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Grávida do Rei da Favela

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Blurb

Ela só queria passar despercebida nas vielas da comunidade.

Ele é o dono de cada beco, cada olhar e cada vida que respira ali.

Quando o destino a colocou diante do Rei da favela, ela jurou que manteria distância. Mas um único erro, uma única noite, foi suficiente para prendê-la a ele de forma irrevogável.

Agora, carregando em silêncio o fruto desse encontro proibido, ela precisa escolher entre fugir para salvar a si mesma ou enfrentar a fúria de um homem que não aceita ser desafiado.

No morro, amor e poder caminham lado a lado com sangue e medo. E quando um rei descobre que vai ser pai, a favela inteira se curva diante da sua decisão.

Porque dele não se foge.

Dele só se pertence.

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Capítulo 01 – As Regras do Morro
Kadu Acordo antes do sol. O morro respira pesado nessa hora, como bicho que reconhece o dono. O vento sobe das vielas com cheiro de pão, óleo queimado e poeira fina. Eu visto a camisa preta, o colete por baixo, e prendo o rádio no ombro. Não preciso de coroa; meu território me apresenta. — Zero-1 na ativa — digo no rádio. — Relato. As vozes respondem, cada base com seu apelido: Laje do Mercado, Escadão, Ponto da Antena. O Complexo do Alemão acorda junto com os meus homens. Controle é rotina, e rotina é o que mantém uma guerra do lado de fora da porta. A primeira volta é a pé. Quem manda só de carro blindado não sabe onde pisa. Desço o Beco do Arame e conto as portas abertas, os olhares que desviam, as crianças de uniforme, mochilas maiores que as costas. Quando passo, ninguém grita, ninguém corre. Só respeita. Aprenderam. Minhas regras não ficam no papel. Mostro com gesto, com presença. Quatro blocos do Escadão tem escola, então ninguém vende perto, nem acende baseado. Música alta depois das dez? Só com autorização. Arma apontada para morador? Banimento imediato. Criança é sagrada. Idoso também. O resto… o resto negocia com o meu silêncio. — Patrão — Tigrão se adianta, encostando no corrimão. — Teu pedido de ontem tá feito. A câmera na curva do Bar do Dico tá pegando placa e rosto. — Boa. Ninguém volta pela mesma rua depois do golpe. Troca as rotas a cada dois dias. Ele balança a cabeça. Sabe que comigo não tem improviso sem cálculo. Quem improvisa morre. No portão de ferro da Dona Celina, ela me chama com a voz de quem não teme. — Bom dia, Kadu. O baile estourou até duas da manhã. Menino pequeno não dorme com grave batendo. — Já falei com o DJ. Amanhã, uma hora da manhã desliga. Se não desligar, eu desligo na tomada… e no bolso. Ela sorri de canto. Não gosta de mim, mas entende o jogo: paz custa menos do que caos. Sigo. O rádio chia. — Zero-1, atividade estranha na Curva da Antena — avisa Buda. — Moto sem placa, dois cap, capacete espelhado. Sem parada no bar, só olhando. — Não provoca — respondo. — Observa. Manda Pequeno e Nena contornarem pelos fundos. Sem histeria. Pequeno. Só o apelido já me dá trabalho. O garoto tem pressa de virar alguém. Pressa mata. Caminho até o Ponto da Antena e encontro a biqueira num compasso ansioso. Nena enrola plástico com precisão de costureira. Pequeno está com a mão tremida. — Cadê o horário? — pergunto, olhando o relógio. — Escola ainda tá cheia. Vende depois da entrada. — É só uma fita, chefe. Cliente antigo. Eu me aproximo o suficiente para ele sentir que o ar pesa. — Regra três — falo baixo. — Escola é linha invisível. Quem pisa, corta o pé. — Foi m*l — ele murmura, cabeça baixa. — Foi sorte de hoje eu passar aqui. A partir de agora, sem cano, sem ponta, sem dinheiro nas mãos. Vai fazer vigia por uma semana. Posição alta, silêncio. Aprende a esperar. Ele engole seco. A punição dói porque não é espetáculo. É ensino. Viro para Nena. — Você assume. Anota tudo, separa o que é nosso e o que é do morador. Transparência evita fofoca. O rádio chia de novo, mais urgente. — Zero-1, moto desceu — Buda. — Sentido escadaria, vai tentar sair pela Rua de Baixo. — Fecha a Rua de Baixo com barreira humana. Ninguém puxa arma até eu autorizar — respondo. Desço rápido. Meus passos sabem a altura de cada degrau. Quando a moto surge, o piloto desacelera ao ver gente demais. Não tem grito. Não tem correria. Só olhos. Eu levanto a mão. — Capacete. Os dois me encaram pelo espelho cromado. Mão direita do carona dobra no bolso do moletom. O primeiro erro sempre começa no dedo. Eu dou um passo à frente, sem levantar a voz. — Capacete. Agora. O piloto obedece primeiro. Jovem, barba rala, olhos que tentam parecer corajosos. O carona hesita, mede distância, calcula reação. Não vai dar tempo. Eu já vi esse movimento tantas vezes que meu corpo responde sozinho. Dou meio passo, viro o pulso do rádio e, como se fosse gesto casual, toco o peito dele com a base da mão. O golpe não derruba, mas revoga a coragem. O capacete cai, ele xinga. — Tranquilo, irmão… — tenta. Tigrão encosta, pega o moletom dele com dois dedos, revira o bolso e tira uma pistola fria, fita prata colada no cabo. — Então — digo, olhando os dois. — Passeio turístico? — Só veio ver a vista — o piloto responde, a voz falhando. — Vista de quem vende sem falar comigo? Silêncio. Atrás de mim, morador prende a respiração. Não faço discurso, nem cena. A arma vai para a minha mão, e a minha mão vai para a cintura do Tigrão. Sem ameaças. Sem gritos. — Buda, leva os dois pra contenção. Identifica, confere origem. Se for morador, conversa primeiro. Se for de fora, manda recado de volta com o preço do atrevimento. — Positivo. — E limpa esse óleo do chão — aponto a mancha brilhante que a moto deixou. — Criança escorrega. A vida continua. Porque eu mandei. Porque o morro entendeu. É isso que é poder: quando o mundo te obedece sem que você precise quebrá-lo todo dia. No caminho de volta, cruzo com a fila do posto de saúde. Mães com cartão na mão, gestos cansados. Uma menina passa apressada, camiseta de faculdade, apostilas no braço. O rosto é firme, o passo é cheio de mundo. Olha para mim por um segundo, não abaixa a cabeça. O segundo é o suficiente para o morro inteiro parecer um pouco mais alto de escalar. Não conheço o nome. Ainda. — Kadu — Tigrão puxa meu pensamento de volta. — O Pastor tá pedindo o kit básico pro culto de sábado. Som, duas mesas, água. — Entrega — respondo. — Diz que o horário é até dez. Depois disso, som desliga. Todo mundo dorme. — E os caras da moto? — Vão sair com recado. Quero mapa da rota que usaram. Se passou por buraco, a gente tampa. Se alguém abriu a porta, a gente fecha. Ele anota de cabeça. Eu observo o céu ficando claro. O morro gosta de nascimentos e odeia surpresas. Minha função é cortar as surpresas pela metade antes que elas virem problema inteiro. Chegando no Mercado, o padeiro me oferece um pão quente. Eu pago. Não é favor, é regra: quem trabalha no suor não deve nada para mim. O rádio descansa por um minuto, como se também respirasse. — Chefe, notícia de baixo — Nena, sempre precisa. — Falaram que o “partido” do outro lado quer forçar rota pela Rua Velha. — Rua Velha é cemitério de maluco — digo. — Se entra, não volta. Manda recado: quem vier, volta como história r**m contada no bar. Sem tiro antes do primeiro erro. — Fechou. Eu subo de novo, varrendo com os olhos a laje, as antenas, os telhados. Não governo com medo, governo com certeza. Frieza não é ausência de sentimento; é escolher quando sentir. Aqui, cada emoção m*l colocada custa um corpo. Prefiro cálculo. — Zero-1 — chamo no rádio pela última vez. — Hoje é dia de regra. Quem esquecer aprende. Quem lembrar vive. As respostas estalam como metal. O morro me devolve minha própria voz. É assim todos os dias, até o dia em que não for. E quando esse dia chegar, eu já terei previsto uma saída, uma troca, um corte preciso. A menina da camiseta de faculdade reaparece, agora do outro lado da rua, falando no celular, a mão protegendo o sol do olho. Não para mim. Para a vida dela. Eu não deveria reparar. Reparo. Depois cobro de mim mesmo o vacilo. A coroa pesa mesmo sem estar na cabeça. Mas fui eu quem a moldou. E enquanto eu respirar, cada beco, cada porta e cada madrugada saberão: aqui, quem dita as regras sou eu.

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