Capítulo 5 Fera

1130 Words
Capítulo 5 Fera Não pretendia me revelar tão cedo, queria que primeiro ela se acostumasse com a ideia, que entendesse meus motivos. Não queria que as coisas fossem desse jeito, mas Bella não colaborava, estava fazendo greve de fome e não era nada interessante para mim que alguma coisa acontecesse com ela. Enquanto isso, João estava empenhado em descobrir o que aconteceu. Tanto ele quanto a dona Joana acreditam que o Marcio tem algo haver com isso, eles não imaginam a realidade dos fatos e eu não me importo com isso, para mim a única coisa que realmente importa é Bella, por ela faço qualquer coisa. Disposto a convence-la de que seria bom se alimentar, adiantei a minha revelação, seguir para a casa na serra, ver Bella tão perto e cheia de vida me deu a esperança que mesmo diante a escuridão, ainda existia uma luz na minha vida, um motivo para que eu continue vivo. Lembro-me perfeitamente do dia em que a minha mãe morreu, o meu pai a matou e colocou a amante em seu lugar, todos o conheciam muito bem, ele era o rei desse morro, estava disposto a tudo para ser respeitado e me ensinou tudo o que sei nessa vida. Desde que Isabella se mudou para o Alemão, a minha vida mudou completamente, ainda era um menino e já sabia que aquela mulher seria a minha mulher! A rainha do comando, a mulher do chefe. Por ela eu sempre fiz tudo e nunca deixei nada, nem ninguém se encostar. Sei que ela é um ser inocente e puro, que serei o único homem em sua vida e isso me conforta. No inicio ela vai ficar com raiva, medo, porém, logo vai aceitar o destino e me amar, vou fazer de tudo para que ela me ame do mesmo jeito que a amo. Sentei-me na cama e observei Bella comendo em silêncio, ela estava nervosa, se tremendo muito. — Calma, princesa! Está tendo dificuldades? Eu posso te ajudar! Abre o bocão — falei pegando a colher da sua mão. Ela obedeceu com lagrimas nos olhos, abriu a boca e eu coloquei a colher para dentro. Bella engulhou, mas engoliu tudo. — Boa garota — toquei seu cabelo e ela deixou lagrimas molharem seu rosto. — Você ainda vai me agradecer por isso! Somos almas gêmeas, nosso destino é junto — toquei seu rosto. — Por favor, não me mantenha trancada nesse quarto — balbuciou se tremendo. — Essa não é a minha intenção. Não quero que fique presa nesse quarto! Na verdade, eu quero que viva feliz e bem. Quero que seja livre, mas tudo depende muito de você — toquei seu rosto. — O que eu preciso fazer? — indagou com lagrimas nos olhos. — Você precisa entender que é minha, que não abro mão de ficar ao seu lado. Se for uma mulher calma e boa, tudo vai ficar bem, mas se for rebelde, as coisas mudam — confessei com frieza. — Eu não quero que machuque as pessoas que amo — falou se tremendo. — Não vou machucar. Princesa, vem, eu trouxe um presente para você — disse me levantando. Estendi a mão e mesmo nervosa, ela se tremeu, estava assustada e eu não queria que fosse assim, não queria que ela se sentisse desse jeito e por isso, eu me aproximei conduzindo-a até o espelho. — Se olhe no espelho, o seu rosto é perfeito, sua beleza e inocência me hipnotizou desde o primeiro momento. Olha que linda essa gargantinha — puxei do bolso mostrando a ela o F cravejado de diamantes, era uma corrente de ouro. — Segura o cabelo, vou colocar no seu pescoço. Ela parecia um robô me obedecendo, sei que está com medo, mas iria dar um jeito de fazer ela se apaixonar. Mesmo ciente de que tudo, eu tomei a liberdade de beijar o pescoço dela, que tentou recuar. — Por favor, não me machuca — sussurrou. — Não quero te machucar! Quero apenas que a gente viva o nosso conto de fadas, quero que sinta amada, como nunca antes nessa vida — toquei seu rosto. — Vou precisar voltar para o morro, mas a noite eu venho, vamos jantar juntos, vou te fazer companhia a noite, você não vai se sentir sozinha, meu amor — depositei um beijo na sua testa antes de sair. Tinha muito assunto importante para tratar, um novo carregamento de drogas e um caderno carregado de devedores, pois era isso o que importava agora. Me retirei da casa seguindo para o morro, assim que passei pela entrada vir na praça o tumulto armado pelo João, ele estava brigando com o Marcio e eu parei a minha moto para interferir. — Todos sabem das regras básicas do morro, mas insistem em agir como se não soubesse — disse com ironia. — Senhor, me perdoe! Não to procurando briga no morro, mas ele insistir em dizer que sou culpado, que fui eu que fiz tudo com a Isabella, mas não fui eu, juro que não fiz isso — o verme do Marcio se jogou aos meus pés. — Foi ele, sim! Eu tenho certeza disso, patrão — João vociferou — Não fale o que não sabe! Eu estou me empenhando para achar a Isabella! Logo ela voltará, mas brigando na p***a do meu morro não vai resolver c*****o, nenhum. Entendeu? — falei bravo. — Sim! Eu consigo entender, me perdoe por tudo! Eu só estou desesperado, a mulher que amo está correndo perigo e eu não consigo fazer nada para proteger ela — disse com lagrimas nos olhos. — Tudo bem, eu entendo perfeitamente a sua situação e sei que você está bem complicado — disse firme. — Não crie confusão no meu morro! — fui frio e sair dali deixando-o sozinho. Seguir para a boca sozinho, queria muito ficar em paz, viver o meu momento! Por mais que ele viva querendo a encontrar, isso não vai acontecer, meu desejo é tira-lo do meu caminho e confesso que estou louco para mata-lo, mas não vou fazer isso agora. Sentei-me na minha cadeira empenhado a resolver a situação. Alguma coisa eu precisava fazer para aquele homem não ficar no meio da minha confusão, nem da minha relação com a mulher que é minha, que foi destinada para mim desde o primeiro dia de vida dela. Ascendi uma verdinha, queria fumar em silêncio, o rosto da Bella veio na minha mente, ela é a coisa mais preciosa que tenho nessa vida e não estou disposto a abrir mão disso por nada nesse mundo, aquela mulher vai ser a minha perdição e eu não me importo com nada, só preciso do sorriso, da paz dela sobre a minha vida para que eu me sinta melhor para sempre.
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