Capitulo 2 - Sem Revisão

2891 Words
Melinda Acordei sentindo dor de cabeça. Dormi m*l e parecia estar de ressaca. Olhei para os lados e gemi me deixando cair na cama de novo. Zeus entendeu como um convite e pulou sobre a minha cama ficando sobre mim e lambendo o meu rosto me fazendo rir. _ Onde nós metemos né?! - afaguei o seu pelo e ele se esticou todo do meu lado - Preciso me levantar e começar colocar as coisas no seu devido lugar. - disse para mim mesma fazendo uma lista do que tinha que fazer. Primeiro ponto: Conversar com Bel para saber a real situação em que se encontravam. Não que não soubesse, mas achava que ela ficaria feliz em saber que Bummer levantou sobre a sua vida e do seu pai. Conhecia para seu desgosto cada detalhe do que eles vivenciavam. Segundo ponto: Ir ao banco e resgatar a hipoteca da fazenda e pagar as dívidas do seu pai no comércio que seria uma pequena fortuna, mas nada que a prejudicasse realmente. Aquilo não faria nem cócegas em sua conta bancária. Terceiro ponto: Reformar a fazenda e fazê-la dar lucro, para isto sabia a quem pedir ajuda. Quarto ponto... Meu celular tocou e sorri ao ver o nome brilhar na tela. _ Por que você adora me acordar cedo Alex? - reclamei me sentando. _ Acordar cedo!? - a voz feminina parecia surpresa do outro da linha - Pensei que estaria noite em Bali. Você não está de férias? Anton a obrigou a cobri-lo para dar mais uma das suas fugidinhas com alguma caça dotes gostosa? - a voz de Alex começou a alterar demonstrando que a sua mente estava trabalhando rapidamente nas piores situações possíveis - Vou achar aquele desgraçado e chutar as bolas dele. Você já trabalha feito uma louca! E quando decide tirar umas férias ele faz isto. Já até podia vê-la andando de um lado para o outro no seu elegante escritório pisando duro com seu salto de quinze centímetros imaginando como ia fazer Anton pagar por este crime. _ Calma aí Alex. - pedi já prevendo uma briga - Estou em... Green Valley. - revelei e ouvi algo quebrar do outro lado da linha - Alex... _ Repita. Acho que ouvi mau. - pediu a mulher. _ Estou em Green Valley. - esperei um grito ou um xingamento, mas não veio o que me deixou mais assustada - Alex... _ Oh meu Deus. - a ouvi dizer quase num sussurro. Ouvi a porta dela se abrir e alguém a chamar - Cancele tudo Kátia. Diga que é um problema de família ou sei lá. Inventa alguma coisa. Não quero receber ligações agora. - a porta foi fechada - Aconteceu alguma coisa com as suas irmãs? - senti a preocupação em sua voz. _ Não. Elas estão bem. - me levantei da cama e olhei pela janela. O cenário era pior do que imaginava a luz do dia - É uma longa história. _ Desembucha. Tenho todo o tempo do mundo para te ouvir. - pediu ela atenta. Contei tudo desde a carta que recebi de Belinda em Tóquio, minha viagem, a discussão no conselho da cidade, do estado da fazenda, do meu reencontro com Bel e Nancy, das dívidas do meu pai, do tumulto de emoções que me encontrava... Tudo. Era bom desabafar com uma pessoa que me entendia e compreendia como Alex. _ Já estou indo para aí. - ouvi os sons das coisas sendo guardadas loucamente e a porta sendo aberta - Kátia arrume uma passagem de avião para mim no próximo voou para Kansas. Quero um carro e um mapa também. Passe todos os meus projetos para Brenda. Caso não de conta contrate pessoal mesmo temporário. Quando voltar conversamos. Dúvidas manda ligar para meu celular. Estou indo para casa fazer as malas. - a ouvi comandar tudo num fôlego só. As vezes tinha pena da assistente de Alex, a mulher era um furacão. _ Alex não parece justo... _ Pode parar. - ela me cortou brusca. Ouvia os longos saltos baterem no piso freneticamente. Alex estava correndo para me socorrer - Estou chegando no máximo amanhã à tarde. Não sei quantas conexões de voos tenho que fazer ou quanto quilômetros tenho que rodar, mas estou chegando. - declarou. _ Eu disse que te amo irmã. - sorri para mim mesma. _ Não vem com esta não. Devia ter me ligado de Tóquio para me dizer o que estava acontecendo. - disse brava. _ Tive que tomar decisões rápidas. Mas obrigada pela ajuda. _ Se quiser me pagar arruma um gostoso aí para colocar na minha cama. Um caipira pode ser uma boa variedade. - riu ela alto ligando o motor do seu carro. _ E Paul? - a perguntei surpresa. Até hoje não entendia esta mania louca de Alex de pular um relacionamento para o outro numa busca desenfreada de não sei o que. Todos que conheceu tinha certeza de que podia a fazer feliz, mas quando ficava serio ela os dispensava sem dó. _ Ele não era homem para mim. - a ouvi bufar que queria dizer ele ia me pedir em casamento e eu não o queria - Vai ligar para Dimitri, né? _ Sim. _ Ótimo. Te vejo amanhã. Beijos. - desligou. Respirou fundo e fui para minha bolsa e tirei as roupas que usaria. Tirei com cuidado um estojo preto e colocou sobre a sua cama e examinou a pistola nove milímetros dentro. Não era tão ingênua a ponto de andar por aí sem p******o. A velha raposa mexeu com algo maior que ele que o fez sumir do mapa e tinha que descobrir o que era. Tomou banho e se vestiu guardando a pistola no seu colt debaixo da sua jaqueta. Assim que desceu viu as suas irmãs na mesa junto com Nancy. _ Bom dia. - me sentei ao lado de Nanci que sorriu e me serviu de uma xícara de café - Nancy preciso que arrume os outros quartos. Também de uma lista de suprimentos de tudo o que você vai precisar. Pode fazer isto enquanto converso com Bel? _ Claro. Quantos quartos? - Nancy lhe serviu uma torrada com geleia - Espero que ainda goste disto. _ Sim. Obrigada. - segurou as mãos de Nancy e beijou. Sentiu a cabeça de Zeus bater em sua perna. Ele estava com fome lhe dei dois pães - Onde posso deixar Zeus enquanto vou na cidade? _ Na área de serviço. - respondeu Bel a olhando curiosa - O que pretende fazer hoje? _ Conversar com você e dá uma volta na cidade. - respondi num sorriso. Olhos azuis furiosos estavam cravados em mim desde que desci as escadas, Beatriz Thompson era linda com os seus olhos azuis grandes e cabelos ruivos. Bem diferente do bebê manhoso que se lembrava. Não a viu de pé ainda, mas tinha certeza de que era mais alta que ela e o corpo magro com curvas nos lugares certos. Ela podia ser uma modelo famosa se quisesse. Sabia que ela estava prestes a explodir. Como sempre os adolescentes detestavam ser ignorados. Quantos anos ela tinha agora mesmo? Dezesseis? Dezessete? Desde pequena Bia mostrava mais da velha raposa que gostaria. _ Vai ser assim é? - começou ela furiosa jogando o guardanapo sobre a mesa - Ela volta como se nada tivesse acontecido? Meu pai não a queria aqui. Olhei para a jovem a minha frente com paciência. Isto a deixaria mais irritada por estar calada, mas fazer o quê? Eu não ia discutir com uma adolescente. _ Ela chega e começa a dar ordens e todo mundo aceita. - acusou ela se levantando da mesa. Eu tinha certeza. Bia era mais alta uns cinco centímetros. _ Já conversamos sobre isto Bia. - Nancy parecia irritada. _ Mel está aqui ao nosso pedido Bia. - olhei Bel e sorri. Esta era uma discussão que queria assistir - Não a desrespeite. Melinda é sua irmã também. _ Não, não é. - disse a adolescente irredutível - Nosso pai a mandou embora porque não conseguia viver com ela. Você viu no que ele se transformou depois daquilo. Foi tudo por culpa dela. Fiz uma careta como se me importasse e soltei uma gargalhada. _ Menina eu vim de Tóquio para cá porque Bel me chamou. - me levantei e a encarei - Bel me contou sobre os problemas com a fazenda e você. Vim reerguer está... - olhei por todos os lados e fiz uma cara de desgosto - ...fazenda. Dinheiro e poder para isto eu tenho de sobra. - joguei na cara dela - Se você pudesse pagar as contas eu não estaria aqui. Ou você tem? - dei uma pausa e ela se mantinha calada - Vou encontrar o seu querido pai. E...colocá-la no seu devido lugar. Depois vou embora. Não se preocupe. Bia teve a audácia de rir na minha cara. _ Minha irmã mais velha vai me colocar no meu devido lugar? _ Sim. - um sorriso frio se formou nos meus lábios - Ao contrário de Bel e Nancy não terei pena e nem misericórdia de você. - vi o sorriso morrer nos lábios dela - Vou tratá-la como adulta que toma as suas próprias decisões. Por isto pense bem quando for bater um racha. - lhe piscou a deixando de boca aberta - Estou te esperando no escritório Bel. Nancy preciso da lista. Quando entrei no escritório ainda pude ouvir Bel perguntar a Bia sobre os rachas. _ Eu não sei do que ela está falando. - disse Bia se fazendo de desentendida. Fechei a porta e olhei os porta-retratos. Eram retratos de tempos que não existiam mais. A foto da sua mãe com ela e Bel lhe chamou atenção. Sentia falta dela. _ Parece que você sabe mais do que diz. - Bel entrou no escritório e se sentou. _ Foi um chute certeiro. - menti, me sentando - Pelo que você me escreveu e como aqui não tem muitas opções...- ri balançando os ombros displicentes - Me fale sobre a situação da fazenda. Ouvi atenta Bel discorrer na próxima uma hora a situação da fazenda todos os fornecedores que deviam. Ela não acrescentou nada do que já sabia. _ Junte todos os boletos e promissórias que tiver. - pedi me levantando - Vou precisar usar este escritório Bel. Vou à cidade. Peguei o meu celular e liguei. _ Vai fazer o quê? - Bel a olhou curiosa. Na terceira chamada uma voz potente atendeu. _ Minha nossa vou enfartar! - disse Dimitri rindo do outro lado da linha - A que devo a honra? _ Pare de bobagem. Não faz um mês que nos encontramos. - ri e ele gargalhou - Preciso de ajuda para ressuscitar um defunto. _ Do que se trata? - perguntou ele curioso. _ Estou em Green Valley. Preciso que venha para cá. Explicações quando você chegar. _ Me passa o endereço. - pediu ele sério - Estarei aí o mais rápido possível. _ Obrigada amor. - desliguei. _ Quem era? - quis saber Bel. _ Dimitri. Você vai gostar dele. - lhe sorri transmitindo confiança. _ Quem mais está vindo? _ Minha família. - olhei para o celular olhando as horas. O banco ia abrir em uma hora - Preciso ir. Tente ver com Nancy tudo o que é preciso para acomodar todo mundo. Não quero que falte nada para eles. - a olhei séria - Afinal, todos estão largando suas vidas para vir nos ajudar. _ Vou preparar tudo não se preocupe. _ Obrigada. Vou colocar Zeus na área que vocês falaram. - saiu. Bia não estava mais na sala quando voltou e Nancy tirava a mesa. Levei Zeus para a área de serviço e lhe dei ordem para que ficasse quieto. Coloquei água e comida suficiente para ele aguentar até que eu voltasse. Avisei Nancy e Bel que ia sair e peguei a lista. O percurso que levei até a cidade não demorou meia hora. Percorri a cidade de novo olhando as lojas que eu devia ir antes de ir à delegacia. Parei no armazém da Antônia que era uma mistura de supermercado e bar. Um grupo de pessoas estava reunido dentro quando entrei. Vários pares de olhos ficaram sobre si e sorri. Uma mulher morena com cabelos grisalhos e alegres olhos de avelã veio ao meu encontro. _ Nunca pensei que você entraria por esta porta novamente? Nunca! - sorri para mulher me aproximando do balcão - Melinda Thompson em carne e osso. _ Melinda Petrovich agora. - a corrigi gentil - Como anda as coisas Antônia? _ Paradas desde que foi embora. - respondeu ela olhando ao redor - Agora com o roubo do gado e o sumiço do seu pai as coisas movimentaram-se um pouco. Mas me conte de você. O que andou fazendo? A curiosidade brilhou nos olhos dela, assim como dos outros. Gente fofoqueira, pensei rindo. _ O mesmo de sempre, trabalhando e cuidando da minha vida. - sorri ao ver a decepção brilhar nos seus olhos - Nancy disse-me que estão te devendo. Faça as contas e acrescenta isto em dobro. - lhe passou a lista. Antônia examinou a lista e pegou um caderno. _ É muita coisa. - analisou ela surpresa a analisando - Isto não vai ficar barato. _ Eu sei. Apenas faça as contas e mande entregar na fazenda ok? Me dá uma dose de whisky enquanto espero você fazer as contas. _ Muito cedo para beber não acha? - pegou uma garrafa e encheu o pequeno copo. _ Já sou de maior Antônia. - sorri a provando a bebida. Observei a mulher fazer contas e contas mordendo o lábio inferior concentrada. No final ela mostrou-me o resultado temerosa. _ Se você quiser eu posso... Balanceia a mão a interrompendo, tirando dois maços de dinheiro e entregando a ela que a olhou assombrada. _ Fique com o troco pelos juros. - olhei o copo a analisando o líquido âmbar - Pensei que seria bem mais. Um homem loiro sorridente entrou no armazém e veio direto para meu lado. O reconheceu pelo relatório de Bummer, Eric Elliot, seu cunhado. _ Belinda meu amor. Que bom te ver aqui. - ele me segurou pelo braço e ao ver o dinheiro nas mãos de Antônia seus olhos brilharam de cobiça - Está pagando as contas, minha querida? Que bom! Pode me fazer um empréstimo? _ Elliot... - chamou Antônia. _ Está tudo bem Antônia. - sorri para mulher e encarei o homem friamente - De quanto precisa Eric? _ Uns cinco mil para começar, minha princesa. - sorriu ele convencido - Você sabe como anda as coisa nesta cidade ne amor? Tudo parado! _ Dívidas de jogo de novo Eric? - vi com alegria o sorriso morrer nos lábios dele - Desculpe, mais você não terá um centavo de mim. Tentei me afastar mais ele segurou mais firme o meu braço. _ Posso voltar a morar na fazenda já que está colocando as dívidas do seu pai em ordem. Bia está cada dia mais linda! Precisa de uma p******o masculina por perto. - disse numa ameaça velada. _ Querido acho que isto não vai rolar. - o atingi com toda força no estômago, depois atingi o seu joelho e virei a mão dele, no meu braço para trás levando-o ao chão em questão de minutos para assombro de todos. Coloquei a minha pistola em sua bochecha e sorri - Olá cunhadinho. Sou Melinda a irmã mais velha. Um conselho i****a. Fique longe da minha família. Você já causou mau demais a Bel. E isto não será mais permitido. Entendeu? Vi o homem empalidecer drasticamente enquanto eu falava. _ Entendeu? _ S..simmm. - ele gaguejou e eu sorri saindo das costas dele. _ Muito bom. - o observei se levantar e guardei a minha pistola - Se eu fosse você dava o divórcio a ela. _ Nunca. - ele me fuzilou com os olhos passando a mão na barriga. Olhei o copo de whisky e mostrei a ele sorrindo. _ Está vendo esta bebida Eric? - lhe mostrei o meu copo - Não é um dos melhores que já bebi. Mas dá para saber que não e falsificado. Os melhores maltes são envelhecidos por anos em barris de carvalho. Tratados como joias raras! E falsificar e um crime que poderá levar a pessoa a ficar anos atrás das grades. E a vida atrás das grades pode ser suave ou dura. Eric perdeu a cor entendendo a onde eu queria chegar. _ De o divórcio a ela. Ou eu vou atrás de você. A escolha é sua. - tomei o restante da bebida e sorri para Antônia que olhava tudo entre surpresa e abismada - Cuidado Eric quando for abordar Bel na rua, pode ser ela, mas também pode ser eu. - sorri e caminhei para a porta - Fique longe da minha família. - o adverti. _ Mando entregar as suas compras na fazenda. - gritou Antônia me vendo abrir a porta. _ Obrigada. O ar quente foi uma bênção. O sol ainda não estava quente. Deixei a minha moto em frente ao armazém e caminhei. O banco e a delegacia não ficavam longe e tinha uma loja que eu queria passar antes de chegar lá.
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