capitulo 18

923 Words

📓 NARRADO POR MIGUEL SANTANA (Quando a casa respira junto) A casa tava quieta, mas nĂŁo era aquele silĂȘncio vazio de lugar sem vida. Era o silĂȘncio de quem descansa, de quem finalmente pode baixar a guarda. SilĂȘncio de lar. A Manu tava deitada com a cabeça no meu braço, o livrinho dela aberto em cima da barriga, como se tivesse apagado no meio da histĂłria. As pĂĄginas nem tavam viradas direito metade dobrada, metade caĂ­da jeito dela, tudo bagunçado, tudo vivo. Eu tava ali sĂł olhando. Respiração dela. PĂĄlpebra tremendo de sono. Dedo miĂșdo segurando minha mĂŁo com força. Como se se ela soltasse, eu sumia. E isso me acertou num lugar que o colete nunca protegeu. Passei a mĂŁo no cabelo dela devagar, sentindo os fios finos, macios, com cheiro de shampoo de morango que a LĂ­via compra escondi

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