Capítulo 14 – Prisão Invisível

1426 Words

Anna Acordo com o mesmo barulho que aprendi a temer: passos contados no corredor, o ranger discreto da porta do lado de fora, o som do radio baixo como se alguém tentasse traduzir o mundo em ruídos controlados. Não são passos de morador; são passos de guarda. Quando a casa não é mais apenas sua, o silêncio vira vigilância. Levanto devagar, sentindo o corpo ainda meio preso ao sono que não traz alívio. A primeira vez que cheguei à mansão, pensei que havia encontrado abrigo. Agora entendo: abrigo pode ser cúpula e cela ao mesmo tempo. A porta do quarto range antes do que eu espero; um dos homens de Kadu, o Rafa, aparece com um copo d’água. O olhar dele é curto, profissional — não curioso. Ele me entrega o copo como quem passa um bilhete de ordem. Não há explicação. Não preciso perguntar; j

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