Capítulo 3

1705 Words
Dizem que costumo deixar bem obvio nas minhas expressões faciais, quando escondo alguma coisa, quando estou mentindo, ou até mesmo aprontando, e desta vez fiquei o mais longe possível de todos na casa, não posso deixar meu plano ir por água a baixo, essa é minha única chance se voltar para minha época, mesmo minha vida lá não sendo uma das melhores, aquele tempo é meu verdadeiro lar. Toda a família conhece muito bem a verdadeira Emma Downing, e como estou sendo ela por um tempo, não posso correr o risco, deles me conhecer tanto quanto conhece a filha verdadeira deles, e por uma simples expressão em meu rosto, colocar tudo a perder.     - Sabe onde está o Afonso?- Perguntei, colocando meu livro de lado, e olhando para Lili, assim que ela entrou na biblioteca.     - Não sei Emma.- Ela me respondeu, com cara de desentendida, ao se encostar ao lado da mesa.- Por que saberia?     - Eu sei que esta acontecendo alguma coisa entre vocês, e sei que durante a calada da noite, vocês se encontram para terem sua noite de casal.- Na verdade ninguém sabe, somente depois do casamento da Emma, que todos irão ter o conhecimento deste romance, mas como eu li o livro, sei que eles estão tendo um romance, que está sendo muito bem escondido.- E sei que sabe onde ele está, quando uma pessoa está realmente apaixonada, ela sabe todos os passos do seu amor, ainda mais vocês dois, trabalhando na mesma casa.     - Emma, eu posso explicar.- Ela se mostrou, estar bem nervosa, ao saber que eu sei sobre seu romance, com um dos empregados da família Downing. - Acabou acontecendo, a gen...    -Não precisa me explicar, vocês dois são solteiros, jovem, e ninguém tem nada a ver, com seus sentimentos.- Me levantei da cadeira, para ficar na sua altura, e peguei na sua mão direita, que está tremendo, por causa do seu nervosismo.- Eu só preciso que ele me leve até a vidente hoje a noite.    - A senhorita vai mesmo atrás da vidente?- Ela me pergunta, já mais calma.     - Tenho que ir.- Andei até a porta, com ela me seguindo.- Quero saber sobre meu futuro, e preciso que ele me leve até lá. Quero saber o que esperar deste mundo, até porque, já estamos na época de caçar um bom marido. Acho que já posso preparar meu discurso, quando for receber o meu Oscar, na categoria: "Mentirosa do Ano".    - Ele está lá trás, no estábulo, cuidando dos cavalos.- Ela disse, e me indicando o caminho, que tenho que seguir.   - Obrigada.- Ao invés de ir pelo caminho da sala de jantar, fui pela cozinha. E como já era esperado, todos que estava lá ficaram surpresos com minha presença. Não é muito comum, os filhos do duque andar pela cozinha, mais adivinha... NÃO SOU A FILHA DO DUQUE. Não vou seguir essas regras ridículas imposta pela sociedade.    Assim que cheguei no jardim dos fundos, tive que segurar o meu vestido para não arrastar no chão cheio de terra perto do pequeno estábulo.   - Afonso.- O chamei quando já estava perto dele.   - Senhorita.- Ele me comprimento fazendo uma pequena reverencia.    - Emma, por favor.- O corrigi. - Preciso de um favor seu.   - O que senhorita deseja?- Me pergunto, e logo em seguida, seus olhos foram para Lili, logo atrás de mim.   - Existe uma vidente aqui perto da loja da modista que fomos hoje, preciso que me leve lá hoje á noite. - Falei sem rodeios, e cruzando meus braços em frente ao meu corpo. Assim mostro que estou falando sério.   - Se a senhorita me permite dizer, não é muito apropriado uma mulher solteira ser vista no meio da noite, ainda mais atrás de uma vidente. - Ele se mostro meio incerto.    - Lili, poderia pega meu casaco, estou sentindo um pouco de frio.- Olhei para Lili, e dando o meu melhor sorriso, em quanto passo minhas mãos em meus braços, e dando uma leve tremida, para deixar mais realista, que estou passando frio.    - Claro.- Ela concordo, mais pude perceber que lá no fundo, sua vontade era de dizer não.    Assim que Lili fico longe o suficiente, pensei bem nas minhas próximas palavras:    - Sei que vocês dois estão tendo um caso.- Quando ele ia dizer alguma coisa, levantei o dedo indicador, pedindo, e balancei minha cabeça de forma negativa, para ele me deixa terminar.- Eu amo a Lili como uma irmã, e sei que ela esta feliz com o que vocês tem, mas ela é minha dama de companhia, e meus pais já estão atrás de futuros maridos para mim. Existe um duque no Canadá, e ele está sendo a melhor opção até agora, e se eu ir pra lá, Lili terá que vir comigo, pois esse é o seu trabalho, e tenho certeza, de que ela fica do meu lado. E você sabe o que pode acontecer, certo?   E olha só eu mentindo de novo, estou ficando boa nisso. Acho que assim que voltar para o meu tempo, posso tentar ser uma atriz.   - Se ela for pro Canadá, não poderemos ficar juntos.- Ele mostrou estar verdadeiramente chateado, com essa possibilidade.    - Eu sei, não vou mentir e dizer que estou pensando só em vocês.- Um pouco de verdade tem que sair de mim.- Estou pensando em mim também, quero ir atrás de uma vidente para poder saber se consigo um marido por aqui, não quero ter que ficar longe da minha família, nem do lugar em que nasci e vivi, grande parte da minha vida.    - Que horas a senhorita, deseja sair?- Mexer com o coração dos outros é difícil, mas foi por uma boa causa. O coração, é a maior fraqueza do ser humano.   - Quando Patrick for para sua reunião de cavalheiros, tem uma pausa de trinta minutos para o Brian sair atrás de sua amante. Quero sair neste trinta minutos de pausa.- Expliquei. Por ser grande fã do livro, em uma cena da história, a personagem principal, pegou seus irmãos conversando sobre suas saídas no meio da noite, onde eles fizeram um acordo para um encobrir o outro, ainda mais o Brian, o filho mais velho e herdeiro, não pode ser visto com uma amante, ainda mais sendo quem ela. Acho que foi assim, que surgiu a união masculina, mais em fim, com a minha boa memoria, decorei os horários, e agora posso usar isso ao meu favor.    - Estarei esperando com a carruagem no final da rua. - Ele falou com confiança, acho que perder um grande amor, da força para fazer qualquer coisa.    Antes que pudesse dizer alguma coisa, Lili está novamente ao meu calo com um casaco branco na mão.   - Obrigada.- Agrade o colocando.- Tente tampar o brasão da família na carruagem, pode acabar chamando atenção.    - Irei fazer.    - Até daqui a pouco.- Comecei a volta para dentro de casa, porém desta vez fui pelo caminho da sala de jantar.     - Você precisa de alguma coisa?- Lili me pergunta, assim que me sento em minha cama, ao chegar em meu quarto.     - Gostaria que avisasse a aos meus pais, que irei descasar e repor minha energia.- Tirei meu sapatos.- Diz que amanhã estarei cedo na mesa. Na verdade, se tudo der certo, amanha estarei tomando meu café da manhã, em uma mesa cheia de crianças orfãs, não estarei aqui, para ter um final trágico.    - Avisarei.- Assim que ela saiu, me levantei da cama e comecei a tirar o vestido e o espartilho, o substituindo pela camisola branca que esta em cima da cama.    Tirei o penteado que esta pesando com esse tanto de cabelo, me deitei na cama, e fiz a única coisa que me resta a fazer... pensar.    Não posso me aproximar desta família, ela não é minha de verdade, ela nem se quer existe, é uma família perfeita fictícia, criada por uma mulher, com muita imaginação. E sei que se me permitir me aproximar, quando volta para minha vida verdadeira, vou sentir falta deles. E não posso continuar mentindo, uma hora irei ser pega, tenho medo das consequências.  - Acorda Emma, você é orfã, essa família não existe. - Dei dois tapas meio leve em meu rosto. - Para com essa carência. (...)   E assim passei o resto da minha tarde e meu começo de noite, presa no meu quarto, e quando os " meus pais" vieram me ver, fingi que estava dormindo. Um truque clássico que vi na televisão, ele nunca falha.    Ouvi uma das portas dos quartos ser aberta, e logo em seguida sendo fechada, assim soube que é minha hora de sair.    Levantei da cama, andei até o closet, e ao invés de pegar um vestido, peguei uma capa azul e a vesti em cima da camisola. Coloquei os mesmo sapatos de hoje cedo, e mantive meus cabelos soltos.    Esperei dar o tempo de Patrick, estar longe do portão, pra poder sair do meu quarto. E quando tive certeza de que ele se foi, fazendo o mínimo de barulho possível, deixei o quarto da verdadeira Emma.    Desci as escadas na ponta do pé sem fazer qualquer barulho, e quando desci o ultimo degrau, Lili estava há minha espera.    - Não vou deixa você ir sozinha.- Ela pego minha mão, e me levou para fora da casa.    - Lili, isso pode dar muito errado, não quero que você se prejudique.- Falei assim que saímos do portão.    - Vai dar tudo certo.- Ela pego o capuz da sua capa e coloco na cabeça, e eu copiei seu gesto.- O Afonso está ali.    Ela aponto para o final da rua onde a carruagem está.    - Vamos.- Falei andando até lá, com passos confiante.     O caminho até lá foi silencioso, ninguém disse nada, e quando a carruagem parou, eu desci e olhei para fachada.    - Me esperem aqui.- Falei quando Lili ando para me acompanhar.     - Emma.- Lili pareceu meio receosa.     - Vai ser rápido. - Falei andando até a porta, e antes que eu pudesse a abrir, ela se abriu sozinha.     - Estava esperando por você.- Eve falo na porta, assim como na primeira vez.     - Estou aqui.- Andei para dentro e bati a porta.- Vamos resolver isso.  
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