Cobra narrando Voltei pra casa sozinho. Depois de largar a Sara na casa do c*****o, sem dizer uma palavra, eu montei na moto e deixei o barulho do motor ser o único som me acompanhando. Sem música, sem rádio, sem voz. Só o vento da madrugada cortando o rosto e a mente martelando numa frequência que nem eu sei explicar. Cheguei, desci da moto, abri o portão e entrei. O portão rangendo foi o único aviso de que eu ainda existia ali dentro. O resto? Silêncio. Essa casa é grande. Espaçosa. Alta. Mas fria. Não importa o calor que faça lá fora, aqui dentro parece que o tempo parou. Parou no dia em que eu perdi tudo. Parou no dia em que a vida me arrancou as únicas duas pessoas que me faziam lembrar que eu era humano. A Lari e a Manu. Fui direto pra sala. Luz apagada. Só a iluminação da rua

