carro como esse. Pelo para-brisa traseiro, não vejo ninguém lá dentro, mas obviamente o carro está funcionando. Eu me agacho e me aproximo do lado do motorista. É quando ouço um gemido. É mais um grito, na verdade. O suspiro de alguém com óbvia dor. Eu conheço o som muito bem da minha linha de trabalho. Geralmente significa que alguém está sendo interrogado e perdendo os dedos para uma tesoura de jardim manchada de sangue. Mas, tenho certeza de que não é o caso aqui. Eu olho em volta, confuso, e continuo seguindo em frente. Até que ouço novamente. Desta vez, percebo que está vindo de dentro do carro. Eu posso sentir o grito, que está sendo sufocado pelas janelas fechadas. Eu olho para dentro. Quando vejo o que é, fico sem palavras. Eu não ficava tão surpreso desde que era criança. No meu negócio, a hesitação é igual à morte. Mas não posso evitar. Não posso evitar olhar boquiaberto com a última coisa que eu esperava ver neste calhambeque surrado de me*rda. Uma mulher está deitada no banco de trás do carro, com a cabeça encostada na janela e os pés pressionados contra a porta oposta. O seu cabelo é uma cortina desalinhada colada no seu rosto suado, então não posso ver bem o rosto dela. A suas pernas estão abertas e ela está nua da cintura para baixo. Estou tão perdido olhando para a visão inesperadamente chocante que tenho na minha frente que demoro um segundo para perceber que ela está gritando de novo e acenando com a mão para mim, gesticulando para eu abrir a porta. — Graças a Deus! Ela geme quando abro a porta em transe. — Tentei chamar a atenção de alguém, mas ninguém... Enfim, não importa. Preciso de ajuda. — O que você precisa? Ele aponta entre as pernas como se eu fosse um estú*pido. Só aí, eu finalmente entendo o que realmente está acontecendo. — Pelo amor de Deus! Eu grunhi surpreso. — Você vai ter um bebê? Como para enfatizar o quão idio*ta eu sou, ela arqueia as costas e grita o que agora percebo é outra contração. Já vi muita me*rda na minha vida que a maioria das pessoas nunca verá. Muita morte, violência e brutalidade. Mas isso é algo completamente diferente. Assim que ela pode falar novamente, ela sem fôlego me diz para ligar para o 911. Instintivamente, quase o faço. Então, eu percebo um pequeno erro nessa opção: a polícia vai chegar. Não sei em quem posso confiar. Mas sei que com certeza, não é em policiais. Eu não sei quem está na folha de pagamento Zotov. — Vou levá-lo para o hospital. Ofereço em vez disso. — Você dará luz ao seu bebê e eu fico com o carro. É uma vitória para todos. — Não! Ela grita, rangendo os dentes quando outra contração a atinge. — O bebê está chegando. Agora. Não temos tempo de ir para um hospital. — Ligue para alguém! O seu grito é assustador. Eu sei o que fazer: deixá-la, e procurar outro carro, torcer para que algum outro bom Samaritano venha e ajude esta pobre mulher a fazer o que dia*bos ela tem que fazer. A minha vida está ameaçada. Muitos homens violentos estão tentando me matar Mas há uma pequena voz na minha cabeça que me enraíza no lugar. A mesma voz que me disse para rejeitar a oferta dos albaneses por uma parceria igualitária no seu negócio de comércio de escravas sexuais. Chame isso de consciência, um anjo no meu ombro ou apenas uma m*aldita alucinação. Seja o que for, não posso ignorá-lo. E agora, ele está me dizendo para ficar e ajudar. — Não posso. Eu não tenho telefone. Eu minto, guardando a minha arma de volta antes de abrir a porta e me ajoelhar diante dela. — Teremos que fazer isso aqui mesmo. Eu faço o meu melhor para manter o meu rosto neutro. Não há necessidade tornar a situação pior do que já é, deixando ela saber que eu não tenho a por*ra de ideia do que estou fazendo. — Vamos lá. Digo com toda a confiança que posso. — Eu só tenho que esperar por uma contração. — Bom. Faça isso. Digo a ela. — Faça força quando a contração vier, e eu vou pegar o bebê. Outra contração vem. Ela começa a fazer força. Fazemos isso várias vezes. Vem uma contração, ela faz força, uma pequena pausa. Em seguida outra. Na próxima contração, ele empurra com tanta força que os seus olhos ficam esbugalhados. Mas, ainda não é o suficiente. Eu não tenho certeza de que ela pode lidar com isso mais tempo. Estamos chegando ao ponto do “agora ou nunca”. — Mais uma vez. Eu digo com uma voz áspera. O mundo inteiro foi reduzido a isso. Seu gemido aumenta. Ele se transforma num grito agonizante. Ela se contorce. Fico tenso. Gritos... E então o bebê surge nas minhas mãos. A mulher imediatamente afunda em puro alívio. — Graças a Deus. Ela murmura. — Graças a Deus, droga... Mas ainda não acabou. Porque o corpo do recém-nascido está parado e imóvel. Os olhos fechados. Mãos preguiçosas. Peito imóvel. — Ele está bem? Ela sussurra quando eu não digo nada. Ela não olha para mim. A sua cabeça ainda está para trás no banco do carro, de frente para o teto. Ela foi ao infer*no e voltou. Eu olho para o bebê e engulo as palavras na ponta da minha língua. Ele não está. — Ele está bem? Ela pergunta novamente quando eu ainda não respondo. A sua voz é mais frenética do que um segundo atrás. — O que está acontecendo? O bebê está ameaçadoramente silencioso. Eu o viro de bruços e dou um tapinha nas suas costas. Estou inventando essa mer*da enquanto prossigo e espero não matar uma mulher inocente e o seu filho. Tapa. Nada. Eu tento de novo. Outro tapa.
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