Lu Han finalmente assinou o contrato.
Mas para a tristeza de Chanyeol o chinês havia informado que ficaria mais uma semana no país, pois estava adorando sair com ele e seu pseudo namorado Byun Baekhyun. E se Chanyeol queria morrer com isso? Com certeza queria, estava quase jogando tudo para o alto e desistindo daquela maluquice.
Queria matar Jongin.
Baekhyun já havia entrado para o time de Jongin, ou seja, ele estava se divertindo com aquilo. Para o Byun, era engraçado ver as reações de seu chefe sempre que ele o tocava, e agora estava determinado a saber até onde a heterossexualidade do Park iria. Baekhyun confiava em seu taco, e estava decidido a descobrir se o altão estava começando a curtir seus beijinhos.
— Sr. Park, os relatórios da construção no centro ficaram prontos. — Baekhyun rodeou a mesa parando bem ao lado do mais alto, estendeu os papeis sobre o tampo da mesa apontando para a linha em branco, onde esperava uma assinatura — Assine bem aqui.
Chanyeol parou por dois segundos para analisar a tranquilidade do Byun, quando estavam na empresa Baekhyun conseguia agir como se nada tivesse acontecendo, tão natural quanto uma folha boiando sobre as águas de uma piscina, leve e despreocupado. Queria entender isso, pois em seu caso, Chanyeol sentia um frio na espinha sempre que olhava para o baixinho, e jamais esqueceria que teve que beijá-lo.
Beijar caras não lhe era nenhum pouco natural.
— Pode me chamar apenas de Chanyeol, é estranho te ouvir me chamando de Sr. Park depois de termos passado horas andando de mãos dadas por aí. — Chanyeol não sabia o motivo de estar falando isso, apenas não conseguia mais se encaixar como sendo o “Sr. Park” para Baekhyun.
Era estranho ouvi-lo o chamar de meu amor.
Mas era ainda mais estranho ouvi-lo o chamar de Sr. Park.
— Seria muito estranho para os funcionários me ouvirem te chamando pelo primeiro nome. — informou, já era suspeito demais o verem entrando o tempo todo na sala do chefe — Já me perguntaram se estava havendo alguma coisa entre nós.
— E o que você falou pra eles?
— Que estamos namorando, ué.
Os olhos do Park duplicaram de tamanho, certamente esse seria o fim de sua vida, pois se tinha um tipo de pessoa que sabia espalhar uma fofoca, esse tipo com certeza eram os funcionários de empresas, seria como fogo em palha. Mas Baekhyun não se sustentou por muito tempo, logo já estava rindo como se não houvesse o amanhã, seus olhos já começavam a lacrimejar.
— Você realmente é muito inseguro com sua masculinidade. — sorriu provocativo, logo em seguida sentando-se sobre o colo do chefe com a cara de p*u que só ele sabia ter — É brincadeira, meu amorzinho.
Chanyeol revirou os olhos. Mas o mais estranho disso tudo é que não afastou Baekhyun, não passou por sua cabeça o quanto era estranho manter em seu colo. Talvez já estive dormente diante a sua falsa relação, e não se importasse mais com algumas aproximações, pelo menos era isso que passara a acreditar.
— Você é muito atrevido.
O menor não ligou nenhum pouco, estava gostando de estar ali, e culparia sua carência por isso. Era uma grande merda ter que admitir o quanto seu chefe era atraente, e o quanto seu colo era confortável. Chanyeol deslizou a mão afagando seus cabelos e sorriu. Estava se esforçando para ter um bom relacionamento com seu falso namorado, queria ao máximo que aquela semana de farsas fosse menos complicada.
Precisava de Baekhyun como seu aliado, e não como inimigo.
Já bastava Jongin de inimigo.
E falando no d***o, o Kim acabara de invadir a sala, os dois estavam tão desligados olhando um para o outro que não haviam visto Jongin entrando, apenas o som do click do celular fez com que ambos o notassem ali, sorrindo feito um i****a enquanto digitava algo em seu celular. Aquilo não era um bom sinal, Jongin sorrindo todo feliz nunca era um bom sinal.
— Vocês formam um casal muito fofo mesmo, eu sou o maior ChanBaek Stan. — o Kim comentava ao passo que também digitava, parecia animado em meio a uma troca de mensagens.
Chanyeol empurrou Baekhyun para fora de seu colo, e o menor quase caiu, ficou bem frustrado por Jongin ter acabado com o clima bom que antes estava ali, quem sabe se ele não tivesse demorado mais um pouquinho... Vai que Chanyeol dava uma escorregada.
Uma escorregada de língua para dentro da boca de alguém.
— Você tirou uma foto nossa? — o Byun perguntou, no fundo queria apenas ver a foto, e quem sabe pedir para enviar para sua mãe.
— Tirei sim. — mais um sorriso macabro e exagerado surgira nos lábios do Kim — E enviei para o Lu Han, ele também achou uma fofura, e disse que vocês aparentam estarem muito apaixonados!
Só faltou dar uns pulinhos.
Chanyeol só queria morrer a cada segundo que se passava. E talvez vocês estejam pensando “Mas ele não deveria ficar feliz com isso? Quer dizer, o plano é fazer os chineses acreditarem que eles são um casal de verdade”. E é aí que tá o problema, eles estavam começando a aparentar demais.
Isso não era nada bom para um cara heterossexual.
— Desde quando você e o Lu Han são amiguinhos de trocar mensagens? — perguntou o Park, Jongin ser amiguinho de Lu Han era um perigo muito grande para si, qualquer pergunta poderia ser respondida de forma exagerada, não podia dar toda essa liberdade para Jongin.
De maneira nenhuma.
— Desde que ele ficou super interessado no seu namorado com o nosso pequeno Baekhyun. — Jongin até mesmo teve a ousadia de apertar a bochecha do Byun, que deu um tapa em sua mão — Agora aguente.
— Jongin, eu seriamente quero bater em você. — Chanyeol desabafou.
E tinha horas que Baekhyun também queria.
— Lu Han nos convidou para irmos ao cinema hoje, está passando uma sessão especial de filmes da década passada e ele quer ir ver Como Se Fosse A Primeira Vez, e quer que a gente vá com ele.
Chanyeol já imaginava o ambiente lotado de casais aos beijos, e sabia que aquilo não seria nada agradável, era como ir a uma churrascaria e só ter permissão pra comer alface. Não queria ir não, por mais que aquilo fosse estreitar seus laços com Lu Han, ir a um cinema com Baekhyun e ficar com ele no escurinho não era algo que queria passar.
— Não vai dar. — negou.
— Mas eu já confirmei que iriamos. — o Kim cagou para a vontade de Chanyeol e continuou andando até a porta de saída — Eu vou levar alguém, não quero ficar de vela. E agora vocês podem voltar à namorar, não vou atrapalhar mais.
[...]
— Jongin me convidou para ir ao cinema hoje.
Baekhyun cuspis longe a água que estava bebendo, quase molhou os documentos que estava organizando quando ouviu seu amigo Kyungsoo desferir língua à fora essa insanidade. Por alguns segundos Baekhyun apenas encarou o amigo esperando pelo momento em que ele diria que estava apenas brincando.
Mas isso não aconteceu.
— Espera, tá falando sério?
— Estou.
Jongin nera hétero?
Nera?
— Eu pensei que o Jongin fosse hétero. — Baekhyun analisou a situação por mais alguns segundos — Eu sabia que naquele angu tinha caroço, ele estava animado demais com meu namoro com o Chanyeol.
Agora foi a vez de Kyungsoo cuspir, e olha que ele nem estava bebendo nada.
— O Sr. Park é seu namorado?
Baekhyun percebeu que tinha falado demais, mas não se sentiu nenhum pouco culpado, afinal, mais tarde quando fossem ao cinema Kyungsoo veria com seus próprios olhos o relacionamento — mais falso do que nota de três — de ambos. Ah, que se f**a! Chanyeol era seu namorado querendo ou não, e enquanto aquela farsa durasse iria se aproveitar disso.
Tirar uma casquinha não matava ninguém.
— É sim, vamos ao cinema com vocês hoje, e espero poder dar muitos beijos no meu querido namorado.
[...]
Baekhyun estava grudado no braço de Chanyeol.
E quando eu digo grudado, eu quero dizer que ele estava mesmo abraçando aquele braço com vontade, se pudesse subiria no colo do Park. Chanyeol não estava curtindo muito, mas não podia fazer nada estando sob os olhos de Lu Han, que também estava agarrado em seu marido. SeHun continuava com sua expressão de nada. E mais à frente a cena mais impressionante da noite, Jongin andando de mãos dadas com um cara.
Quando o Kim havia dito que traria alguém, Chanyeol não imaginava que esse alguém se tratava de um dos secretários da empresa. O plano era que ninguém na empresa soubesse de seu namoro com Baekhyun, mas Jongin não estava sabendo lidar com esse lance de segredo.
— Adorável esse rapaz que veio com o Jongin. — Lu Han parara para comentar com Baekhyun e Chanyeol — Confesso que fiquei surpreso, não imaginava que o Sr. Kim gostasse de garotos.
— Nem eu. — Chanyeol deixou escapar.
E fora seu comentário mais sincero desde o começo dessa história.
Jongin era muito carinhoso, educado e aparentava tratar seu acompanhante muito bem, comprando para ele tudo o que ele quis comer, enquanto Chanyeol apenas disse “escolha qualquer coisa logo” para Baekhyun, como vingança o Byun comprou os mais caros que achou, e mais comida do que poderia comer na vida.
Como o esperado, só tinha casal naquele lugar, poderia sentir o cheiro de gente transando nos fundos do lugar de longe, filmes românticos eram pretexto para quem queria comer alguém, poderia nem rolar nada ali, mas era naquelas poltronas que as preliminares começavam.
E só de imaginar isso seu estômago embrulhava. Não tocaria um dedo em Baekhyun, essa era a sua maior certeza no momento. E na vida.
Lu Han e SeHun haviam se sentado na fileira de cima, e Chanyeol sabia que aquilo era proposital, eles estavam ali para vigiá-los de perto, se certificar do que fariam no escuro daquele lugar. Lu Han tinha olhos de águia e não deixaria nada passar, isso o Park tinha certeza. Jongin e Kyungsoo sentaram mais para a frente, ainda podiam ver os dois sorrindo um para o outro como em casalzinho adolescente.
Eca.
Chanyeol passou seu braço por trás dos ombros do Byun e o aconchegou em seu peito, socou o balde de pipocas entre suas pernas e torceu para que aquele filme acabasse logo. Depois de alguns minutos observando Baekhyun descer sua mãozinha para pegar pipoca percebeu que aquele não era o melhor lugar para colocar o balde, mas não o tirou dali, seria como entregar sua insegurança.
Não podia demonstrar insegurança.
Depois de meia hora de filme começou a parar de ver o filme, agora sua atenção estava toda voltada para Jongin e seus beijos com Kyungsoo, ver seu melhor amigo beijar um cara era de longe a cena mais estranha que já presenciou, até porque até o presente momento acreditava que aquilo fazia parte do plano, mas ver que eles se beijavam sem nem sequer Lu Han estar olhando entregava toda a homossexualidade de Jongin.
Então era isso que seus amigos queriam dizer com “metido a hétero da rodinha” e o “todos nós somos gays” incluía Jongin?
— Chanyeol, você tem que me beijar. — assustou-se com o sussurro de Baekhyun, que até então estava caladinho apenas comendo.
Ainda tinha pipoca.
— Come sua pipoca e me deixa.
— Mas Chanyeol, o Lu Han vai desconfiar, tá todo mundo beijando, até o Jongin.
Será que ele usaria isso como argumento contra ele para sempre? Muito provável que isso acontecesse.
— Eu não quero.
Negar não faria Baekhyun desistir, o menor realmente queria tirar uma casquinha — uma lasca de casca — de seu chefe gostoso, e não mediria esforços. Baekhyun esticou-se para alcançar o pescoço do Park e começou a dar pequenos beijinhos ali. Era engraçado ver a forma como Chanyeol se arrepiava.
— Não faz isso. — o repreendeu afastando-se mais do menor — Faz cócegas.
Baekhyun cagou pro que Chanyeol tinha dito e continuou se aproximando. Derrotado Chanyeol resolver beija-lo. A boca de Baekhyun estava com gosto de pipoca e chocolate, e estranhamente aquele gosto era bom. Tentou pensar em outras coisas enquanto sua língua estava enfiada na boca do menor, seus olhos sempre bem trancadinhos.
Mas que merda, Baekhyun beijava muito bem!