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Blurb

Amy e Tyler viram amigos por acaso por causa de seus pais, quando tinham apenas seis anos de idade, e desde então, viram melhores amigos. 10 anos depois, na puberdade, acabam encarnando num romance que poderá colocar em jogo a amizade deles.

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"Somos apenas amigos"
Meu nome é Amy. Faço segundo ano do ensino médio, filha única e de pais separados, e a melhor parte: sou melhor amiga de Tyler Shown. Ele é totalmente egocêntrico, orgulhoso, tímido, careta, cdf. É, mas isso é quando ele não te conhece. No meu caso, nos conhecemos há 10 anos, parece que foi ontem que eu estava na minha festa de seis, e o Tyler me jogou uma torta na cara totalmente sem motivo. Eu o difamei até a morte, mas gostei dele por acha-lo bem parecido comigo. Afinal, eu deveria ganhar o prêmio Nobel por ser tão dramática e mimada. Só que esse é o tipo de coisas que eu não costumo assumir. Pelo menos não em voz alta.  — E aí, loira? Quê que você está fazendo de legal? — Tyler invade meu quarto, fazendo uma careta de surpresa provavelmente devido a bagunça.  — Não se assuste, você sabe o quanto eu odeio bagunça, mas estou muito cansada para arrumar isso aqui... Passei a noite toda fazendo trabalho de história. — Contei, sem graça.   Tyler sempre foi o mais organizado da relação. Eu sempre fui a cabeça de vento.  —  É, eu sei - Ele se aproxima e senta na minha cama, passa a mão dele no meu cabelo, embaraçando os fios. —  Vamos dar um jeito nisso, então.  — Tudo bem... Um pouco de música? —  Sugiro.  — Tudo fica melhor com música, minha cara. Mas ponha clássicos, por favor. É sempre bom relembrar os clássicos. — Tyler tinha esse jeito esnobe como se ele soubesse de tudo, e era engraçado ver a pessoas o taxando de metido. Eu o conhecia bem, sabia que tudo isso não se passava se uma grande camada de ironia.   Eu sorri, e procurei músicas na minha playlist de qual Tyler não odiasse realmente, foi então que lembrei que já havia criado uma exclusivamente para essas ocasiões com o nome "Tyler" e dentro dela estavam todas as músicas clássicas ou antigas que ele gostava.  — Que tal “Heaven”? —  Falo, listando as músicas.  — Tá legal, mas eu não aceito covers. São legais, mas hoje não. — Tyler naquele instante se levantou, e pegou a vassoura caída no chão, começando a varrer. Era engraçado vê-lo daquele jeito. Como se não se importasse com nada.   Comecei a olha-lo curtindo a música, e parecia que estava dentro de um baile dos anos 60. Ele não varria tão bem quanto dançava, mas fazia um bom trabalho.  — Obrigada por existir, Ty. Vem cá, me dá meu beijo, vem! - Ordenei. Era como uma brincadeirinha nossa. Não tipo "amizade colorida", mas só um simples fato de nos beijarmos quando bem entendemos, e tudo bem.   Eu lembro a primeira vez que isso aconteceu. Foi ele quem partiu para cima quando eu ambos tínhamos 14 anos. Nós dois éramos BV’s (Boca Virgem), e decidimos que era a hora de não ser mais. Hoje percebemos o quão bobo nós éramos por permitir que as pessoas ao redor nos pressionassem com questionamentos tão estúpidos. Em contrapartida, nós agradecemos porque um dia alguém nos deu a ideia de criarmos esse hábito só nosso.   —  Seu pedido é uma ordem, minha rainha — Ele imitou a voz de um servente de palácio, e começamos a rir. Mais uma coisa que só o Tyler faz, do jeitinho dele: Imitações.  Ele se jogou em cima de mim e me deu um beijo, um selinho que não durou mais que poucos segundos. E nos fez rir muito alguns instantes depois. Tyler terminou a faxina, sentou-se ao meu lado, juntou sua cabeça à minha, sorriu e disse:  — Você sabe a sorte que tenho em ter você? — Eu permaneci calada.  Eu talvez não soubesse a sorte que ele tinha ao me ter. Mas com certeza, sabia a sorte que eu tinha por tê-lo. Ninguém no mundo, tem o coração do tamanho do dele. Carinhoso, que sempre está disposto a ajudar. Ninguém. Só ele.   — Quer dizer... — Pigarreou. — Você é chata, mas pelo menos é engraçada. — Brincou. Eu bati nele de leve com as mãos, e gargalhei. Havia vezes em que a maçã do meu rosto adormecia de tanto que a gente ria juntos. 

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