Capítulo Três

1444 Words
— Na minha vez eu lavo sozinho. Ninguém vai lá oferecer ajuda. - Ben reclamou após o término do trabalho. — Não fez mais do que devia! - Ester disse com desdém. — Então, eu estou esperando ela vir. Me disse que havia problemas na escola do Yuri e que depois viria, isso tem dois meses. — Mas a Aliza é assim. Conversamos de ir jantar em algum lugar, só nós quatro. Cadê? Vive pro trabalho! — Tyler eu até vejo um pouco, mas ela vai fazer é tempo que nem a voz dela escuto. Eu vou ligar pra ela e perguntar por que ela não está indo a igreja. Liam já me perguntou umas dez vezes sobre ela estar sumida. — Apesar dele não ser o Pastor ele se preocupa, não é? - Kita disse com um sorriso orgulhoso no rosto. — É uma grande diferença dos tempos de escola. — Pois é! É outra pessoa. Aprendeu com meu pai e se tornou professor de música na igreja. Quem diria que aquilo, ia virar um Pai, marido, filho e servo de Deus maravilhoso? — Desculpa incomodar Tia Kiara, mas... a Ari está em casa? - Ben perguntou. — Tinha que falar dela? Jura? — Não falei com você projeto de casa de boneca. — O que? - Ester disse com tom desacreditado. Não era pelo novo apelido, mas sim pela entonação. Por que ele quer tanto falar com ela? — Filho, ela disse que viria aqui logo após o seu estudo. Disse que queria conversar contigo. — Estudo? Só se for estudar aquele vizinho dela, que convenhamos ser um pedaço de m*l caminho. — Ester! - Lya a repreendeu. Sem resposta ou arrependimento de sua fala. Apenas permaneceu em silêncio. As duas amigas seguiram para a cozinha. Kiara se propôs a ajudar Lya a fazer o jantar, enquanto Elena escutava músicas no sofá, Ben seguiu até seu quarto para rever alguma matéria do seu curso de fisioterapia em seu quarto e Ester assistia TV, quer dizer, trocava de canais incessantemente, na sala. Cansada de ficar parada e sem nada atrativo sendo transmitido, Ester se levantou e subiu a escada. Estava pensativa, quem via até diria que estava triste. Mas...por que estaria triste? No topo da escada seguiu para a esquerda, onde se localizava seu quarto, mas um sorriso brotou em seus lábios e ela girou em seus calcanhares e tomou o corredor à direita indo em direção ao quarto de Benjamin. Sem qualquer aviso ela entra no quarto e se joga em sua cama. — Vai quebrar! - Ben exclamou. O jovem estava sentado em sua escrivaninha e ao seu redor livros, cadernos e canetas. — Do jeito que é gorda. Silêncio. Silêncio não era algo comum quando Ester, a filha dos O'Jill estava perto. Ben sabia que tinha algo errado. Ele a conhecia, era praticamente seu irmão, seu tio. Era seu melhor amigo. Pegou o lápis em sua mão e o colocou no meio da página de seu livro de anatomia, arriou seu caderno por cima dos livros que ocupavam todo o espaço da mesa. Se levantou e se pôs a olhar a loira que estava deitada em sua cama, não como o habitual, mas toda esparramada. Seus cabelos levemente cacheados caiam por cima de seu rosto, e sua expressão era vazia. Ben achou estranho, afinal ele acabara de chamá-la de gorda, e ela nunca deixava barato. Mesmo que fosse brincadeira. O moreno gostava de ver Ester brava, ela ficava linda com raiva. Sorriu enquanto balançava a cabeça quem sabe na tentativa de ... acordar? Sair de um transe? Deu dois passos e deitou ao lado dela. Passou sua mão por cima de seu corpo para tentar pegar um travesseiro, já que ela havia deitado bem no meio. Sem dar uma palavra ela pega o travesseiro e joga na cara de seu ... irmão? Tio? Amigo! De seu melhor amigo! — Você podia ser mais delicada. - reclamou tirando o objeto de seu rosto e o posicionando de baixo de sua cabeça. — E você podia ser menos perfeito! - Retrucou a menina ainda imóvel, evitando olhar para sua paixão de olhos azuis. — Mas aí deixaria de ser eu. - Rebateu. Ester permaneceu em silêncio. — És? — Hum? — Da crise de ciúmes, quebra minha cama de tanto pular de novo, mas pelo amor de Deus fala alguma coisa! — A menina sorriu e ficou de lado. — Por que você não me ama? - Ela disse. Ben, olhando fixo para aqueles olhos verdes viu-os molhados. Ele abriu a boca, mas palavra alguma saia. Então a abraçou. Sem mais a puxou para seu peito e a encaixou abaixo de seu queixo. Sibilava inaudível: Não posso. Juro que não posso. Lá embaixo Lya terminava o jantar. — Ótima ideia! Isso! Não, não! Perfeito! O Chris vai amar. - Dizia Kita ao telefone. — Obrigada Louis. Até já! — Obrigada por sua ajuda Kita! - Disse Lya sorridente. Ela estava com a salada em mãos e pondo a mesa. — Devia contratar uma empregada para te ajudar! É uma casa muito grande! — Eu tenho uma faxineira e além do mais só dei folga para És e Lena porque você está aqui. Tenho duas adolescentes em casa, não dois bichos preguiças. — E Ben? - Questionou Kiara. — Ele eu não preciso obrigar a nada. Faz de bom grado. Sabe, ele faz um pudim melhor do que o meu. Liam, que acabara de entrar em casa, ouviu as risadas vindas da cozinha, então parou de subir a escada seguindo para a cozinha. — O cheiro está maravilhoso! — É? Eu ajudei sua amada esposa a cozinhar. — Que pena, algo deve ficar r**m! - Brincou Liam. Kiara e Lya expressaram estar nada feliz com seu comentário. — Quando estiverem no jantar, pergunte a ele qual ficou r**m e se ele errar qual eu fiz, mate-o quando estiver dormindo. — Você é má! - Disse Liam enquanto abraçava sua esposa. — Bom, estou indo. Irei esperar meu marido para jantar. Até depois! — Até! De lembranças ao Christian! - Disse Liam. — Te acompanho e aproveito para chamar as crianças. — Crianças, Ly? — Só na cabeça dela, Liam. Só na cabeça dela. Lya acompanhou Kiara até seu carro, depois entrou fechando a porta atrás de si. Subiu a escada levando o paletó e a maleta de Liam que havia deixado num degrau da escada. Seguiu até seu quarto e deixou as coisas sobre a cama e seguiu no corredores chamando seus filhos para jantar. — Lena, jantar! Vamos, desça! — Because He lives, I can face tomorrow! — Lena! — God is not dead! He is l... — LENA! — Ah! Oi mãe? - disse a menina sem jeito, retirando os fones do ouvido. — Jantar! - Disse e logo se retirou. Lya andou poucos metros até o quarto de Ester. Abriu a porta de seu quarto e constatou que lá não estava. Andou até o de Ben. Bateu apenas uma vez e logo abriu a porta vendo dois jovens que levantaram assustados da cama. — Tia, juro que não é isso que a Senhora está pensando! — Claro que não é! Porque senão mataria os dois! Não quero que isso se repita! — Não irá! Nós somos como irm.. — Vocês não são casados! Só quando for! Sabem disso! — Ahn? — Agora venham jantar e não deixem que seu pai imagine que vocês estavam no mesmo quarto.. e, e... abraçados... na cama. Ester permaneceu em silêncio se surpreendendo com as palavras de sua mãe. Achava que estava sozinha sem o apoio dos pais, já que Liam, explicitamente, não apoiava o romance dos dois. Tendo tirado Benjamin para essa conversa mais vezes do que o moreno consegue contar. Benjamin saltou da cama assim que Lya saiu do quarto e seguiu a tia rapidamente. Ester se jogou na cama praguejando que aquele momento havia acabado. Todos sentaram-se juntos para jantar, Lya e Liam um do lado do outro, sendo que Liam sentou em uma das pontas, do outro lado da mesa Ester e Elena, e na ponta Benjamin. O jantar decorreu tranquilo com Lya animada por um novo projeto até que Liam comentou que os acionistas das empresas O'Jill o convidaram para assistir a uma partida de baseball da maior liga americana. Lya, como não gostava dessas amizades, não ficou nada satisfeita. Fez careta ao ouvir um: Pego uma folga na próxima sexta-feira. Ela não queria ser recompensada! Ela só queria seu marido no sábado, um dos únicos dias que tinha com ele tranquilamente. Mas mesmo com sua feição descontente nada mudou.
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