📓 NARRADO POR MIGUEL SANTANA O jogo seguiu, mas já não era mais só jogo. Era duelo. Cada passo, cada respiração, cada toque de bola parecia parte de uma guerra antiga e, como sempre, ninguém ali queria render bandeira primeiro. Ana vinha rindo, leve, provocante. Eu vinha firme, calculado, fingindo calma enquanto o sangue já batia na cabeça. Ela tentou o mesmo drible de antes rápido, curto, confiante. Mas dessa vez eu li o movimento antes dela fazer. Travei o pé, avancei um passo e roubei a bola no impulso. — “Aprende, doutora. BOPE não cai duas vezes na mesma armadilha.” — falei, segurando o fôlego e deixando o ar escapar com gosto. Ela estreitou os olhos, o sorriso provocante voltando. — “Mas cai bonito, né?” Antes que eu respondesse, ela avançou outra vez. A bola ricocheteou

