Capítulo 49. Decisão tomada

428 Words
Theodore passou a maior parte da noite andando de um lado para o outro no quarto, a cabeça latejando entre lembranças e decisões. Cada vez que fechava os olhos, via Sophie o toque dela, o sabor do beijo, o modo como o afastou logo depois. E junto dessa lembrança vinha a voz fria e cortante de Elizabeth: "Antes que ela assuma as duas empresas e tire os Beaumont do comando." Ele se jogou na cama, mas o sono simplesmente não vinha. O conflito o corroía. Parte dele queria ignorar o que a mãe disse, acreditar que Sophie não era assim. Mas a outra parte a parte pragmática, moldada desde cedo para proteger o império da família. Afinal ele na tinha sido traído pelo próprio pai. Essa parte sussurrava que Elizabeth podia estar certa. "Você precisa marcar esse casamento logo." Por volta das três da manhã, Theodore se levantou outra vez, serviu-se de outro copo de whisky e ficou olhando a cidade pela janela. Se Sophie realmente estivesse jogando, ele não podia ser o i****a que se apaixona e perde tudo. Quando finalmente adormeceu, o sol já ameaçava nascer. O sono foi leve, inquieto, repleto de fragmentos de memórias o sorriso dela, a risada, o olhar irritado, o toque dos lábios. Às sete, ele se levantou com a cabeça pesada, mas a decisão já tomada. Pegou o celular e, sem hesitar, discou o número de Genevieve, sua secretária. Ela atendeu com a voz ainda sonolenta, surpresa pela ligação tão cedo. — Senhor Beaumont? — Genevieve — a voz dele soava firme, mas havia algo tenso nela —preciso que providencie a papelada e os contatos necessários para... marcar o casamento. Houve um breve silêncio do outro lado da linha. — O casamento, senhor? — Sim. — Ele passou a mão pelo cabelo, tentando soar natural. — Dentro de um mês. Nada mais do que isso. Genevieve, acostumada com os humores e decisões repentinas do chefe, não questionou. — Entendido, senhor. Vou cuidar de tudo ainda hoje. — Ótimo. — Theodore encerrou a ligação, ficando por um momento imóvel, com o celular ainda na mão. A decisão estava tomada. Mas em vez de alívio, sentiu um peso estranho no peito. Ele tentou convencer a si mesmo de que era apenas uma questão de estratégia, de manter o controle. Nada mais. Mas, no fundo, ele sabia que a pressa não era apenas racional. Era medo. Medo de que, se esperasse mais um pouco, Sophie pudesse ser a única a decidir o que aconteceria com ele, e com o coração dele também.
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