Na caverna escura, a presença do homem mascarado é opressora. Ele avança em minha direção, sua sombra cobrindo a luz fraca que entra pelas fendas. O medo se instala em meu peito, mas a imagem de YaoWei em minha mente me mantém alerta.
— Se você não me disser onde está a chave, vai se arrepender — ele rosna, sua voz profunda ecoando nas paredes.
Tento controlar o tremor na minha voz.
— Eu já te disse, não sei onde está! Apenas caiu no chão enquanto eu dançava.
Ele me observa, os olhos ocultos sob a máscara avaliando minha sinceridade.
— Se você não a encontrar logo, vou fazer algo que você não vai gostar — ele ameaça, dando um passo à frente.
A pressão em meu peito aumenta. E se ele ir atrás de YaoWei para machucá-lo? Preciso pensar em uma forma de escapar e, ao mesmo tempo, proteger YaoWei.
— Espere! — grito, tentando ganhar tempo. — Precisamos voltar à vila. Eu prometo que vou procurar.
— Então vá! — ele ordena, gesticulando para que eu avance. — Mas não pense que estou brincando.
Sinto uma onda de alívio misturado com medo. Com cuidado, começo a caminhar na direção da saída, a mente fervilhando com pensamentos. O lago, a dança, e YaoWei... preciso encontrá-lo.
Ao chegarmos à vila, o homem continua me seguindo de perto, seus olhos observando cada movimento meu. Eu não tenho ideia de como reverter essa situação.
— Onde você a perdeu? — ele pergunta, o tom brusco.
— Perto da fogueira — respondo, tentando manter a voz firme. — Quando dançava, a chave deve ter escorregado do meu bolso.
— E como posso ter certeza de que você está dizendo a verdade? — ele se aproxima, sua presença ameaçadora fazendo meu coração acelerar.
— Porque não tenho nada a ganhar mentindo. Só quero voltar para casa!
Ele franze a testa, mas a raiva em seu olhar não diminui.
— Se eu descobrir que você está me enganando, não hesitarei em agir.
Enquanto caminhamos pela vila, minha mente se agita com a ideia de que YaoWei pode estar em perigo, caso ainda esteja aqui por perto.
— Está por aqui — digo, tentando parecer mais confiante. — Eu esqueci de tudo enquanto dançava, com certeza caiu!
— Você está me fazendo perder tempo — ele resmunga, mas eu vejo um lampejo de dúvida em seu olhar.
Então, surge uma ideia.
— Se não conseguirmos achar, eu juro que irei fazer o possível para conseguir outra.
Ele hesita, mas a necessidade de obter a chave parece superá-lo.
— Certo, mas se você falhar, a culpa será sua.
Ao voltarmos para a fogueira que só resta cinzas, a pressão no meu peito aumenta. Eu sei que YaoWei pode estar à espera de respostas, mas a ideia de que o homem poderia atacá-lo me aterroriza.
— Lembre-se, a chave é a única coisa que me interessa — ele diz, seu tom ameaçador fazendo meu corpo gelar.
Começamos a procurar por todo o chão de onde eu havia dançado. Eu ajoelho, fingindo buscar entre a areia, mas meus pensamentos estão em YaoWei, sua segurança, e como explicar toda essa situação sem arriscar a vida dele.
O homem me observa com um olhar desconfiado, e sinto que o tempo está se esgotando.
— Onde está? — ele grita, sua paciência acabando.
Eu olho para as cinzas da fogueira que estava queimando em chamas na noite passada, imaginando como tudo poderia ter sido diferente se não tivéssemos vindo aqui.
— Apenas mais alguns minutos — imploro, mas ele está prestes a perder a paciência.
O desespero toma conta de mim. Preciso agir rapidamente e encontrar uma maneira de escapar. Enquanto o homem continua me pressionando, uma ideia surge: talvez eu pudesse distraí-lo.
— Espere! — digo de repente. — Olhe ali!
Apontei para uma direção aleatória, e ele se vira, momentaneamente distraído. Aproveito para pensar no que fazer a seguir, tentando formular um plano que proteja YaoWei e a mim mesma.
Cada segundo que passa é uma luta entre a esperança e o medo, enquanto busco a forma de reverter essa situação tensa.
Enquanto o homem mascarado se vira novamente e se aproxima, sinto que a escuridão ao meu redor se torna ainda mais opressiva. Cada passo dele ressoa como um aviso, e meu instinto grita para eu fugir. Mas onde? Ele sabe que eu não posso escapar.
— Onde está a chave? — ele pergunta, a voz baixa e ameaçadora.
Com o coração disparado, olho ao redor em busca de uma saída. O lago brilha sob a luz da lua, suas águas calmas parecem prometer uma fuga, mas a presença dele me impede de agir.
— Não sei onde está! — grito, tentando soar convincente, mas a mentira me queima na língua.
Ele dá um passo à frente, e a sombra da máscara me envolve.
— Você tem uma escolha: me diga a verdade ou enfrente as consequências.
A imagem de YaoWei surge em minha mente, e uma onda de desespero me atravessa. E se ele machucar YaoWei? Não posso permitir que isso aconteça.
— Vamos procurar no lago — sugiro rapidamente. — Eu prometo que vou procurar, posso até perguntar a outras pessoas!
O homem hesita, mas logo recupera a compostura.
— Não estou brincando. Se você não me entregar à chave, vai se arrepender.
Num momento de impulso, olho para o lado e corro em direção à floresta, em busca de uma rota de fuga. Meu coração dispara, mas logo sinto a presença dele atrás de mim. A escuridão se torna um adversário, e os galhos parecem se fechar em volta.
— Pare! — ele grita, e a raiva em sua voz ecoa.
A adrenalina me impulsiona, mas sei que não posso correr para sempre. Um som estrondoso ressoa atrás de mim. Ele está se aproximando. Eu viro à esquerda, tentando encontrar um caminho mais estreito, mas o terreno é traiçoeiro.
Finalmente, tropeço e caio, sentindo o chão frio e duro. Ele aparece diante de mim, a máscara refletindo a luz da lua, os olhos brilhando com um misto de raiva e determinação.
— Você realmente acha que pode escapar? — ele pergunta, se agachando para me encarar.
Eu tento recuar, mas estou encurralada. O medo se transforma em desespero.
— Por favor! — imploro. — Eu vou ajudá-lo a encontrar a chave!
Ele hesita, mas a determinação em seu olhar não desaparece.
— A chave é a única coisa que me interessa. Se você não a encontrar, tudo isso vai acabar m*l para você.
Sinto a pressão aumentando enquanto o tempo se esgota. A ideia de que ele quer a chave para sair deste mundo me atormenta. Ele está disposto a tudo para alcançar seu objetivo, e isso inclui me usar como uma peça do seu jogo.
— Se você quer a chave, vamos procurar juntos! — proponho, sabendo que é a única chance que tenho de ganhar tempo.
Ele se levanta, avaliando a proposta.
— Muito bem, mas se você me enganar de novo, não hesitarei em agir.
Enquanto me levanto, um plano se forma em minha mente. Preciso distrair o homem para que eu possa encontrar YaoWei e juntos podermos pensar em uma forma de reverter essa situação.
— Vamos ao lago! — digo, tomando a dianteira. — É onde meu terror começou, talvez possamos encontrar pistas lá.
À medida que caminhamos, a tensão é palpável. A ideia de que a liberdade está a um passo de distância, mas ao mesmo tempo tão fora de alcance, pesa sobre meus ombros. A cada passo, sinto que o tempo está se esgotando e que a linha entre escapar e ser capturada se torna mais tênue.
O desespero me leva a agir. Enquanto ele está distraído analisando o ambiente, aproveito para correr novamente em direção a vila, pensando que algum lugar por lá pudesse me oferecer uma saída. Mas, ao chegar lá, percebo que a única coisa que realmente me separa da liberdade é a chave que ele tanto deseja.
— Onde você está? — ele grita, a voz ecoando na noite.
Neste momento, entendo que a única maneira de sair desse jogo é enfrentando o homem de frente ou fugir dele até que eu finalmente consiga sair desse mundo, mesmo que isso signifique arriscar tudo. Preciso encontrar uma maneira de me libertar e salvar YaoWei antes que seja tarde demais.
Após pensar por alguns momentos, eu corro até algumas casas e bato na porta, ninguém abre, é como se todos soubessem que algo perigoso estivesse acontecendo aqui.
Conforme o som dos passos do mascarado se aproxima, o desespero toma conta de mim e, eu tento abrir alguma porta a força, após falhar na tentativa, um suspiro sai entre meus lábios, até que minha visão se escurece, e eu sinto o impacto do meu corpo caindo ao chão.