Eleanor Ao entrarmos no escritório do meu pai, ele está sentado onde sempre se senta para reuniões importantes — daquelas que mudam vidas. Nem preciso olhar para o cinzeiro de cristal pesado para saber que há pontas de cigarro e cinzas ali. Seu escritório parece menor do que antes, mais apertado. Talvez seja porque, quando eu o via com olhos de criança, tudo parecia maior. O grande tapete no chão está um pouco desgastado, marcado pelos muitos sapatos que o cruzaram — alguns dos quais nunca mais voltariam a pisar ali. A biblioteca dele ocupa uma parede inteira, de cima a baixo. Lembro-me de folhear aqueles livros quando criança, nos raros momentos em que ele estava de bom humor e me deixava sentar com ele ali, com a única condição de que eu não o atrapalhasse. Para minha mente curiosa, aq

