Capítulo 3

1021 Words
Rosali Passei a noite toda me revirando na cama, após a conversa com o tio Liam. Sei que meus pais não poderiam prever todos os acontecimentos, mas poxa, precisava me deixar com tutores até os 21 anos? Sempre fui uma garota responsável que obedecia em tudo. Preciso, pensar na minha faculdade, como o tio Liam mesmo disse, ele pode pagar e quando eu tiver acesso à minha herança, devolvo tudo. Também quero tirar minha carteira de habilitação, e sei que ele pode me emprestar um de seus carros. Não quero ser dependente dele para tudo, facilitarei sua vida. Sei que ele quer que eu esteja aqui, o mesmo tanto que quero estar, que numa escala de 1 a 10 a vontade é zero. Por volta das sete da manhã, resolvo sair do quarto e encarar minha nova realidade. Não consegui ver muita coisa ontem da casa, afinal estava cansada e depois de nossa conversa, só quis me trancar no quarto. Noto que tem mais quartos no andar, abro um que sei que não é do meu tio, e para minha mais absoluta surpresa, está vazio. — Por que alguém teria tantos quartos na casa, para não se dar ao trabalho de mobiliar? — resmungo. Volto pelo corredor, nem vou me dar ao trabalho de olhar os próximos quartos. Sigo para uma janela no final do corredor, uau, que lugar lindo. Uma piscina enorme, muito verde, poderia passar horas ali. Desço as escadas, está tudo tão silencioso, acho que meu tio já saiu para trabalhar. Sempre soube pela minha mãe que ele só vivia para o trabalho. Sinto o cheiro delicioso de café brasileiro, e barulhos vindo da cozinha, sou atraída para lá, só pelo café. Na cozinha, encontro uma senhora, fritando algo. — Olá, bom dia — cumprimento um pouco acanhada. — Olá, menina, bom dia — responde contente, me simpatizo com ela de cara — me chamo Marta, sou cozinheira dessa casa — fala e abre os braços mostrando a casa. — Olá, dona Marta, eu sou a Rosali — me apresento, mas tenho certeza que já sabe quem sou — sou sobrinha do senhor Liam. Ela vem até mim, me dá um abraço apertado, que me deixa com o coração apertado e os olhos cheio de lágrimas. Tenho um fraco para demonstrações de carinho. — Vem menina, vem tomar um café quentinho com pão de queijo — já fico com água na boca. — Pão de queijo? Meu Deus, faz 3 anos que não como pão de queijo, amo pão de queijo — me sento e ela coloca uma caneca de café e uma cesta com vários pães de queijo na minha frente. Devoro vários deles, só então me lembro de perguntar sobre meu tio. — Tio Liam, ainda está dormindo? — Não, querida, ele sempre sai muito cedo, quase não para em casa — confirmando o que todos falavam — mas me pediu para passar a semana toda, geralmente, só venho duas vezes por semana. — Imagina, dona Marta, não precisa se incomodar, consigo me virar sozinha — fico com vergonha deles acharem que ainda preciso de uma babá. — Não é incomodo nenhum, querida, é um dinheiro a mais na minha conta, é sempre bom né — fala e sai dando risada, disso eu não posso discordar. Vou até a área da piscina, está tão calor, nossa como senti saudades do calor. Mesmo estando com uma blusa de alcinhas e um shorts, estou suando. Gostaria muito de entrar na piscina, mas não tenho nenhum biquíni, preciso de um com urgência. Continuo contornando a casa, nossa aqui é enorme, área gourmet, com churrasqueira, que parece não ser usada há anos. Nossa uma sauna, realmente essa casa é de rico, nunca conheci ninguém que tivesse uma sauna em casa. O problema é que ela também parece que não é usada há anos. Será que tio Liam se importaria se eu usasse? Ele nunca para em casa, mas como estarei por aqui, posso ver se ele deixa eu colocar essa casa para funcionar. Volta a inspecionar, dessa vez dentro da casa, passo por algumas portas, lavabo, armários e um escritório. Esse último parece ser bem usado. Entro me sentindo meio intrusa, vou até sua mesa, um notebook de última geração, algumas pastas que parecem ser do trabalho. Mas o que mais me chamou a atenção, foi uma estante que ocupa uma parede inteira, cheias de livros. Me aproximo, reconhecendo alguns títulos e meus dedos coçam para pegar um emprestado. Será que ele perceberia? Prefiro não mexer, enquanto não pedir permissão. Saio do escritório e dou de cara com a dona Marta, levo um susto daqueles. — Ai, querida, não queria te assustar, me desculpa — meu coração parece que vai sair pela boca. — Imagina dona Marta, eu que estava distraída. — Só queria te avisar que deixei o almoço pronto e já estou indo embora, meu horário é até ao meio-dia. — Claro, dona Marta, muito obrigada! — Imagina menina, até amanhã então — se despede, me dá um beijo e um abraço rápido. — Até — respondo, retribuindo seu abraço. Assim que ela vai embora, tenho uma ideia genial, já que estou sozinha, nessa casa enorme, e o calor está matando, vou tomar banho de piscina com minhas roupas íntimas. Vou até a borda da piscina, tiro a roupa e mergulho. A sensação é tão boa, amo o Brasil, amo o calor. Fico na piscina durante algumas horas, só saio quando meu estômago está roncando de fome. Passo o restante da tarde, assistindo a vários filmes e séries na televisão gigante que tem na sala. Só quando já está bem tarde, resolvo ir para meu quarto dormir. Nem sinal do tio Liam. Não quero ser um peso para ele, mas estou me sentindo tão sozinha, gostaria pelo menos que tivesse alguém para me desejar boa noite, sei que pode parecer tão infantil isso, mas estou me sentindo sozinha, e esse é apenas o primeiro dia. Amanhã vou procurar por faculdades, cursos. Fazer amizades vai me fazer muito bem. E com esse pensamento de que amanhã será melhor, adormeço.
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