Prólogo II

4688 Words
ANDRESSA FERRAZ MUNIZ             E nossas queridas mulheres, o que dizer delas? Bom, o mais sensato no momento é relatar o quanto foi complicado a gestação da ruiva, não apenas pelos nove meses, mas pelas duas tentativas anteriores malsucedidas. Na primeira, seis meses depois da conversa entre elas, Ana estava animada, usaram o material de André que doou de bom grado, esse que já estava casado com Claudia, tinham uma filha e trabalhava com sua cunhada na empresa. A ruiva tinha feito tratamento e era a hora, segundo sua médica, mas sete semanas após a notícia da gravidez veio o desespero, a mulher acordou sangrando, Andressa estava tão assustada que não sabia o que fazer, mas agiu logo chamando uma ambulância, aquilo resultou em um aborto e o desanimo total da mulher. Ana ficou extremamente desapontada consigo, demorou mais de quatro meses sofrendo, então com muita conversa, carinhos da esposa e da filha, resolveu tentar de novo, porém o golpe foi pior, porque o aborto veio no terceiro mês, aquilo sim quase fez a mulher entrar em depressão, ela queria muito aquilo, passou por três abortos na vida, aquilo só poderia ser um sinal, não era capaz de gerar uma criança, deveria se convencer daquilo. Andressa sofreu tanto quanto a esposa, mas respeitou sua decisão em não tentar de novo. Porém algo aconteceu, um dia Gabriela entrou no quarto da mãe e a pegou chorando, a menina com seis anos de idade subiu na cama e abraçou Ana, essa que só podia retribuir o contato, pois se sentia feliz com sua filha. As palavras da menina foram: “Mãe, não chora, minha irmãzinha vai chegar logo”. A ruiva não entendeu, mas aquilo a fez chorar mais, queria dar um irmão para a filha, então a opção agora era conversar com a esposa e dizer a ela para engravidar, ou então adotarem, ela não tinha mais forças para passar por outro aborto. Mas Gabriela continuou, passava sua mão pela barriga da mãe e sorria baixinho, então falou de novo: “Ela vai ficar aqui, mamãe, ela me disse, falou comigo no meu sonho”. Então a ruiva se afastou um pouco e olhou para a filha, essa que sorria, seus olhos claros, cabelo dourado, aquela menina era o amor da sua vida. Ana apenas a abraçou de novo. Depois daquele dia a conversa não saía da cabeça da mulher, falou com Andressa e resolveram tentar mais uma vez, com o apoio da loira, a ruiva fez o procedimento, mas jurou para ela e para todos que seria a última vez, se não conseguisse, Andressa iria engravidar novamente, claro que a professora aceitou, daria essa alegria para a mulher que ama sem hesitar. E cá estão elas depois de vinte anos, Ana com quarenta e cinco, Andressa com quarenta, suas lindas meninas, Gabriela com vinte anos e Cintia com quatorze, os amores da sua vida, Gaby sempre protegia sua irmã de tudo e todos, o que sempre lhe foi ensinado pelas mães. Quando a menina nasceu, muito parecida com Gaby, diga-se de passagem, a família toda estava no Maranhão, alegres e orgulhosos pela ruiva não ter desistido. Depois de dez anos que Ana se mudou para a cidade da esposa, enfim abril a filial da construtora do pai, sendo ela responsável e fazendo com que a empresa ganhasse destaque no estado. Depois de um dia cheio e exaustivo de trabalho, ela dirige para a escola onde a esposa é diretora, era a rotina dela, buscar a mulher que ama todos os dias e irem para casa, encontrando as filhas juntas, amavam ver a interação delas, igual agora, quando entram na casa e estavam deitadas no sofá, conversavam animadas e assistiam a um filme. - Olá, filhas. _ Ana disse, animada. - Oi, mães. _ Cintia reponde, Ana e Andressa vão até elas e beijam as testas das duas. - Vou colocar a comida para esquentar, estávamos esperando vocês. _ Gabriela disse e corre para a cozinha.             As mães agradecem e dizem que vão tomar um banho, a menor concorda e volta sua atenção para a tevê. A família gostava desses momentos juntas, não que não tivessem com frequência, mas com a faculdade de Gabriela, essa que fazia engenharia civil, a diretoria da escola para Andressa, assim como alguns dias da semana dando aulas em universidades e noite e mais uma obra grande que a empresa da ruiva pegou para fazer, deixavam as coisas mais difíceis. Depois de quase uma hora estavam sentadas à mesa, comendo a lasanha que Gabriela fez, sabendo que era a comida preferida de sua mãe Ana. - Mãe, amanhã a nossa turma vai fazer uma visita à construção que a empresa está fazendo. _ Gabriela disse, animada. - Sim, eu soube, um dos seus professores foi até a empresa. - Alguns alunos acham que você só autorizou porque é minha mãe. _ A loira disse. - E o que você disse a esses alunos? - Que você tem um coração bom e mesmo que fosse qualquer outra faculdade ou turma você autorizaria, porque você gosta de ajudar.             As duas mães sorriram da resposta, sempre ensinaram suas filhas a serem humildes, responsáveis e educadas, em todas as situações e pelo visto elas aprenderam bem. - Muito bem, você está animada? - Sim, quero muito estar na construção. Será bom, afinal será o meu ambiente de trabalho, construções me deixam fascinada. - Seremos uma dupla e tanto, eu desenho e planejo e você coloca em prática. _ Cintia disse, pois sua intensão era fazer arquitetura.             As duas mães se sentiam orgulhosas pelas filhas, pelas mulheres que elas vinham se transformando. O jantar seguiu normal, as duas meninas já tinham seus quartos separados, pois usufruíam de gostos diferentes, Cintia sempre foi mais sensível, tímida e gostava do seu mundo particular, já Gabriela sempre foi mais eclética, extrovertida, protegia sua irmã de tudo e todos, coisa que a mais nova adorava. Elas nunca brigaram sério, pois a idade não permitia, a mais velha sempre se sentiu a super-h*****a da irmã, continuaria sendo assim para sempre. Depois do jantar elas se despediram e cada uma foi para o seu quarto. Era sexta-feira e Gabriela não via a hora de chegar segunda para ir à construção, não que nunca foi a uma, afinal sua mãe tinha uma construtora, mas nunca foi a uma daquele tamanho, era a construção de um hotel, um enorme hotel de uma rede muito famosa. Por isso correu para o quarto para contar ao seu “amor virtual”. - Ei você. _ A loira do outro lado da tela disse, sorridente. - Oi, pequena, tudo bem? - Sim, melhor agora. Como foi o seu dia? - Corrido, mas bem. E o seu? - Apenas es...faculdade, apenas faculdade. _ Ela quase se denuncia pela língua. - Certo, você está linda hoje. - Obrigada, você também. - Não vejo a hora de ver você pessoalmente. - Só mais três dias, vamos nos ver em três dias.             As duas sorriem e suspiram. Elas se conheceram há cinco meses e se identificaram completamente, mas a loira guardava um segredo, na verdade dois, não sabe como sua amada reagiria a eles, por isso prefere deixar assim e ver no que dá quando se encontrarem. Ela viria ao Maranhão com o irmão, na verdade apenas aproveitou a oportunidade, pois ele iria fiscalizar uma obra da empresa da família, mas claro que a loira não disse nada disso à sua garota. - Tudo bem, nos vemos em três dias, princesa, não vejo a hora de poder te beijar. - Eu digo o mesmo, Gaby. - Boa noite, pequena. - Boa noite, amor.             Gabriela sorri e se despede, ela ficava toda boba quando sua garota a chamava assim. Depois deliga o notebook e se joga na cama, suspirando com a sensação de felicidade que aquela garota trazia. - Ah, Diana, o que você está fazendo comigo? _ Com tais palavras pega no sono.   PAOLA COSTA BELFORT             Paola, a doce e inocente Paola que precisou passar por muitas batalhas na vida até chegar onde estava, perdeu os pais, viveu em orfanatos, noivou, perdeu o homem que até então amava, a deixando grávida, mas parece que tudo tinha que acontecer para ela estar ali, naquele momento, naquela situação. Por si só batalhou, mas não era hipócrita, o fato de Camila ter entrado na sua vida foi a melhor coisa que aconteceu, há muito tempo não pensa nos “ses”, pois era real, Carlos morreu e ela casou com Camila, a mulher que lhe trouxe paz, amor, estabilidade, a mulher que ela ama com todas as suas forças, depois dos seus filhos, a que ama mais na vida. Depois de vinte anos ainda conseguia admirar sua morena. Guilherme com seus vinte anos, estava no penúltimo ano de administração, ainda sedutor, um galanteador natural, fazia corações baterem mais rápido apenas com um sorriso, suas roupas sociais, o cabelo impecavelmente penteado, a pele bronzeada, com certeza uma versão masculina da mãe, já sua pequena princesa era mais acanhada, não gostava dos flashes, o que era um problema sendo uma Belfort, mas ainda assim conseguia se m***r longe, com seus quinze anos, Diana era o brilho dos olhos das mães, depois da conversa que Paola e Camila tiveram, demorou apenas um ano para a menina estar nascendo, mais um herdeiro, mais uma felicidade para as duas. - Então vou no domingo e Diana vai comigo.             O rapaz termina de dizer, enquanto conversava com a mãe sobre algumas coisas de negócios, ele começava a tomar conta de alguns assuntos na empresa. Depois de cinco anos de casadas, Paola se tornou a vice-presidente do grupo “Paradise Hotel”, tendo apenas Camila mais poder que ela, mas agora, a morena já preparava seu filho para tomar as rédeas, seu plano era fazer uma comprida viagem pelo mundo, aproveitando longas férias com a esposa. - Tome conta de sua irmã, Guilherme. - Mãe, ela não é mais criança, mas não se preocupe, nós chegaremos à noite e vamos dormir, o dia seguinte será cheio de reuniões, Diana terá dois seguranças o tempo todo com ela, incluindo Xavier. - Certo.             Camila respira fundo, ainda era amedrontada com a possibilidade de perder um dos amores da sua vida. Ela respira fundo e olha para o lado, vendo Paola parada, encarando os dois. - Querida, algum problema? - Não, apenas admirando dois dos três amores da minha vida. _ A loira disse, chegando perto deles. Beija a cabeça do filho e se senta no colo da esposa. - Hum... alguém está carente, já sei como acabar com isso. - Credo, mãe, por favor, não me faça imaginar vocês... ew, não, vou sair de perto de vocês, suas taradas. _ As duas gargalham ao verem o filho sair. - Você ainda vai traumatizá-lo. _ Paola sussurra já ofegando com o carinho da esposa em sua cintura. - Que seja, agora só consigo pensar em uma coisa. - E o que seria? _ Paola pergunta de forma sensual. - “f***r você”.             A loira geme e se inclina para beijar os lábios da esposa, depois de anos ainda continuam com o mesmo desejo, amor e t***o uma pela outra, mas a verdade é que o tempo fez muito bem a elas, apesar da idade, a loira com quarenta e quatro e Camila com quarenta e cinco anos, os corpos delas continuavam lindos e seus traços mais velhos as deixavam terrivelmente irresistíveis. - Nosso filho tem razão, somos duas taradas. _ Elas gargalham e voltam a se beijar, a noite seria animada na mansão dos Costa Belfort. ..............................................             Guilherme tentava tirar a imagem das duas mães quase se comendo, foi exagero, mas com certeza ele não gostaria nem de imaginar o que elas fazem dentro do quarto. Quando passava pelo corredor escutou sua irmã conversando com alguém, já imaginava quem era, por isso esperou mais um pouco e assim que percebeu que ela desligou, resolveu bater na porta. - Entra.             O rapaz abre a porta e entra, encontrando a garota deitada na cama com um lindo sorriso no rosto, gostava de vê-la assim, mas sempre deixou claro seu posicionamento sobre a situação. - Você tem certeza que vai em frente com isso? - Ela deixou? _ Diana perguntou, animada. - Sim. _ Ele suspira. – Você vai comigo no domingo. - Obrigada. _ A loira corre até o irmão e o abraça forte. - Di, você tem certeza que vai fazer isso? Quando ela te ver... - Eu não sei o que vai acontecer quando ela me ver, Gui, de verdade, não faço ideia, eu tenho que falar a verdade a ela, mas... Eu gosto tanto dela, só vou deixar acontecer, tudo bem? Vamos ver no que dá, o máximo é eu voltar com o coração partido, não quero perdê-la antes mesmo de dizer que ela é minha, mas... Eu só vou ficar bem se encará-la. - Quando você cresceu tanto? _ Ela voltou para a cama e sorriu o olhando. - Quando me apaixonei por uma mulher incrível. - Mulher... _ Ele fala ironicamente. - Não me dê bronca quando você está transando com sua secretária que tem sete anos há mais que você. _ Ele corre para a cama e se joga ao lado da irmã. Ambos respiram fundo. - Grandes dilemas esses nossos. _ A rapaz fala, baixo. - Nem me fale, se a mamãe descobrir estamos fodidos, ela demite a Samara e na mesma hora coloca um detetive para saber quem é a Gaby. - Isso é verdade, as vezes a mamãe Camila exagera. - Ela só quer o nosso bem, Gui. - Eu sei, Di, eu sei.             Eles ficam ali apenas imaginando que esses quatro dias que passariam no Maranhão seria uma loucura total, os irmãos Belfort estão completamente apaixonados por mulheres mais velhas, aquilo seria uma loucura se chegasse até os ouvidos da mãe deles. ------------------------------             Gabriela estava com sua mochila nas costas andando pelo local, agora estavam apenas conhecendo a área de planejamento, era uma grande sala, com projetos espalhados pelas paredes, três engenheiros explicavam os processos, um mecânico, um civil e um elétrico, assim como vários outros existiam por ali, era um trabalho em conjunto onde qualquer erro de um deles poria tudo a perder. Claro que os três homens conheciam Gabriela, mas foram instruídos por Ana a tratarem-na igual a todos os outros alunos e assim eles faziam. Ela estava impressionada, seria um hotel enorme, era uma construção que pegava um terreno grande, além dos vários andares. Ela já ouviu falar da família Belfort, quem não? Mas agora vendo a grandeza daquilo, sabia que eles não estavam para brincadeira. Seria sem dúvida o maior e mais luxuoso hotel do estado. Estava perdida em seus pensamentos, olhando os projetos, quando escuta alguém assobiar para ela, olha para o lado e ver um homem forte de paletó preto, era de idade, mas ainda assim com uma serenidade assustadora. Ele a chama e ela se aproxima. - Você é a senhorita Gabriela Muniz? - Sim, sou eu. - Tem uma pessoa que quer falar com você em uma sala particular. _ Ela olha para os lados e os engenheiros ainda estão falando sem parar com os alunos. - Comigo? - Sim, senhorita, ela está na sala ao lado. - Hum... não sei se... - Desculpa, ela pediu para que eu insistisse. - Poderia ao menos me dizer quem é? - Diana.             Então o coração da mulher disparou. Como ela poderia estar ali? Ela disse que só chegaria a tarde, tinha até combinado de ir buscá-la no aeroporto, pensava a loira. - Diana? - Sim, a senhorita Diana Costa. _ Foi instruído a não falar o outro sobrenome da garota.             Gabriela olha de novo para os lados e ninguém lhe dava atenção, então ela sai com o homem, além de curiosa estava ansiosa. Quando eles chegam à sala, tem mais dois homens de paletó na porta, eles acenam para o mais velho, que no caso era Xavier, o único que a garota confiava plenamente, os deixam entrar, dentro da sala estava Diana com um homem e uma mulher. - Mas que m***a é essa? _ Gabriela disse ao reconhecer o rapaz, aquele era Guilherme Belfort. Acabou deixando sua mochila ir ao chão, estava supressa e confusa. - Gaby... _ A loira tenta se aproximar, porém a mais velha se afasta. - O que está acontecendo aqui? _ Diana apenas abaixa a cabeça e o irmão toma as rédeas da situação. - Olá, pelo visto você me conhece. - Claro, sua empresa contratou a minha, ou melhor, a da minha mãe, mas eu não estou entendendo nada. - Não vou enrolar aqui, não faço isso, vocês terão bastante tempo para conversar. Eu sou Guilherme Belfort, essa é Samara, minha secretária. _ A mulher morena sorri. – E essa é minha irmã mais nova, Diana Belfort. _ Então Gabriela respira devagar. - p**a m***a! - Você arranjou uma namorada bem boca suja, em maninha? _ O rapaz disse, o que fez Diana o fitar com o olhar de repreensão. - Ok, ok, eu já entendi, Xavier e Antônio estarão lá fora, preciso ir para uma reunião, deixarei vocês a vontade. E você... _ Ele aponta para a loira maior. – Se fizer algum m*l para a minha irmã eu mato você.             Com isso sai da sala com Samara, essa que coloca a mão em seu ombro lhe passando segurança, ele sempre se acalma com o toque da mulher, na verdade eles se amavam, só precisavam criar coragem para enfrentar tudo por aquele amor. - Gaby... - Diana, o que está acontecendo aqui? - Acho que você já entendeu. - Meu Deus, você é uma Belfort. Deus do céu! _ Ela coloca as mãos no cabelo – Porque não me disse antes? - Por que... Por que... Se eu dissesse você descobriria algo que eu não sei como vai reagir. - Ainda tem mais? - Sim. - Vamos acabar logo com essa “mentirada” toda, quem é você de verdade? _ Gabriela pergunta com um pouco de raiva na voz, o que deixou a outra assustada. - Você sabe quem sou eu, Gaby, eu sou a mesma pessoa que vem conversando com você durante esses meses, a mesma garota que você confessou estar apaixonada, assim como eu estou por você, mas... - Mas... - Eu não tenho dezenove anos. _ Então a mais velha deixa seu ar sair dos pulmões com força. - Por favor, não me diga que você é menor de idade, por favor. - Eu... _ Diana deixa as lágrimas caírem. – Eu tenho quinze anos. - m***a, m***a, eu vou ser presa, suas mães vão me m***r, as minhas mães vão me m***r! _ Gabriela se afasta um pouco como se precisasse de ar puro, ela se sentia sufocada, não só por estar naquela situação, mas pela mentira toda. – Você não deveria ter mentido para mim. _ A loira maior diz, respirando com dificuldade, não conseguia olhar para a garota. - Como eu poderia te dizer a verdade? d***a, eu gostei de você logo que te conheci, vi suas fotos, primeiro te achei gostosa, depois eu só queria falar com você, então fiz isso, Gaby, eu me apaixonei, como poderia estragar isso? - Você está conseguindo estragar. _ Então a loira mais nova vai para perto da mulher que estava de costas para ela e fica bem próxima. - Olhe para mim. _ A outra não se move. – Olhe para mim e diga que não vale a pena lutar por nós e eu vou embora agora. Eu juro que nunca mais vai me ver ou ouvir falar de mim.             A voz da loira saía baixa, porém a mais velha vira seu corpo rápido ao escutar tais palavras, ela não queria a garota longe, ela a queria para si, passou o fim de semana inteiro pensando nisso e agora ela está ali, tão próxima. - Diana... _ A menor se aproxima, os corações das duas estavam disparados. - Diga-me e eu vou embora.             Gabriela encara os olhos claros, os lábios que tanto desejou beijar, a pele que vinha desejando tocar, mas d***a! Ela só tem quinze anos, pensou. Aquele pensamento a fez se afastar um pouco, porém Diana se aproxima, logo estavam contra a parede. - Pare. - Toque-me, eu sou jovem, não indefesa. Você acha que eu não desejei o mesmo que você esse tempo todo só por ter quinze anos? d***a, eu te desejo muito. - Diana, que d***a, não me faça perder o controle. _ Gabriela estava à beira disso, até agora não cometeu nenhum crime, mas se avançar cometeria. – Eu vou ser presa, meu Deus! - Não vai não, eu já tenho quinze, isso aconteceria até os quatorze. Toque-me, Gaby, eu sei que quer fazer muito isso.             Diana se aproximou e colocou suas mãos na cintura da outra, apenas para deixar os corpos colados, as respirações se misturaram, era difícil manter o controle assim. - m***a, eu vou para o inferno por isso.             Ela puxou a loira para mais perto e avançou na sua boca, lábios contra lábios, língua contra língua, corpo contra corpo, era assim que ela queria estar. Foi tão intenso que o sinal avançou por um instante, pois Gabriela puxou as duas pernas da outra para cima a fazendo rodear sua cintura, logo a encaminhando para uma mesa, ficando entre elas, mas sem parar de beijá-la nem um minuto. Diana só podia sorrir e se sentir quente, era isso que ela queria. - d***a, eu vou morrer aqui. _ Gabriela disse, ofegante ao se afastar, a cabeça baixa e os olhos fechados, mas ainda segurando nas pernas da outra que estavam cobertas por uma calça jeans. - Morreremos juntas. _ Então a mais velha ergue a cabeça e encara os olhos claros, o sorriso que tanto ama estava ali. Diana era mais linda ainda pessoalmente. - Você está mesmo aqui? _ A loira concorda, seus braços estavam ao redor do pescoço da outra. – Deus, você é tão linda, tão... Maravilhosa. Como eu não percebi? Seus olhos, seu rosto angelical, o modo que você fala, tudo, minha irmã tem quinze anos, como eu não percebi? - Você se apaixonou por mim, Gaby, não pela minha idade, não precisava ver a verdade. - d***a, isso é errado, Diana. _ Ela tenta se afastar, mas a loira a puxa de volta. - Por favor, não faça isso, se você sentiu o mesmo que eu agora não faça isso, eu tenho certeza dos meus sentimentos, eu quero você, não importa a idade, diga que podemos fazer isso, me dê a força que preciso, fique comigo, vamos enfrentar tudo para ficarmos juntas. - Você só tem quinze anos, Diana, como pode ter certeza que me ama? _ A loira menor sorri e avança nos lábios da outra, agora com carinho, paixão, amor... - Por isso eu tenho certeza. _ Diana disse com as testas encostadas, pega uma das mãos da outra e leva até seu peito. – Por isso que tenho certeza. _ Depois leva a sua para o peito de Gabriela, também sentindo seu coração acelerado. – E por isso eu tenho certeza, não sei o dia de amanhã, provavelmente você tem razão, nossas mães vão querer nos m***r, mas que se dane, diga que podemos fazer isso e eu vou enfrentar tudo para continuar sentindo. Pode não ser agora, pode não ser amanhã, mas vamos enfrentar.             Gabriela escutava tudo com atenção, como não amar aquela garota? Que apesar de pouca idade sabia falar o que era preciso, tinha uma personalidade forte, um coração tão grande, humilde e alegre, pois é, como não amá-la? - Prometa-me que não vai soltar a minha mão. _ Gabriela sussurra as palavras ainda com as testas encostadas. Diana se inclina e lhe dá um selinho demorado, puxando o cabelo da sua nuca com carinho. - Eu estarei segurando.             As duas voltam a se beijar e depois se abraçam forte, apesar de ter começado com uma mentira, o fato de estarem se abraçando assim era o que as deixava tranquilas, tinham uma grande missão pela frente, seria difícil, não só pelas mães de Diana, mas pelas de Gabriela também, a loira mais velha conhecia suas mães o suficiente para saber que a pergunta seria repetida muitas vezes, “Você tem certeza?”, estando com a garota em seus braços, tão perto, tão aconchegante, tão linda, sabia que sempre daria a mesma resposta. Sim, ela tem certeza. .................................................. - Caramba...             Guilherme deixa seu corpo desabar em cima da morena que sorria satisfeita, foi um dos melhores orgasmos da sua vida, seu “namorado” tinha uma desenvoltura muito boa. - Calma aí, garanhão. Eu não aguento mais.             Samara diz ao vem ele se movendo de novo dentro dela. Seu corpo pedia por um descanso. O rapaz sorri, sai de cima e vai para o banheiro, tira o p**********o e o joga no lixo, depois volta para a cama e puxa a mulher para deitar a cabeça em seu peito. - Você está cada vez melhor. _ A secretária diz.             Ele sorri e beija a cabeça da mulher mais velha, Samara era uma linda morena, seu cabelo cacheado a deixava completamente atraente, um corpo naturalmente brasileiro, com curvas perfeitas, bumbum elevado e cintura fina, seria impossível não admirá-la. - Não tire seu mérito, querida, com certeza o que faço depende muito da mulher maravilhosa que tenho. _ Ela se sente envergonhada, nunca se acostumaria com o jeito galanteador do homem. - Como sua irmã está? - Bem, ela se entendeu com a namorada, apesar de ainda acreditar que minha mãe vai querer m***r Gabriela. _ A morena suspira. - Nem quero imaginar o que ela pode fazer comigo. - É diferente. - Por que você é homem? - Não, querida, porque eu não tenho quinze anos. _ Ele fala, sério. - Desculpa, não quis dizer isso, só é... Complicado, eu sou mais velha, sua mãe pode pensar que sou interesseira, você é Guilherme Belfort, herdeiro primogênito, isso pesa muito. - Eu sei, meu amor. Eu sei muito bem disso, mas eu escolhi ser assim, não faço isso apenas por obrigação, faço porque gosto, eu gosto do poder, gosto de ser útil, gosto de ser admirado, você sabe disso, Samara, me conhece muito bem. - Sim, eu sei. Mas sua mãe me dá medo, sempre que ela vai até a empresa eu fico amedrontada, ela me olha como se já soubesse de tudo. - As vezes acho isso também. _ m*l sabem eles que é exatamente isso. - Mas não vamos nos preocupar com isso, não agora, eu estou feliz com você, minhas mães não vão te julgar, olha para a nossa família, minha mãe Paola cresceu em um orfanato, meu pai biológico, irmão da minha mãe, morreu antes de eu nascer e minha mãe Camila me assumiu, como ela poderá te julgar por ter uma condição financeira inferior que a minha? Querida, minhas mães podem ser duronas, mas não injustas. _ Samara relaxou o corpo com as palavras do rapaz. - Eu te amo, Gui, só quero ficar com você. - Eu sei, eu também te amo, vamos fazer dar certo, eu prometo que vai dar certo.             Ele dá mais um beijo nos cachos negros da namorada e logo adormecem, poderia ser difícil, mas lutariam por aquele amor. No outro quatro de hotel, Diana tinha a cabeça deitada no peito da loira, elas não fizeram nada demais, apenas se aproveitavam, se sentiam com toques simples, se conheciam. A mulher mais velha escuta a outra ressonar baixinho. - Eu te amo, Di. Boa noite. - Eu também te amo, Gaby, boa noite, meu amor.             Gabriela sorri com as palavras e se deixa vencer pelo sono, agora era oficial, ela não deixaria aquela garota sair da sua vida, principalmente quando sabe como suas mães se conheceram, sorrindo satisfeita dormiu, a noite mais tranquila que já teve e isso era só o início. 
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