Cobra narrando - continuação
— E o que te faz pensar que eu vou te aceitar aqui dentro? — soltei em tom firme, encarando direto a Rayane. — Como é que tu entra assim? Como é que tu traz alguém pra favela sem me avisar antes? Sem me perguntar nada?
Minha voz cortou o ar como navalha. E quando eu falo, não tem rodeio. A mesa ficou em silêncio. Amanda me olhava tensa, com os braços cruzados. A prima nova manteve a postura, mas dava pra ver o músculo do maxilar travando. A Rayane respirou fundo, mas não recuou.
— Patrão, eu juro que ela não é ameaça — ela respondeu de pronto, o olhar direto no meu. — Eu boto ela na minha garantia.
— É mesmo? — levantei uma sobrancelha, sem piscar. — Tu garante?
— Garanto. — ela afirmou com convicção. — O senhor pode puxar a ficha dela, fazer o que for. Eu
