Sophie observava o movimento da rua pela janela, mas, em um instante, o brilho discreto no pulso de Theodore chamou sua atenção.
Ela desviou o olhar, fixando-o ali no relógio perfeitamente ajustado ao braço dele. Ouro rosa, pulseira de couro marrom, mostrador limpo, elegante. Um Patek Philippe Grand Complications.
— Belo relógio, em— ela comentou.
Theodore manteve o olhar na estrada, mas um canto de sua boca se ergueu.
— Um presente
— De quem? — ela perguntou, fingindo desinteresse enquanto passava a mão pelos cabelos.
— De mim pra mim mesmo. — Ele virou brevemente o rosto, o olhar firme. — Gosto de me recompensar as vezes.
— Que conveniente — ela murmurou. — Sua cara mesmo, adora esbanjar coisas de grife.
— E você compra vestidos que deixam qualquer um sem ar — ele retrucou, com naturalidade, como se falasse sobre o tempo.
Sophie ergueu o queixo, surpresa com a franqueza.
— Então é isso que você estava pensando quando eu cheguei?
— Eu estava pensando — Theodore começou, ajustando a marcha e lançando um olhar rápido para ela — que um homem precisa de autocontrole pra te ver chegando assim e ainda lembrar que está indo jantar com a mãe da noiva falsa.
Ela mordeu o lábio inferior, escondendo o riso.
— Então talvez eu devesse dirigir.
— De jeito nenhum — ele respondeu, voz grave, sem desviar os olhos da estrada
Sophie cruzou as pernas devagar, o tecido acetinado deslizando e revelando a f***a.
— Eu achei que nós tivéssemos tentando nos alinhar, para enganar minha mãe. — Ela responde provocativa.
Ele soltou um riso curto, baixo. — Eu também achei.