Capítulo 15 – A Coroa e a Barriga

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Kadu A manhã abriu-se pesada sobre o morro, como se o céu também pesasse o quanto dali para frente as coisas seriam diferentes. Eu vesti a camisa escura com as mãos que já não tremiam por muito tempo; tremiam agora por cálculo e por uma espécie de reverência antiga que a vida me impôs. Hoje eu não só era dono do território: eu apresentaria ao meu mundo a mulher que carregava meu nome e, dentro de si, o sinal do meu sangue. Os meus homens se alinharam no pátio como sentinelas de pedra. Havia olhares vindos de todos os cantos, sussurros medidos, curiosidade com cheiro de pólvora. Alguns vinham por lealdade; outros, por visão de oportunidade. Eu permiti que chegassem. No topo de tudo, estava a necessidade de escrever essa história com a minha letra: se o morro queria falar sobre Anna, que f

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