I

1194 Words
Brasil Verão 1832 — Aí! Maria leva o dedo espetado a boca, a jovem nunca levará jeito para o bordado, mas nada podia fazer, o sol m*l estava ao meio do céu e ela já havia feito todas as suas tarefas. Ela fora ao boticário e a modista, mas nem isso ocupará seu tempo. Visitará Isabela sua amiga de infância, entretanto não era elegante uma senhora passar tanto tempo na casa de uma recém casada. Nada podia fazer trancada naquela imensa casa, nos últimos anos ela já havia mudado todos os móveis, mudado as cores das paredes e comprado mais coisas do que realmente precisava. Porque essa era sua natureza ela não conseguia apenas combinar com as cortinas e esperar que a servissem. Eugênia a visitará uma vez ao mês, um ano após o casamento. Com o passar do tempo, porém, a família começara a se esquivar da jovem, já não era mais sua família, ela tinha uma nova agora uma família com um marido que tinha a abandonado a quatro anos. Nicolau havia partido para Inglaterra para estudar, um mês após o casamento, a jovem gostava da ideia ter um marido, passou a ser tratada como uma adulta e tinha sua casa, seus criados e sabia de coisas que jamais contavam a uma moça solteira . Ainda se lembrava do seu casamento era tão jovem tinha acabado de completar seu décimo quarto aniversário e seu presente fora um noivo cinco anos mais velho. Eugênia a mãe de Maria ficará eufórica com o casamento da única filha, Nicolau era o melhor partido da temporada e do estado, ela não deixaria qualquer outra dama amarrar o jovem mais rico da socidade. Ainda que Maria gostasse deles, não conseguia sentir falta da vida que levará com o fútil casal. Os dois não eram moralmente corruptos, mas eram superficiais, estúpidos, desorganizados e afligidos por ataques virulentos de perambulação. Sempre queriam sacudir a poeira de algum lugar muito antes de ela ter tempo de se assentar. Nunca deixando a jovem tomar decisões sobre a própria vida. Olhou pela janela o sol estava forte, quase todos os criados estava ocupado com o almoço. Ela se sentia sufocada, precisava sentir o vento bater em seu rosto, já tinha sido furada por a maldita agulha mais vezes que o necessário. Ela andou devagar até o riacho, acariciando as flores e plantas pelo caminho. Quando chegou ao seu destino um dos criados estava tirando a água. Gostava de todos os empregados da casa, era as únicas pessoas que ela conversava, era sua família. — Senhora! – Ismael era dois anos mais velho que ela, é um rapaz tão bom e igualmente inteligente. Ele retirou o chapéu marrom, limpando o suor da testa. — Não precisa ser tão formal, Ismael. Pode continuar seu trabalho não irei atrapalhar. Ele apertava o chapéu contra o peito e suas bochechas estavam vermelhas. Por um momento sua voz não saiu e tudo o que a moça fez foi sorri com complacência. — A senhora, precisa de alguma coisa? – Ele gaguejou e fixou os olhos castanhos pela primeira vez depois de muito tempo nos de Maria. Ela negou com cabeça. — Continue o seu trabalho – Ela sorriu para o garoto que se engasgou e desajeitadamente pegou o balde e voltou ao trabalho. Ela ficou olhando Ismael trabalhar, o sol estava forte e ela havia esquecido o chapéu, mas todos já a tinham visto sem, queria ajudá-lo, mas da última vez que havia tentado ele entendeu como um insulto e se mostrou decepcionado consigo mesmo. Os sapatos machucava os seus pés, ela encostou no pé de jabuticaba e suspirou alto atraindo a atenção do garoto que tratou de fazer tudo com mais agilidade. E em alguns minutos ela estava sozinha. Ela olhou para o céu límpido e azul, seus lábios se esticando formando um sorriso. Sim, ela gostava muito do calor em seu rosto, do vento em seus cabelos. O barulho dos pássaros e do vento batendo contra as árvores, a deixa em êxtase é o que a faz relaxar, ter paz. Com gentileza ela começa a tirar um grampo por vez o alívio que sente ao ter os cabelos caindo por suas costas a faz gemer. ??? A cena não era familiar para o homem que a observava, Nicolau queria saber quem era a mulher com cabelos pretos e as canelas de fora que estava na sua propriedade de maneira tão desavergonhada. Sua longa experiência lhe ensinara que não havia grande diferença entre uma rameira e uma viúva. Mas aquela mulher era jovem e não trazia a aparência de uma prostituta usada. Poderia ser uma viúva. Nicolau desceu do cavalo e caminhou lentamente até a mulher que agitou os pés dentro da água, o som da risada fizera com que o coração do jovem botânico acelerar-se. Fazia dias que estava em sua viagem e a vigem até sua casa parecia ter sido tão longa quanto qualquer outra que já fizera. Os anos que havia passado na Inglaterra o havia transformado, agora era um homem em todos os sentidos e sentiu todo o seu corpo reagir a mulher a sua frente. O jovem m*l se lembrava da sua esposa, a verdade era que todos os anos que haviam se passado ele nem sequer tinha vontade de escrever para ela e não fizera isso e se tivesse feito não se lembrava. Ele foi tirado dos seus devaneios com a risada da bela morena que agora se encontrava tão perto os olhos fechadas, a cabeça jogada para trás, fazendo com que os cabelos roçassem a grama. — Milady ?– Nicolau se inclinou sobre a jovem sentindo seu doce perfume, ela se virou ficando a pouco centímetros de Nicolau. — Diga-me o que faz sozinha em um lugar tão distante da casa ou sem uma acompanhante ? Ela piscou os olhos azuis parecia não compreender o que lhe havia sido perguntado. Nicolau estava impressionado com a mulher, desejava que ela viesse aceita-ló em sua cama. Ela passou a mão apressada pelo vestido amarelo que possuía mais babados que ele achou necessário. E por um momento imaginou o que havia abaixo de tanto tecido. — Não devo explicações ao senhor. – De todas as respostas essa era a única que o jovem não esperava, estava acostumado com os sorrisos e agradecimentos das inglesas, começou a duvidar se essa era uma dama como ele havia imaginado e se fosse uma alguém deveria da um jeito o mais rápido possível no gênio da mulher. — Você não deveria está sozinha aqui, o proprietário dessas terras poderia vir a se irritar e colocar os cachorros sobre a senhorita. Seus grandes olhos azuis se arregalaram, ela se afastou o suficiente para se levantar, a cor desaparecerá do seu rosto e por um momento Nicolau temeu que a bela jovem fosse frágil demais e acabasse tendo um desmaio pela brincadeira, o jovem nunca saberá o que fazer ao ter uma mulher desacordada em seus braços, às preferias lúcidas e ávidas. — Quem é o senhor ? — Não se apavore foi apenas uma brincadeira ninguém colocará cachorros atrás de tão bela dama em minhas terras.
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