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1905 Words
– o que vocês fazem aqui?_ Ayler olha seriamente para cada uma de nós. – também é um prazer te ver depois de praticamente 2 anos de proibição_ Lena debocha, pois essa é a forma dela lidar com o nervosismo. – e essa proibição ainda não passou, eu não quero vocês vindo para esse lugar, ele não é seguro para vocês_ retruca. – pode se sentar para nós podermos conversar? Nós não somos mais crianças, você não pode nos tratar como duas adolescentes_ falo o olhando com uma falsa firmeza, escondendo o gatinho assustado dentro de mim. Ele suspira e se senta_ você tem razão, eu não posso mais tratá-las como duas adolescentes, vocês agora são praticamente mulheres, devo respeitar isso. – obrigada_ sorri_ agora vamos falar sobre você. – sobre mim? – sim, nós te desobedecemos porque você é um i****a_ Elena cospe_ com todo o respeito nem_ ela acrescenta. – do que estão falando?_ nos olha confuso. – de suas mentiras sobre como você conseguia dinheiro e sua amizade com a máfia_ a morena sussurra para não chamar atenção dos guardas e não causar problemas ao nosso irmão. – que?_ fica perplexo. – você não precisa mais esconder, nós já sabemos de tudo_ dou de ombros. Ele n**a várias vezes_ como vocês sabem disso?_ olha para mim e depois para Lena_ vocês foram atrás do Cody não é?_ nos olha incrédulo_ eu não falei para deixarem ele em paz?_ pergunta bravo. – não, não, não, você não deve ficar bravo, nós é que devemos_ Lena fala chateada_ você escondeu isso de nós, mas não, nós não fomos atrás dele, a família dele é que veio até nós, papai tem dívidas com eles que nós nem sonhávamos, o valor é absurdo e não temos como pagar aquilo tudo, nosso pai ofereceu uma de nós como pagamento e agora nossa irmã tem que morar lá, com aquele tanto de criminosos e sem nenhuma proteção_ ela limpa uma lágrima com certa raiva_ você jurou que nós iríamos proteger a Gabie acima de qualquer coisa, você nos prometeu que sempre falaríamos a verdade um para o outro, mas você mentiu, você quebrou essa promessa Ayler, você entende isso?_ olhei com dor para minha irmã, me quebrava o coração ver ela chorando daquele jeito e não poder arrancar a dor de dentro de seu peito. – eu..._ Ayler engoliu em seco e não conseguiu falar mais nada. – você deveria ter sido sincero conosco, assim nós poderíamos nos proteger, você estaria lá fora, livre, e impediria que isso estivesse acontecendo_ ela falou com certa dificuldade. – eu sei que deveria ser sincero, mas eu não podia envolver vocês naquilo, nós precisávamos quitar aquelas dívidas ou ficaríamos sem casa, não tinha outro jeito. – sempre há um jeito Ayler. – e qual seria? Morar na rua? Sair por aí pedindo empréstimos e aumentando cada vez mais nossos problemas? Eu fiz o que era necessário por nós naquela altura_ ele se justificou. – mas e..._ eles já estavam bravos, por isso tive que os interromper. – já chega disso, vocês brigando não resolvem nada, eu aceitei assinar aquele contrato, então briguem comigo, mas se lembrem que foi papai quem fez tudo isso acontecer, não nós, nós não temos nenhuma culpa somos só vítimas, então parem de brigar_ falo séria. – me desculpa_ os dois falaram ao mesmo tempo, tanto para mim quanto para eles mesmos. – eu sinto muito pelo que falei, eu só me sinto impotente diante de tudo isso e não ter você por lá me faz sentir pior, você fazia tudo parecer mais fácil enquanto eu sou uma péssima irmã mais velha_ Lena confessa. – você é uma óptima irmã mais velha, nós vamos dar um jeito de livrar ela desse contrato, já agora, é um contrato de que?_ ele olha para mim e minha irmã também, já que eu não havia contado detalhes sobre o contrato nem para ela. – bem, eu acho que isso não é relevante nesse momento, eu não quero que vocês façam nada, e quando eu digo nada é nada mesmo, eu não quero que vocês se machuquem se mexerem com ele_ falo séria. – e quem é ele? O Enzo?_ assinto e ele me olha com um mínimo sorriso no rosto_ eu vou tirar você dessa_ faz carinho em minha bochecha_ nem que isso seja a última coisa que eu faça_ faz um carinho em Lena e se levanta. – Ayler não faz isso_ peço. – vão para casa, e cuidem uma da outra_ fala se afastando. – se você fizer isso eu nunca vou te perdoar Ayler_ gritei antes que ele passasse por aquela porta. – ele não pode fazer nada, não se preocupe, ele vai ficar seguro_ Lena se levanta_ vamos lá. – eu espero que você esteja certa_ me levanto e sigo atrás de si para fora da penitenciária_ mas porquê nós contamos isso para ele? Não era melhor termos ficado quietas? – era melhor que ele escutasse de nós, ele merecia saber, e agora que eu me lembrei, ele desviou do assunto que nos levou para lá_ reclamou. Soltei uma gargalhada_ verdade, ele tem essa capacidade de mudar o foco da conversa que eu admiro_ falo impressionada_ notou que ele tá bem maior? – verdade, acho que ele tem andado a treinar bastante, mas também passou 2 anos desde a última vez que o vimos, ele mudou bastante nem parece aquele garoto que dizia que nunca seriamos consideradas mulheres ao seu ver... – eu me senti nas nuvens quando ele disse que éramos praticamente mulheres, mesmo que o praticamente fosse completamente desnecessário. – é o Ayler, seria pedir demais que ele não usasse o praticamente_ deu de ombros_ ah, e que tal se formos almoçar com o Gael?_ me olha enquanto tentamos parar um táxi. – eu adoraria, mas acho melhor eu ir, Enzo já ligou para mim e disse que eu preciso ir para o Scalibur encontrá-lo_ dou de ombros. Ela suspira e sorri sem mostrar os dentes_ tá bom, fica me devendo um almoço, eu vou demorar o tanto que eu puder, o papai tá insuportável_ fala abrindo a porta do táxi que havia parado para nós. – ele fez alguma coisa? – sim, ele existe, isso é suficiente para me deixar irritada só de olhar para ele_ fala óbvia_ boa tarde, poderia nos levar para o hotel Scalibur?_ fala para o motorista. – claro, senhorita_ o homem assente e dá partida. Ficamos conversando sobre bobagens e rindo de coisas sem graça, para depois nos separarmos assim que o carro parou em frente ao hotel e eu desci do carro. Avisei Enzo que já estava no local e ele mandou eu falar com a recepção que eles me levariam até ele, e foi isso que fiz, até ser levada ao seu escritório. – oi_ falo adentrando a sala. – senta e fica quieta_ fala focado no que quer que ele estivesse fazendo. Faço uma careta para ele e sigo até o sofá, aproveito para analisar aquele lugar, era uma sala ampla com uma mesa de trabalho ao centro, uma estante não muito grande na parede direita, uma única fotografia na parede perto da estante, que eu não conseguia ver direitinho de quem era, um sofá do lado esquerdo, e algumas cadeiras na frente de sua mesa. A mesa dele tinha um computador ligado, alguns documentos em um canto, um porta canetas e um porta retrato que eu também não podia ver a foto, o ar cheirava a ele, completamente a ele, a um ponto de me lembrar da magia que o cara era capaz de fazer dentro de quatro paredes, lembrando disso eu não pude evitar olhar para o mesmo, ele vestia uma camisa social azul escura com as mangas dobradas até quase os cotovelos, seus cabelos estavam arrumados para trás com ajuda de um pouco de gel e sem nenhum fio fora do lugar, lábios rosados, a barba bem aparada, a expressão serena porém concentrada na tela do computador, um queixo perfeito, um rosto perfeitamente simétrico, como uma criatura tão bonita poderia ser tão ele? Bruto, i****a, mandão, mafioso e tudo que represente o errado, mas então por que eu sinto que ele tem muito mais a ser desvendado? Por que parece que se cavado um pouco mais a fundo eu posso achar algo interessante nele? Será que é porque todos falam que ele é incrível? Ou por conta da imensidão que aquelas iris azuis carregam toda vez que ele está olhando distraidamente para qualquer coisa. Ao olhar mais uma vez para seu rosto, pude então notar que suas iris azuis antes focadas na tela do computador, agora miravam em minha direção, me analisando minuciosamente e de modo intenso. – eu sei que estou linda, quer uma foto?_ quebro o silêncio. – por que cortou seus cabelos?_ ajeita sua postura na cadeira. – achei que seria legal mudar um pouco, porque?_ arqueio a sobrancelha. – nada demais_ volta a atenção ao computador. – que foi? Não gostou do meu novo visual? – você sabe qual é a vantagem de ter cabelos longos ao meu ver?_ me olha com a sobrancelha arqueada. Sem entender onde ele quer chegar, respondo_ não. Ele faz um sinal com a mão para que eu me aproximasse e assim o faço, parando na frente de sua mesa. – vem aqui_ aponta para seu lado, me fazendo caminhar até onde ele estava sentado sem entender o porquê. Ele afastou sua cadeira para trás e se levantou, me colocou de frente para sua mesa e enquanto eu o olhava confusa, me virou de costas para ele e em um movimento rápido, me fez ficar de bruços na mesa, onde sua mão foi parar em meu cabelo e o prendeu com a mão. – caramba Enzo, tá fazendo o que?_ falo contra a mesa. – te mostrando a vantagem e importância de cabelos longos para mim_ puxa um pouco meus cabelos e dá um tapa forte em minha b***a, me fazendo soltar um gritinho_ fica calma ruivinha_ me levanta e me vira para olhar para ele, depois se aproxima de meu ouvido_ não se excite, eu estava só fazendo uma demostração_ sua voz rouca soa no meu ouvido, me fazendo fechar os olhos por uns instantes e quase perder a respiração. – eu estou com fome_ falo para fugir de qualquer que fosse o pensamento que queria ocupar minha inocente mente. Ele sorriu_ lá embaixo tem um restaurante, vá comer_ se afasta, me dando espaço para me afastar também. – eu pareço uma piada para você nem? Você me fez vir aqui, eu não vou almoçar sozinha_ reclamo. – você não pode comer no meu escritório, vai ficar cheirando a comida e eu não quero isso_ se sentou em seu lugar. – não é problema, você vai comigo_ dou de ombros. – não. – por favor. – não. – se eu for sozinha eu não volto. – você vai sozinha e vai voltar_ se foca no computador. – tá bom_ fui até minha mochila e a peguei no sofá, mas não antes de tirar a camisola pertencente a minha irmã, que eu havia usado em casa, para esconder a blusa que eu usava e que deixava meus p****s bem mais marcados do que eu gostava que ficassem_ estou vazando_ caminho até a porta, mas não antes de escutar o homem xingar e praguejar.
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