Lua de Mel.

1351 Words
Lauren Mckay Já estamos no terceiro dia de lua de mel e eu sequer tinha visto Alec desde a nossa chegada as Bahamas. Eu ouvi algumas vezes o serviço de quarto ir até os aposentos dele e foi a única crença que eu tive de que ele estava vivo. Continuei minha busca por mais informações sobre Alec, mas tudo o que eu encontrava se referia a empresa e a fortuna do pai dele. E óbvio que, com o nosso casamento, nossa união estava sendo comentada por muitos sites de investimento e algumas páginas de fofoca. Aquela manhã, quando Geralt saiu bem cedo da minha cama, eu me perguntei se aquela seria a minha vida para sempre. Estranhamente, ao ver as fotos e vídeos do casamento e os comentários nas redes sociais, eu comecei a sentir arrependimento... que durou até meu pai enviar o relatório dos acionistas da empresa após o casamento. Nossas ações subiram mais de cento e dez por cento, havia novos investidores e potenciais clientes. Foi o que me fez erguer a cabeça e ir tomar um bom banho. Em seguida eu desci para o SPA e lá eu fiquei até a hora do almoço. Sozinha na minha lua de mel, eu me sentei em frente a uma piscina gigantesca que desaguava no mar e observei a paisagem por alguns minutos, até ser surpreendida pelo meu marido. — Se importa? — Alec sentou-se na minha frente enquanto eu tomava uma taça generosa de vinho. ­— Nem tive tempo de responder, mas não, não me importo — apoiei a taça na mesa. Alec estava com uma segunda pele marcando seu peitoral com um pouco de areia no rosto, ele também usava uma bermuda que parecia encharcada e estava descalço. — Acho que será prudente você dormir no meu quarto. Pelo menos na lua de mel. — Mesmo com o contrato de confidencialidade? — Sim. Bom, nós precisamos ficar no mínimo dois anos casados. Seria interessante tentar nos conhecermos melhor — ele me observou — não podemos ficar andando sozinhos pela ilha como se não nos suportássemos. — Eu não te suporto — beberiquei o vinho e ele revirou os olhos — Mas faz sentido. Eu não vejo problemas com isso, Alec. — Que bom… Só mais uma coisa, vou precisar voltar para Chicago amanhã pela tarde. O olhei, desejando esganá-lo. — Mas são dez dias de lua de mel. — Eu tenho compromissos com a igreja. Pensei em xingá-lo, mas não iria valer a pena. — É claro que tem — respondi, irônica — Mas a sua igreja é em Chicago e nossa casa em Nova York. São mais de mil quilômetros de distância. — Eu sei, porém não posso falhar com a comunidade. Teremos uma ação humanitária para receber alguns refugiados, você deveria ir, será muito bom. — Eu prefiro ajudar as pessoas sem precisar convertê-las antes — ergui os ombros e ele negou com a cabeça. — Não é assim que funciona por lá. — Eu duvido, Alec. — Ainda existem pessoas boas que só acreditam no amor de Deus, Lauren. — Eu não dou a mínima para o que as pessoas acreditam. A vida precisa ser bem vivida, celebrada, e, o amor não deve ser dado pelo sentimento de obrigação com uma força superior. Alec riu e eu desviei o olhar. O fato dele ser absurdamente lindo e forte me deixava desconfortável. Se fosse feio, seria mais fácil desgrudar meus olhos dele. — Quer caminhar? Assenti e virei o restante do vinho de uma vez, cobrindo meu corpo com uma saída de praia. Me parecia estranho andar de fio dental ao lado de um pastor. Nós descemos uma pequena escada que separava o hotel da areia e começamos a caminhar em silêncio, apenas sentindo a calmaria do local enquanto o vento balançava meus cabelos. — Eu não sou tão entediante como você pensa. Olhei para o meu marido e aguardei ele argumentar a própria frase. — Por exemplo… — ele continuou — eu te acho metida e arrogante. — E essas são as minhas maiores qualidades — falei, rindo — nada de errado até então. Ele me olhou com o canto dos olhos, exibindo um sorriso de lado. Diminui os passos subitamente e semicerrei os olhos, sinalizando disfarçadamente a presença de duas pessoas com câmeras apontadas para nós. - Fotógrafos – sussurrei – vai, me abraça! Alec se curvou para ficar da minha altura e me abraçou, tirando-me do chão. Em seguida ele me girou e eu fingi uma gargalhada, sentindo um certo calor anormal em ter ele tão perto de mim. Meu marido segurou firme nas minhas coxas, me obrigando a circundar a cintura dele com as pernas e eu o olhei, sendo beijada em seguida. Alec não me beijou da forma que eu esperava. Pois nosso primeiro beijo foi no altar e foi extremamente sem graça. Ele me beijou com força e apertou minhas coxas, espalmando minha b***a com a mão direita. Retribui o beijo da mesma forma, me agarrando ainda mais nele enquanto nossas línguas brigavam por mais. Quando paramos, Alec me colocou no chão e voltou a caminhar como se nada tivesse acontecido. E eu teria que fazer o mesmo. Eu não esperava por isso. De forma alguma. — As fotos ficarão boas – Alec ironizou e eu assenti – meu pai me ligou hoje pedindo para eu dar um assunto para a mídia. Desculpe per passado a mão em você. — Tudo bem… — foi tudo o que eu falei, pois, a minha mente o desejava em cima de mim, fazendo todas as loucuras possíveis – tudo bem. Naquele dia, nós jantamos juntos em um restaurante próximo ao hotel. Eu gostava muito do frescor das bebidas e dos temperos caribenhos. Então, mesmo sabendo que Alec iria voltar para os Estados Unidos no dia seguinte, eu não deixaria de aproveitar o meu descanso. Eu tinha mais uma semana até voltar a minha rotinha maluca. Nós não conversamos durante o jantar, apenas sorrimos quando estávamos muito sérios e ficamos utilizando nossos celulares. Quando terminamos, voltamos para o hotel e eu me surpreendi ao ver a jacuzzi preparada para nós. — Coisas de lua de mel ­— ele comentou — é toda sua. Apenas assenti e caminhei pelo deck externo da suíte, observando a água com pétalas de rosas. — Seria interessante desfrutar disso com alguém que se ama de verdade — comentei — mas, para um casamento arranjado, até que está de bom tamanho. Eu estava com um vestido vermelho longo, então apenas puxei a bainha e os tecidos para cima e me sentei na borda, colocando meus pés. — Você sabe que serão só dois anos, certo? Depois você pode se relacionar com outra pessoa... — Eu vou ter trinta anos, Alec — dei risada — e na minha família eu nunca tive muita escolha. — Sei... — ele voltou para o quarto e eu respirei fundo, olhando para o céu — vou deixar a cama para você e dormir no sofá. Durante a madrugada, a cama ficou vazia. Eu fiquei na jacuzzi até meu corpo enrugar. Me certifiquei de que Alec estava dormindo e me permiti ficar apenas de lingerie, bebendo vinho, ouvindo música nos meus fones e torcendo veemente pelos próximos vinte e quatro meses serem no mínimo aceitáveis. — Lauren? Senti uma mão nos meus ombros e abri os olhos assustada. Fui imediatamente tomada por uma dor de cabeça aguda e uma ânsia de vômito fortíssima. Mesmo sem estar frio, meu corpo tremia e eu me dei conta de que havia adormecido bêbada dentro d’agua. Me levantei rapidamente ignorando o fato de Alec me ver seminua e apanhei uma toalha, me aninhando no tecido em seguida. — Estou indo para Chicago. Te encontro em Nova Yorque em alguns dias. Sem que eu pudesse responder, Alec apanhou o computador e uma bagagem de mão, retirando-se do quarto. E pela porta semiaberta notei um outro homem com ele. Pelo menos a suíte seria minha e do Geralt. Mal eu sabia o que me aguardava quando os dias no paraíso acabaram.
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