CAPÍTULO 1
A L I C E
Meu novo lugar escolhido como refúgio por algum tempo, é uma pequena cidade praiana próximo a Recife, Pernambuco. Gosto de conhecer novos lugares, mas viver fugindo é cansativo, e as vezes queria ancorar em algum lugar. Algo impossível para mim.
Após um mês na cidade, levantei disposta a espairecer. Faço uma limpeza no meu apartamento, tomo um banho, e após me vestir, saio para dar uma volta na cidade, e na praia. O lugar é encantador, e sentirei falta, quando for obrigada a seguir novamente.
Caminho pelas ruas calmas, e logo um pequeno café com mesinhas na calçada e de aspecto rústico, com vasos de flores coloridas, me chama atenção. Meu estomago já se alegrou com a visão de um balcão, recheado de pães e doces variados.
— bom dia! — cumprimento a senhorinha de sorriso fácil, que esta no balcão.
— bom dia. Bem vinda ao café dona Maria, o que deseja?
— uma xicara de café com leite, e um desses pãezinhos açucarados. — mostro os mesmo no balcão.
Me acomodo em uma mesa próxima a uma grande janela de vidro, e me perco em pensamentos, enquanto observo a movimentação dos pedestres pelas calçadas. A região nordestina é quente e acolhedora, gosto das sensações que ela me proporciona.
— seu pedido! — uma moça me serve, agradeço.
Me delicio com meu café da manhã quentinho. Sou péssima cozinheira, porém em compensação, amo apreciar uma boa comida, em especial doces e massas.
Uma conversa animada próximo ao balcão, chama minha atenção para um lindo homem de terno bem alinhado, que acaba de adentra ao estabelecimento. Ele demonstra familiarizado, quando deposita um beijo a testa da senhorinha e sussurra algo em seu ouvido, sendo repreendido em seguida com um t**a no braço, e após dá uma alta gargalhada, caminha até os bancos altos do balcão.
Enquanto espera, me perco olhando para o belo monumento que é aquele homem, e parecendo sentir o meu olhar sobre ele, o mesmo gira sobre o banco, e prende seu olhar em mim. Sinto meu coração se agitar com seu olhar, a intensidade que me olha, assusta. Tenho certeza que nunca o vi, mas a forma que me encara, e como se conhecemos.

Tentando acalma as batidas do meu coração, prendo a atenção em um belo bolo de chocolate com morangos, e chamo a garçonete, e pedindo o segundo objeto dos meus desejos.
O homem levanta, e caminha em direção a minha mesa, me fazendo prender a respiração por alguns segundos, com meu olhar preso em sua beleza esculpida.
— buongiorno ragazza, permitiria que acompanhasse a senhorita, enquanto tomo meu café? — perguntou educado, sua voz grossa carregada de sotaque italiano, me fez tremer na base.
— sem problemas senhor. — respondo, e sem demora, ele se acomoda a minha frente.
— me desculpe a falta de tato, nem ao menos me apresentei antes de me juntar a você. — sorriu mostrando seus dentes perfeitos. — sou Lorenzo Mancini, senhorita? — apresentasse com um sorriso charmoso, me deixando desconcertada.
— Alice Estefan. — respondo o mais calma possível, lhe estendendo a mão, e ele planta um beijo, me fazendo corar com o arrepio que corre por meu corpo.
— Alice vou direto ao ponto, aceita sair comigo esta noite? — seu tom presunçoso e a*******e, fez quebra qualquer encanto anterior.
Encaro o homem alguns segundos, me sentindo decepcionada. Poxa, eu havia gostado da sua beleza, e seu olhar parecendo nervoso. Nada é perfeito, porém ainda tinha esperança.
— não. — agora é a vez do homem me encarar segundos seguidos em espanto.
Pelas reações que tive ao vê-lo, sim eu aceitaria com toda certeza sair com esse homem, todavia a forma como ele se dirigiu a mim, não me agradou. Se você quer ser respeitada, não aceite nada menos que o respeito desde a primeira frase trocada.
— mas senhorita, simples assim? Só ira dizer que não e pronto? — questionou de forma indignada, me fazendo querer gargalhar da sua cara.
— sim, simples assim. — olho nos seus olhos. — não aceito convites que mais parecem intimação, especialmente quando você não me passa de um desconhecido.
— certo. — disse por fim, parecendo incerto.
Olho para a rua ignorando sua presença, mesmo sentindo que ele me observa, o que me deixa incomodada de um jeito estranho.
A garçonete trás o meu pedido, e logo retirasse. Olho para o pedaço generoso de bolo, e sinto minha boca salivar para prova-lo, coloco o primeiro pedaço na boca, e é como uma explosão de sabor de tão gostoso, solto um gemido involuntário, enquanto aprecio aquela maravilha.
Sabor perfeito do c*****o!
— ragazza, se não quer sair comigo, não deveria me provocar assim, me deixando com uma ereção em pleno café. — estava tão entretida, que até havia esquecido do b****a a minha frente.
Respira Alice, ele é só um i****a. Não mate ele, não pense em como será que está o volume da sua calça. — É o que? — Não estou pensando nisso, só estou pensando em não m***r esse i****a inoportuno.
— primeiramente, eu não o incitei em momento algum a levar a ter uma ereção, segundo acho que o senhor deveria fechar o buraco. — completo sarcástica, e ele me olhou desentendido.
— que buraco? — perguntou incerto.
— este por onde esta explodindo esse seu ego enorme e ridículo. — debocho fazendo minha melhor cara de desprezo pro homem.
— bela e linguaruda. — me controlo para não mostrar a língua, em um ato infantil.
— i****a escroto, que usa esse ego enorme, para esconder seu p*u pequeno. — insulto, e ele me encara vermelho, não sei se mais de vergonha ou de raiva.
— eu deveria calar essa sua bela boca com a minha, para deixar de ser tão respondona, e depois lhe dar umas palmadas nessa sua b***a gostosa, para aprender a respeita. — minha compreensão e sanidade deu adeus agora, com seu atrevimento.
— escuta aqui seu b****a i****a de m***a, não venha questiona minha educação, porque você não é um exemplo de uma, metade das palavras que saem da sua boca, não serve para manter um diálogo. Saia de próximo a mim, ou chamo a policia e denuncio você perturbação e assédio. — explodo com uma v*****e de m***r o desgraçado.
— dio mio, que garota insuportável. — diz exasperado, e saindo de próximo a mesa.
Se dirige até o balcão, fala com a senhora, e sai em direção a porta, piscando para mim antes de sair.
Maldito italiano, gostoso. Que v*****e de bater nele, até ver seu sangue se esvair por seu rosto bonito. Suspiro de apreciação pela cena macabra, que se formou na minha imaginação.
Após terminar meu bolo, pago a senhora do caixa, e saiu em direção a praia, enquanto penso no que aconteceu no café. Como um homem tão bonito e inicialmente educado, pode ser tão b****a?
Ao chegar na linda praia me sento na areia branquinha, e me perco observando as ondas imponentes, enquanto banhistas e observadores desfrutam de tamanha perfeição.
Sinto minha garganta seca me obrigando a desprender meu olhar da imensidão esverdeada a minha frente, e levanto e caminho em direção a um pequeno bangalô.
— um água de coco, bem gelada. — peço ao atendente, que logo me entrega com um belo sorriso. — obrigado. — ele me deu uma piscadela, enquanto recebia o pagamento.
— obrigado digo eu moça. — sorriu educado, logo voltando a atender os clientes.
Quando saio do estabelecimento, minha visão é presa por uma bela obra divina, que está de costas para mim, com o olhar perdido no mar. O ser que ganha minha admiração, é alto, com braços tatuados e músculos deixados em evidência, por esta usando apenas um short de corrida, e sua blusa jogada no ombro.
Espero ansiosa que ele vire, porém a decepção vem de cheio, quando nossos olhos se encontram. Vai ser azarada assim na Ucrânia! Como é possível se interessa duas vezes, pelo mesmo asno?! Tem dias que não deveríamos sair de casa. Reviro os olhos para mim mesma, antes de caminhar na direção contrária a dele.
— moça!? — escuto sua voz próximo a mim, mas ignoro mesmo achando o timbre um pouco diferente.
Uma mão grande prende meu braço, me fazendo assustar e me defende prontamente, girando e lhe dando uma bela joelhada entre suas pernas. Satisfação que chama né?!
— por que fez isso? — contorce o rosto em uma expressão dolorosa. — não sabe o quanto isso dói? — sorri debochada, amando vê-lo sofrer. — apenas queria falar com você, não precisava me agredir dessa forma. — completou ainda com as mãos juntas a genitália.
— é claro que sei o quanto dói, por isso dei. — dou de ombros com um sorriso m*****o. — talvez assim você aprenda a respeita as pessoas seu i****a troglodita. Não darei um próximo aviso. Mantenha suas mãos longe, ou denuncio você por assédio e perseguição. — o homem me olhar assustado. — qual o seu problema? Não sabe respeitar um não?!
— o que? — me olha desentendido. — nunca vi a senhorita na minha vida. — me olha como se eu fosse uma louca.
— agora vai fingir que tem Alzheimer seu i****a?! — me irrito de verdade. — porque a uma hora atrás, você estava me importunado, me culpando de suas ereções fora de hora, mas que bom que já esqueceu, porém não esqueci seu ato abusivo.
O homem me olha e da um sorriso compreendido, logo caindo em uma gargalhada. Encaro seria, sem ver nenhuma graça, mas pensando seriamente, que ele seja algum fugitivo de um hospício, porque definitivamente ele é louco.
— senhorita, você conheceu o Lorenzo, meu irmão gêmeo. Confesso que não é a primeira vez que sou confundido, mas com certeza essa foi a mais dolorosa. — faz uma careta para enfatizar. — agora deixe-me se apresentar, sou Alessandro, irmão do i****a do qual se referia, e antes de levar um soco. — levanta o dedo em haste. — vou mostrar uma foto para a senhorita ver, e não me bater, certo? — questionou incerto.
Assinto percebendo algumas diferenças óbvias, como seu sotaque um pouco mais carregado, entre outros detalhes mínimos.
Alessandro abre a carteira, e tira uma foto e me entrega. São dois homem idênticos, com os braços envolta do pescoço um do outro rindo. Nossa que homens lindo, umas belezinhas.
— sendo assim. — devolvo a foto, lhe estendendo a mão. — sou Alice. — ele aceita com um sorriso no rosto. — sabe Alessandro, eu não vou pedir desculpas pela joelhada, se quiser culpar alguém pode entregar a joelhada ao seu irmão, ele merece. Certo!? — dou de ombros, me sentindo um pouquinho culpada, e ele sorri parecendo está recuperado da dor.
— claro mia bella, o i****a esta realmente merecendo umas boas porradas, para aprender a respeitar uma moça. — sorriu envergonhado. — sinto muito pelo que aconteceu, ele não costuma ser assim. — disse de forma constrangida.
— você não me deve desculpas. — dou de ombros, e ganho um sorriso contido dele.
— Alice, você me permite recompensa-la pelas atitudes idiotas do mio fratello?! Podemos tomar um sorvete, enquanto me fala sobre você. O que acha? — me olhou em expectativa.
— aceito, mas não pra recompensa as atitudes do Lorenzo, e sim porque você foi bastante educado, e estou precisando comer algo gelado. — umedeço os lábios e ele sorriu com satisfação. — derrubei minha água de coco, quando... — aponto para onde bati nele, e Alessandro faz uma careta engraçada.
Ele comprou sorvete de açaí pra mim, e de chocolate com menta para ele em uma sorveteria próxima, e caminhamos em seguida até uma sombra. Alessandro estendeu sua camiseta, sobre a areia, para que eu me sentasse, e se acomodou ao meu lado.
— então bela, o que você faz da vida?
— sou restauradora de obras de artes, estou morando a quase um mês na cidade, enquanto trabalho no teatro que está em reforma. E você? — encaro sua língua deslizar por seus lábios úmido de sorvete, antes dele sorri com entusiasmo.
— sou designer de joias, e tenho uma pequena joalheria. — contou com entusiasmo.
— então, temos trabalhos parecidos de certa forma, joias e artes ficam para sempre, e costumam marcar momentos especiais. E seu irmão trabalha com você? — questiono lembrando do projeto de assediador.
— meu irmão é advogado, dos bons por sinal. — sorriu contido, ao falar do energúmeno. — normalmente ele é muito educado e brincalhão, ainda estou desacreditado que ele tenha agido de forma tão baixa com você. — sorriu constrangido. — aquele ego enorme dele, deve está afetando a sanidade. Vou ter uma conversa séria com ele.
— sobre o ego, consegui deixar ele bem irritado, usando quase o mesmo argumento que você. — sorri lembrando da sua face avermelhada. — acusei o seu irmão, de usar o ego enorme, pra encobrir o p*u pequeno. — conto o ocorrido, e Alessandro gargalha com divertimento.
— gostei de você bella. Nem vou ficar sentido, por seu comentário ter me atingindo também, afinal somos gêmeos idênticos, então certas coisas também são quase idênticas. — faz uma careta engraçada. — ele deve ter quase tido um infarto, pagaria para ver a cara de i****a que ele fez. — assumiu com satisfação.
Conversamos mais um pouco sobre trabalho e viagens, e consegui desviar o olhar sempre que podia, para ele não me pegar babando em seu peitoral perfeito. Que homem delícia.
— preciso me despedir, porque tenho uns desenhos para concluir. Você poderia me dar seu número, então marcamos de tomar um café, e conversarmos?! Também temos que marcamos, para conhecer minha loja. — da aquele sorriso que faz você concordar com qualquer coisa.
— claro, me de sua mão. — pedi lembrando que não tinha nenhum bloco na minha bolsa, e que havia esquecido meu celular.
Pego uma caneta na minha bolsa, e seguro sua mão enorme. Nossa que mão macia, senti como se um energia passasse por meu corpo e fosse parar na minha i********e, respiro fundo e escrevo meu número, tentando não ser uma pervertida.
— certo Alice nos falamos logo. — despede-se, com um pouco de pressa.
— claro.
Alessandro pega minha mão, e dá um beijo, seguido de um piscadela. Sorri sentindo um arrepio gostoso escorrer por meu corpo, e se concentra no meu centro. Vixe, eu corei e molhei.
Ele se distância, exibindo aquela bela b***a e costas largas, boa de arranhar. Alice o que você tem na cabeça? Respiro procurando o pouco que restou da minha sanidade, e caminho de volta ao apartamento, para tentar pensar direito, por que devo esta enlouquecendo.