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1233 Words
Enquanto ele dirigia, decido conectar uma música e me colocar confortável no carro, ou seja, botar meus pés no painel dele. – dá pra tirar seus pés do meu painel?_ pergunta sem me encarar. Mesmo ele não vendo eu abano minha cabeça negando_ estou descalça, imagina um animal me picar_ argumento. Ele solta um suspiro_ você vai raspar meu painel_ reclama, mas o ignoro e começo a cantarolar "still don't know my name, de Labrinth". Depois de algumas músicas, as quais cantei a pleno pulmão, com uma dose de desafinação e animação nada contida, o moreno me olhou com cara de incredulidade quando "dandelions de Ruth B" começou a tocar. – que foi?_ o olho confusa. – Você é tão aleatória, chorou, falou de amor, falou m*l do amor e agora está falando de amor novamente, eu hein, ainda não cansou de ficar gritando? – você deveria aprender a ser feliz viu, música enriquece a alma e melhora o humor_ dou de ombros sorrindo convencida. – quem escuta suas músicas não imaginária esse seu jeito dark_ fala atento na rua. – estilo dark? Eu?_ o olho indignada. – sério que você nunca se apercebeu disso? Olha suas roupas, você está sempre de preto ou alguma cor neutra, suas unhas estão pintadas de preto e pelo que notei em todas as suas fotografias, suas unhas passam muito tempo com essa cor, até os livros que você lê_ explica como se fosse a coisa mais óbvia. Eu olho para minha própria roupa, shorts jeans na cor preta e uma camiseta branca com listras pretas_ isso não tem nada haver_ me defendo_ você também vive de preto, olha só pra você, jeans escuros, tênis pretos e camiseta preta_ aponto para cada item que menciono. – eu uso por praticidade, cores vivas chamam muita atenção e tem gente com vontade de me matar, e você? Tem alguém tentando te matar por acaso?_ estaciona o carro e me encara. – não vou discutir isso com você_ viro meu rosto para o outro lado e faço um biquinho. – ah, mulheres_ ele suspira. – ao invés de ficar me enchendo o saco, que tal comprar sapatos para mim?_ olho novamente para ele. – quer que eu escolha ou você prefere escolher sozinha?_ olha para o centro comercial do seu lado. – você vai sair desse carro, dar a volta e me levar nas suas costas até a loja de calçados_ dou de ombros. – você está brincando nem? – não, eu não posso sair descalça no centro comercial, você me trouxe descalça, logo, vai ter que me carregar_ falo óbvia. – eu mereço_ desce do carro e dá a volta até chegar ao meu lado e abrir a porta_ vamos_ me encara. – de costas_ mando e ele obedece, nesse instante ele se abaixa e eu consigo subir em suas costas, sendo levada para o interior do centro comercial. Algumas pessoas olhavam para nós a medida que ele seguia em direção ao andar das lojas de calçados. – que humilhante_ ele reclama enquanto para na escada rolante e ela nos leva ao andar de cima. Como eu já tinha meus braços envolta de seus ombros, pouso minha cabeça na dobra de seu pescoço e suspiro aí, o causando arrepios_ você fica tão bem de cavalinho, deveria ser um mais vezes_ nem preciso falar alto já que eu estava próxima ao seu ouvido. – fica quieta Gabriela_ fala com um tom sério. – eu estou quieta_ falo rindo. Ele entra em uma das lojas de calçado e me coloca sentada em uma das cadeiras usadas para experimentar os sapatos. – eu já fiz minha parte_ cruza os braços enquanto a moça da loja vem ao nosso encontro e me olha com um sorriso simpático. – boa tarde, sejam bem vindos, no que posso ser útil?_ ela pergunta cordialmente. Lorenzo olha para mim e depois se afasta de nós como se nem nos conhecêssemos_ oi, poderia me trazer vans número 39? Na cor preta de preferência_ falo com um sorriso fraco nos lábios. A moça assente ainda sorrindo e então se afasta de mim, para uns instantes depois, voltar com uma caixa de Vans as quais experimento e me assentam perfeitamente e como já é óbvio ele pagou pelos meus sapatos. – você tinha mesmo que escolher esses? Já tem uns 5 pares_ ele reclama da minha escolha no calçado. – primeiro eu só tenho 2 pares, com esse 3 e outra, eles combinam comigo_ dou de ombros. – gostos não se discutem. – exatamente, agora vamos nos divertir_ me animo, mas ele não_ vem, vamos passear pela cidade_ seguro sua mão e o arrasto comigo. Mesmo contra sua vontade, ele virou meu fotógrafo, registando cada momento, cada paisagem e até nem reclamava mais sobre ter que fazê-lo, ele inclusive tirou uma foto comigo só porque uma moça sugeriu e insistiu que o fizéssemos. Enquanto o moreno mexia em seu celular distraidamente (pois eu havia me dirigido para tirar uma selfie sem ele minutos atrás) me aproximo dele e o mesmo nem nota minha presença, ou se nota, me ignora totalmente. – Enzo_ chamo por ele, mas o mesmo continua me ignorando_ Enzo_ repito o chamamento e em resposta ele só diz um "huhum", sem nem me olhar, o que essa criatura acha que está fazendo? Arranco o celular de suas mãos e nesse mesmo instante ele olha para mim finalmente_ que foi Gabriela, devolva o celular_ estende a mão para mim. – eu estou com fome_ falo ignorando sua ordem e me mantendo com seu celular. – é sério?_ me olha indignado. – eu estou com fome_ repito. – e quer que eu faça o que Gabriela, que pegue comida e te dê na boca? – não é uma má ideia_ dou de ombros despreocupada. – eu estava sendo sarcástico, tem tantos restaurantes e lanchonetes por aqui, vá comer, dinheiro não é problema_ tirou seu cartão de crédito e estendeu para mim. – não vai comigo?_ cruzo os braços. – não, agora devolve meu celular. Eu faço uma expressão pensativa, como se estivesse pensando em seu caso_ não, eu vou ficar com ele e vou achar outra pessoa que queira partilhar uma refeição comigo_ dou de ombros com um sorriso cínico no rosto. – isso é uma daquelas tentativas de me causar ciúmes?_ me olha arqueando a sobrancelha. Eu solto uma risada_ Enzo, só vem comer comigo, eu estou com fome_ reclamo. – está bem_ ele revira os olhos e vem caminhar do meu lado em direção a algum restaurante_ e depois eu posso comer você?_ olho para o mesmo que me encarava com um sorriso de canto e um olhar intenso. – você é muito i****a_ desvio o olhar do dele. – você não disse que não_ seu tom de voz parecia de quem se estava a divertir com tudo e por isso o ignoro_ ei_ ele segura meu braço e me vira em sua direção_ eu posso tomar isso como um sim?_ pergunta levantando meu rosto para que eu olhasse diretamente para seu rosto. – não, você não pode Enzo, aquilo foi um erro. – como você vai aprender com seus erros se não quer errar?_ arqueia a sobrancelha me fazendo soltar uma risada. – você tá doido, vamos logo_ o dou as costas, mas ele não solta minha mão e caminhamos assim até o Interior do restaurante.
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