O começo

1171 Words
Karina Simpson Eu estava em um barzinho no centro de São Paulo, tinha acabado de sair da faculdade. Eu estudava medicina na Unesp, estudei muito para conseguir a vaga, sou filha de mãe solteira já que meu pai faleceu quando eu ainda era uma criança, minha mãe é uma confeiteira e deu duro na vida para conseguir me criar. -Amiga, tem um cara olhando pra você... e é um gato. –Minha colega de hospital, Rita, me cutucou e apontou para a pessoa. Era um homem alto, cabelos loiros, olhos verdes, eu nunca parei para considerar se eu sou bonita ou feia, mas olhar para aquele homem me deixou acuada, me senti totalmente inapropriada para ele. -E ele está vindo aqui. –Minha amiga sorriu e voltou a beber seu copo de caipirinha. O cara se aproximou devagar, seus olhos eram de um tom tão hipnotizante que eu precisei me manter concentrada em outras partes. Quando ele parou na minha frente, criei coragem e levantei o olhar novamente. -Oi –Ele disse em inglês, eu franzi a testa e me senti uma burra por não entender o i****a, só entendi que ele me cumprimentou, mas se ele falar mais alguma frase eu não vou entender nada. Ele sorriu, mostrando os dentes perfeitamente alinhados e brancos e voltou a falar, em português, para minha total surpresa. –Olá, posso falar em português se você preferir. Eu criei coragem e dei um sorriso tímido. -Olá... Meu Deus, esse cara parece de outro mundo. Ele deu uma risada forte e rouca que molhou minha calcinha naquele momento. -Espero que seja uma coisa boa. –Ele disse. -O quê? –Perguntei atordoada. -Você disse que eu pareço de outro mundo, espero que isso seja bom. –Ele deu uma piscadinha e eu tive que me segurar no banquinho para não fugir dali. –Você está acompanhada? Minhas bochechas coraram no momento em que a pergunta foi feita, eu nunca fui de relacionamentos longos porque estava muito ocupada com a faculdade, desde que entrei, tive apenas alguns casos rápidos e nada muito sério. -Não, ela não está –Minha amiga respondeu por mim, ele sorriu para ela e a safada saiu do meu lado e foi embora para outro lugar, me deixando sozinha com o estranho. -Então... – ele esperou pela minha resposta. -Não, não estou acompanhada. –Eu respondi. -Você gostaria de sair e caminhar um pouco? –Ele perguntou. –Podemos andar pela orla da praia, sem compromisso. –Ele levantou as duas mãos e me fez rir. -E se você me sequestrar? –eu perguntei em tom de brincadeira, o rapaz me olhou de forma intensa e passou a língua pelos lábios. -Isso não vai acontecer. Se eu te fizer gostar de mim, você vai por livre e espontânea vontade. –ele respondeu com a voz rouca. Eu estava tão hipnotizada que estendi a mão para ele me tirar do banquinho, ele segurou e nós saímos dali, caminhando de mãos dadas em direção a orla da praia. -Você não me disse o seu nome. –eu falei, olhando para ele. -Meu nome é Adam. E o seu? – ele desceu o olhar pra mim e levantou a sobrancelha. -Karina... Ele sorriu e nós continuamos o trajeto em silêncio, quando chegamos, fomos até a beira do mar e ficamos caminhando sem destino, o silêncio reinando até que eu perguntei. -Você vive aqui ou veio a passeio? Adam fez contato visual comigo novamente e balançou a cabeça afirmando. -Sim, eu vim apenas a passeio, na verdade eu vim a trabalho com meu chefe, mas hoje a noite eu estou aproveitando. –Ele respondeu sorrindo e desceu um pouco para olhar para minha boca. -Você trabalha com o quê? –Eu perguntei. -Eu sou o faz tudo do meu chefe, coisas aqui e ali, dirijo, cobro umas dívidas, ele é um homem muito rico. –Ele respondeu dando de ombros. Eu apenas acenei concordando e nós andamos por mais um tempo até chegarmos em uma pedra grande, Adam nos levou até lá atrás, escondido da orla. -E você, linda Karina? –Ele me colocou sentada em cima da parte mais baixa da perda e ficou de frente para mim, sem realmente entrar em minhas pernas. -Eu sou estudante de medicina... –eu sussurrei. Ele sorriu e acenou. -Quero conhecer mais de você, linda Karina. Mas no momento, eu quero apenas te beijar... –ele disse e deu um passo a frente, colocou as mãos em meus joelhos e levantou a sobrancelha, eu acenei e ele abiu minhas pernas e se encaixou ali. –agora... –eu acenei novamente então ele veio. Foi um beijo bem diferente, forte e quente, mas ao mesmo tempo ele foi calmo, segurou em minha nuca e aprofundou o beijo, mordendo meu lábio inferior e tirando alguns gemidos baixinhos. -Você é linda e seu gosto é doce... –ele sussurrou em meu ouvido. Levou as mãos ao meu rosto e segurou antes de me beijar novamente. –acho que vou ficar viciado em você. Eu só consegui sorrir, nós passamos muito tempo apenas nos beijos, Adam pareceu muito respeitoso, sua mão subia no máximo em minha cintura e ele dava apertos e me puxava para mais perto dele. -Adam...-eu sussurrei depois que nos separamos para respirar, ele tinha um fogo nos olhos, mas ainda assim estava se segurando. -Quando vou poder ver você de novo, linda Karina? –Ele perguntou em meu ouvido. -Você vai embora que dia? –Eu perguntei. -Antes do final da semana...- ele respondeu e voltou a me beijar. – quero te levar para o hotel onde eu estou... – ele sussurrou. Eu pensei em dizer não, pensei várias vezes em dizer não porque eu não conheço, mas meu corpo está completamente rendido a ele. Eu apenas acenei para ele, Adam me tirou da pedra e fomos caminhando em silêncio de volta para o barzinho. O carro dele estava estacionado e ele foi um cavalheiro, abriu a porta para mim, não tentou nada ainda dentro do carro, me levou para o hotel em silêncio. Mas quando chegamos no quarto, Adam avançou sobre mim e me pegou no colo, beijando meus lábios, meu rosto e meu pescoço, me colocou contra a parede e perguntou: -Vai deixar, linda Karina? – -Sim... – eu disse apenas isso. Adam me colocou na cama gentilmente e depois tudo foi uma sucessão de gemidos e gritos que ele arrancou de mim, confesso que nunca fiz daquela forma tão intensa, Adam praticamente adorou meu corpo, dando toda atenção nos lugares certos. Acho que me apaixonei por ele naquele momento, nós passamos a noite inteira acordados, completamente ofegantes na maior parte do tempo, eu era uma garota de vinte anos experimentando coisas novas. No outro dia, repetimos o mesmo processo e no sábado também. A noite, Adam me fez uma proposta que mudaria a minha vida, o ápice da juventude me fez tomar a decisão errada, mas que lá no futuro acabaria sendo a decisão certa.
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