¿Qué está passando conmigo?

1952 Words
Alana      Cada beijo de Raúl em meu pescoço, me deixa torpe, não sei explicar o que acontece comigo. Deixo-me levar pela firmeza de suas mãos em minha cintura, seu perfume cítrico invadindo meu nariz, minha pele queimando a cada contato de seus lábios. Estou entregue às sensações, meus olhos fechados, não enxergo nada, só sinto, e quando sinto a dureza de seu m****o encostar-se a mim, percebo que aquilo está passando dos limites, e o afasto. Olho para Raúl assustada, percebo que eu estava certa com a minha suspeita, ele tem algum interesse em mim. Ele me olha arrependido, se aproxima novamente, mas o afasto mais uma vez. — Raúl... não! Acho melhor você ir embora.. — Lana, eu posso te explicar! Desculpa, eu não.... — Eu já falei, acho melhor você ir embora! — Disse um pouco ríspida. Ele não fala mais nada, abaixa a cabeça, parece desapontado, e sai feito um foguete. Fico ali sem entender o que está acontecendo, ou melhor, o que aconteceu, eu não entendo porque meu corpo reagiu daquela forma aos beijos e toques  dele. Por quê? Será que eu o beijaria se ele continuasse? Por outro lado, talvez o interesse de Raúl possa me trazer benefícios, afinal, preciso fazer algo, Dani tem que notar que não sou sua irmã. Eu preciso falar com alguém, pego meu telefone e ligo para meus amigos, o telefone de Babi não atende, o de Edu chama, e nada. Estou impaciente, ando de um lado para o outro no quarto, minha mente está inquieta, não consigo parar de pensar no Raúl e nas sensações que ele me causou, e nas possibilidades de dessa aproximação. Até que meu telefone toca, vou desesperadamente em direção à cama, olho em seu visor, e o nome de Edu aparece, um alívio toma conta de mim, agora poderei desabafar com alguém sobre o que aconteceu. — Oi, Lana! Aconteceu alguma coisa? Você ainda não saiu com o "molha calcinha"? — Eu não vou mais sair. — O que aconteceu? — Ele me pergunta, e em seguida eu lhe conto tudo o que aconteceu, Edu ouviu tudo atentamente, depois me perguntou. — E por que você não saiu com ele? — Você é louco? Ele me agarrou... — Espera um momento, ele não te agarrou, ele te acariciou e você permitiu... — Edu! — Edu, nada! Essa é que é a verdade, e você sabe o que eu penso sobre essa história enfadonha, de você gostar de um cara que te olha como irmã! — Você não vai me dar lição de moral sobre o Dani, e só te liguei para desabafar, porque fiquei confusa! — Com o que aconteceu com você, por ter reagido daquela forma, em relação ao Raúl? Porque você gosta do Dani, e blá, blá... Escuta uma coisa, você não ficou indiferente ao Raúl, porque ele é um gato, é maravilhoso, te trata super bem e pelo visto se interessa por você, sim! Entendeu?           Raúl      Não consigo tirar da minha memória aquela cena. Alana gemendo meu nome e aceitando as minhas carícias. Quando saí de sua casa, segui em direção à minha casa, mas no meio do caminho recebi uma ligação de Tomás, que me convenceu a sair, para relaxar um pouco. Fui ao seu encontro, num dos muitos bares de Madrid, mas especificamente na região da Plaza Mayor, um pub Irlandês, em uma rua bem estreita que não tem espaço para estacionar, mas gosto deste lugar, servem uma boa cerveja, sua fachada é bem aconchegante, em tons de preto com cinza, tinha um letreiro enorme estampando seu nome Irwin. Entro no pub, olho ao meu redor, procuro por meu amigo, que faz sinal para que me aproxime dele, que está no balcão. Caminho entre as mesas, pessoas passam por mim, me sinto um pouco desapontado por nenhuma delas me reconhecer, não sei se era o fato de ser recente a minha contratação e estreia no time, mas o que sei é que, quando ando com Dani, as pessoas sempre o reconhecem, e dizem "você não é o atacante do Sport Club de Madrid?” ou "Posso tirar uma foto com você, Dani?". Isso ainda não acontece comigo, e de alguma forma, gostaria de ser mais conhecido. — E aí cara? Não saiu com Alana, por quê? — sou tirado de meus pensamentos quando me aproximo de Tomás. — Aconteceu algo que ela não gostou... — O quê? — Eu tomei a liberdade de acariciar seu pescoço, ou melhor, beijar seu pescoço, e acho que me empolguei demais, ela sentiu algo... — Não, você não fez isso? Você ficou duro só com uns beijinhos no pescoço dela, cara? — Não foram apenas uns beijinhos no pescoço, o clima realmente esquentou, ela até gemeu o meu nome! — O quê? Então o clima estava bom, mas as bolas bateram na trave? — p***a, Tomás! Que brincadeira sem graça... — ele falou isso, e eu acabei sorrindo, e mudando de assunto. — Cara, eu tô impressionado, ninguém aqui me reconhece, será que não torcem pro Real? — Relaxa, cara! Logo, logo, as pessoas vão te conhecer, você está ganhando seu espaço no time, mais visibilidade e... — Olha pra você, com certeza já te pediram autógrafo, ou pediram para tirar com foto com você! Comigo não, parece que as pessoas nem me notam, passei anos jogando no Fútbol Club de Spaña, cheguei ao Real Desportivo de Madrid e.... — Calma Raúl! Acho que você está um pouco estressado, seu dia hoje não foi fácil, teve o treino pesado, a discussão com Pedro e ainda foi colocado pra escanteio pela Alana! Bebe um chopp pra relaxar. Tomás tem razão, o meu dia não foi nada fácil. Estou frustrado, acreditei que terminaria a noite aos beijos com Alana, mas estou aqui no balcão de um pub, tomando chopp para esquecer minha decepção.         Alana       Depois da conversa que tive com Edu sobre o Raúl, e também sobre Dani, as palavras de meu amigo ecoam na minha mente. A vida às vezes é um pouco injusta, tem um cara incrível interessado por mim, e o que faz meu coração bater mais rápido, olha para mim como uma irmã. Seria certo usar o interesse de Raúl a meu favor? Provavelmente não, mas o que faço? Não posso continuar assim, preciso fazer alguma coisa... Mas uma noite se passa enquanto queimo meus neurônios pensando no que fazer, e algumas questões ficam se repetindo na minha cabeça, até que ponto ele está interessado? Por que o deixei beijar o meu pescoço? Eu poderia afastá-lo, mas permiti, e isso está me deixando inquieta, afinal, gosto do Dani, era ele que deveria estar naquele momento beijando meu pescoço, segurando firme a minha cintura, me fazendo estremecer, mas novamente, eu me pergunto, por quê?  Por que o Raúl me sentir tudo isso? Estou tão pensativa, que nem percebo alguém bater na porta, na verdade, quer derrubar a porta. — Quem é? — Somos nós, seus amigos maravilhosos, lindos, quer dizer, "eu sou lindo", a Babi é quase bonitinha... Eu sorrio, ouço a voz da Babi chamando o Edu de babaca, levanto, abro a porta para que eles invadam meu quarto, pois os dois imediatamente se jogam em minha cama. — O que fazem aqui tão cedo?  — Cedo, aonde? Já são onze horas da manhã, logo é a hora do almoço, e a senhora ainda está na cama? Já sei está cansada, porque passou a noite com o Raúl, sua safadinha! — Deixa de brincadeira sem graça, Edu! Não se pode dormir até tarde? — Claro que pode! Brincadeiras à parte, nós viemos te chamar para passar o resto do dia passeando. Que tal, vamos? — pergunta Babi muito empolgada. — Gente, eu não estou no clima para sair, eu quero ficar em casa, ainda estou um pouco cansada por conta da viagem... — Deixa de contar história sem sentindo, você ainda está assim pelo que aconteceu ontem, está se sentindo culpada por permitir que o Deus grego, ou melhor, "Espanhol", Raúl, te fez estremecer... — Amiga... Relaxa! O Raúl é lindo, acho que ninguém fica indiferente a ele... — Eu sei, mas eu gosto do... — não consigo completar a frase, sou interrompida pelo Edu que se mostra indignado. — Alana, chega dessa história! — Mas,... — Não tem, mas! Você não gosta do Dani, isso é tudo invenção da sua cabeça. Você se acostumou com isso, e confunde as coisas. Desde quando você teve algum pensamento, ou sonho erótico com o Dani? — Eu acho que... Eu não sei, eu.... — Tá vendo, você nem sabe! Eu acredito que você nunca se masturbou pensando nele, acho também que nunca pensou nele dessa forma... — Edu... Eu acho que você está exagerando, a Lana gosta do Dani e... — Ah, você também Babi? Para de alimentar essa ideia errada que a Lana tem sobre o que realmente é gostar de alguém! Estou começando a me irritar com o Edu, embora, em parte ele tenha razão, eu nunca pensei no Dani de uma forma erótica, ou se quer tenha me tocado intimamente, pensando nele. — Então, na sua incrível opinião, eu nunca gostei do Dani de verdade? O realmente sinto por ele? — Lana, você projetou, idealizou algo, talvez você tenha transferido alguma carência afetiva, no caso, a falta que você sentia de seu pai para o Dani, e confundiu tudo isso! — Eu não concordo! Eu gosto dele... — Mas, não sente desejo por ele! — Sinto sim! — É... Então vamos comparar! Lembra-se daquele dia no seu antigo quarto, o Dani deu um beijo mais demorado na sua bochecha e acariciou seu cabelo, você acreditou que ele fosse te beijar, lembra? — Lembro, e daí? — Agora, compara com o que aconteceu ontem, e me diz qual foi o momento que te deixou com t***o, a ponto de você ficar com medo das reações do seu corpo? Essa é uma comparação difícil, foram momentos completamente diferentes da minha vida. Aquele momento com o Dani foi maravilhoso, mas o Raúl me deixou confusa, eu não devia me sentir assim, eu não quero admitir isso para os meus amigos, mas eu não sei o que fazer quando encontrá-lo novamente. Eu não sei o que está acontecendo comigo!  — São momentos e sensações diferentes, mas andei pensando em algo que parece meio sem sentido, e quero a opinião de vocês! — Fala! — Edu me olha interessado. — Como cheguei à conclusão de que o Raúl sente algo por mim, e se eu usasse isso ao meu favor? — Como assim, Lana? — pergunta Babi. — Se eu investisse em algo com o Raúl, para causar ciúmes no Dani? — O QUÊ? — ambos gritam em uníssono, e Edu continua. — Você não tá louca de fazer isso, ou tá? — Não é que, eu preciso fazer alguma coisa... — Tudo bem, mas você não tem o direito de incluir uma pessoa que não tem nada a ver com isso, até porque você acha que gosta do Dani, e o Raúl gosta de você, e se isso acontecer, e no fim ele descobrir a verdade, não será nada bom! — Edu afirma. — Brincar com os sentimentos dos outros não é nada legal, Lana! Esquece essa história, o Dani ta apaixonado e namorando, e você só vai causar sofrimento e problemas para todos se levar isso a adiante... — Babi me aconselha. — Gente, eu não posso continuar assim, voltei para Madrid com o intuito de conquistar o Dani, e... — Mas será que vale a pena arriscar o sentimento de irmandade que ele tem por você, e usar o Raúl para isso?                                  
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