Capítulo 2 - 1

1067 Words
Mackenna tremia quando passava o bilhete para a mulher no portão, admitindo que estava assustada. Ao encerrar o casamento com Alessandro, ela estava admitindo que tinha falhado. Ela não tinha conseguido ser uma esposa bem-sucedida, não tinha conseguido manter o marido e não tinha conseguido fazer as coisas funcionarem. Ela tinha desistido do casamento e era incapaz de trazer de volta seu marido de uma linda supermodelo brasileira. Não era como uma competição e Alessandro era um prêmio; ele não era um prêmio. Ele era o oposto de um prêmio. Seu casamento com ele era um custo, uma penalidade pela qual ela tinha pago demais. Ela respirou tremulamente enquanto embarcava na aeronave e, quando se sentou, estava tremendo como uma folha. O voo levaria quase vinte horas de Phoenix a Milão. Vinte horas para entrar em pânico e se preocupar de alguma forma Alessandro sabia que ela estava vindo, e ele iria encontrá-la. Aterrorizada de alguma forma, ele a convenceria de que ela era a louca e ela acabaria na cama dele, deitada de costas e ainda casada com ele. Mesmo com o oceano entre eles, ela sentia seu desejo s****l por ele. Ela sentia ressentimento por isso. Ela estava exausta quando chegou a Milão e mais do que irritada consigo mesma, já que qualquer homem alto, magro e de cabelos escuros a fazia olhar duas vezes. Seu coração acelerava nervosamente a cada confirmação de que não era Alessandro e seus olhos de âmbar vindo para fazê-la pagar pelo insulto que ela tinha infligido à sua família ao abandoná-lo. Ela simplesmente precisava entrar e sair do país e, como sabia pela revista que tinha lido na semana anterior, era a semana da moda em Paris. Ele estava na França, não na Itália, representando sua empresa e sua marca. Ela tinha planejado essa viagem nessa época por esse motivo. Saber que ele receberia a petição de divórcio quando ela estivesse em segurança em Phoenix era a única maneira de ela se sentir segura. Mackenna interrompeu seus devaneios ao avistar um homem que reconheceu, e correu até ele e se jogou em seus braços abertos. "Nonno!" Ela riu quando seu avô a levantou no ar. Ela o abraçou apertado, lágrimas escorrendo pelo seu rosto. "Oh, meu Nonno, como eu senti sua falta. Eu não sabia que você estava esperando meu avião." Ele beijou suas bochechas repetidamente enquanto a abraçava apertado. "Oh, minha Mackenna, eu não poderia deixar minha única menina pegar o metrô para casa." Ela riu de suas palavras, sabendo que ele estava orgulhoso da empresa em que havia trabalhado por mais de trinta anos. Ela colocou sua bolsa de viagem sobre o ombro e caminhou encolhida sob seu braço forte na direção do ponto de táxi. Ele não tinha carro e dependia do sistema de transporte público, assim como muitas pessoas que moravam ali. "É muito bom te ver", ele falou feliz enquanto a acompanhava até o táxi. "Não deveria ter ficado tanto tempo longe", ela percebeu agora, encostando a cabeça no ombro dele. "Deixei minha imaginação me dominar talvez." "Talvez", concordou o homem mais velho silenciosamente, mas não necessariamente concordava com a afirmação. Ele não acreditava nem por um minuto que Alessandro Giordano se contentaria em deixar sua esposa voltar para casa. Mesmo agora, cinco anos depois, o homem ligava para ele toda semana, exigindo um endereço que ele não tinha. O homem estava obcecado com sua neta e, embora desejasse que fosse porque a amava, ele sinceramente duvidava disso. Alessandro havia feito de tudo para manter seu casamento em segredo, enquanto seu relacionamento com a modelo era exibido para o mundo ver. Em sua opinião, ele deveria ter mostrado ao mundo que estava orgulhoso de sua esposa, e não a escondido como se ela fosse um segredo sujo. Segundo ele, Mackenna era dez vezes mais mulher do que a constante companhia de Alessandro. Alessandro não merecia o amor que sua neta havia oferecido. Ele acreditava que o homem era um t**o. "A que horas é a sua consulta amanhã?", perguntou ele baixinho para a sua neta. "Nove da manhã", ela respondeu tão silenciosamente quanto o conhecimento do que ela iria fazer a atingiu. Ela respirou tremulamente quando sentiu a mão do avô apertar a dela. "Preciso seguir em frente, Nonno. É hora." "Eu concordo." Ele beijou o topo de sua cabeça. "Você merece ser feliz, Mackenna. Sua vida conheceu muita tristeza e é hora de você seguir em frente e viver do jeito que seus pais queriam." "Eu sei", ela enxugou uma lágrima da bochecha. "Há um médico no hospital onde trabalho e ele me convidou para jantar. Eu disse não, mas ele me convidou três vezes desde então. Ele é um homem muito legal, mas eu quero resolver esse relacionamento confuso antes de começar o próximo." "Você é uma jovem muito inteligente", comentou ele sussurrando. "Você gosta do seu trabalho no hospital?" "É ótimo. Eu realmente gosto do trabalho. É divertido." Ela sorriu para ele. "Acho que posso te contar agora, estou morando em Phoenix, Arizona. Não é nada como Pittsburgh e nem mesmo perto de algo como Milão, mas é bom." Ela levantou a cabeça e olhou pela janela a cidade que um dia já chamara de lar. Era bonita e vibrante e tudo o que ela sentia falta quando estava em Phoenix."Está preocupado em ver o Alessandro?" Ele perguntou baixinho. "Não, porque é semana de moda em Paris." Ela lhe deu um lampejo do seu sorriso branco, mas não havia felicidade nele. "Nada menos que um desastre nuclear poderia separá-lo de sua preciosa Dulce desfilando pelo tapete vermelho em uma de suas criações luxuosas. Ela é sua musa. Quando seus assessores jurídicos o notificarem, eu já terei ido embora. Não preciso estar aqui para que tudo seja finalizado, só para que seja começado." Ela se inclinou para frente enquanto se aproximavam do conjunto de apartamentos onde seus avós moravam. "Mas como a semana de moda começou ontem, planejo ficar aqui a semana toda. Eu não vou às compras há tanto tempo e realmente preciso renovar meu guarda-roupa." Ela balançou a bolsa no assento. "Só trouxe uma bolsa comigo, mas espero sair com muito mais." Só de pensar na forma como Alessandro se dedicava à outra mulher, ela sentia vontade de gritar de frustração. Ainda assim, doía o fato de ele tê-la colocado como prioridade em sua vida, à frente de sua esposa.
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