📓 NARRADO POR MIGUEL SANTANA Sobre a Ana Lívia desde aquele beijo, eu e ela seguimos por caminhos diferentes. Ou melhor — eu segui, e ela soube parar. Ela sempre teve essa coragem que eu nunca tive: a de escolher a paz. Enquanto eu fiquei no morro, cercado de pólvora e promessas, ela voltou pro hospital, pro jaleco branco, pra vida que cura. E eu… continuei sendo o cara que sangra. Aquele beijo ficou preso na pele. Foi despedida e confissão ao mesmo tempo. Não teve adeus, só silêncio. Um silêncio cheio de coisa dita e engolida. Desde então, eu evito até falar o nome dela. Não porque não doa, mas porque dói demais. A Ana foi o único pedaço de céu que eu encontrei dentro do inferno. E quando o inferno tomou conta de tudo, ela fez o que eu nunca conseguiria: abriu a mão. Eu aind

