O enteado

Capítulo 5

Abri os olhos lentamente, o dia já havia amanhecido, passei a mão pelo colchão procurando pelo o corpo quente do meu noivo, mas não o encontrei, respirei fundo e me sentei na cama no exato momento em que á porta se abriu, revelando um Aron todo atrapalhado com uma bandeja na mão. Ri daquela cena toda.

- Não ria de mim mulher – resmungou, deixando a bandeja na ponta da cama, voltando a fechar á porta.

- Desculpe – pedi, contendo outra risada alta – O que é isso tudo? – apontei para a bandeja.

- Nosso café da manhã. Resolvi que tomaremos, ele aqui – disse sentando-se ao meu lado.

- Ok, obrigada amor – sorri gentilmente – Você está muito romântico hoje – brinquei.

- Quero agradar você. Mas posso ser mais bruto se quiser – disse malicioso deixando a bandeja de lado e vindo para cima de mim – E você sabe que gosto de pegar pesado com você, amor – murmurou ele prendendo meus braços de cada lado da minha cabeça, mordi o lábio inferior.

- Eu sei que gosta – eu disse baixinho.

- Você gosta quando faço isso – ele mordeu meu pescoço e eu arfei fechando os olhos com força – Gosta não gosta? – perguntou olhando-me fixamente.

- Gosto muito – sussurrei já ofegante.

Aron riu próximo a minha boca.

- Certo. Mas hoje eu sou o Aron Jones romântico, então sem chance amor – ele disse soltando meus braços e saindo de cima de mim.

- Aron... – resmunguei e ele riu de mim.

- Vem, Hannah, vamos tomar café logo, quero ir logo para essa consulta – ele disse animado.

Assenti e assim tomamos o café da manhã tranquilamente.

[...]

- Cora. Já estamos indo – avisei assim que a mesma chegou á sala.

- Tudo bem, boa sorte – ela disse graciosa.

- Obrigada – sorri. Peguei a bolsa em cima do sofá.

O dia estava bonito, sorri ao senti o sol sob minha pele. Avistei Aron perto do carro, Denise, estava com ele, ambos conversavam, mas Aron parecia estar entediado. Respirei fundo e caminhei até eles.

A conversa cessou assim que cheguei perto.

- Tudo bem? – perguntei receosa.

- Sim, amor, vamos – Aron guiou-me até o lado passageiro, abrindo á portado carro, entrei coloquei o cinto assim que ele fechou á porta, logo depois ele fez o mesmo dando á partida no carro.

- Tudo bem, vamos começar – Jessy disse sentando-se em uma cadeira ao meu lado na cama – Ansiosa? – perguntou.

- Muito – sorri nervosa.

- Bom, vamos ás apresentações. Mamãe e papai, esse é o bebê de vocês – ela disse indicando na tela. Senti meus olhos marejarem, olhei para Aron que estava ao meu lado calado, mas seus olhos também estavam marejados.

- Olhem. Aqui esta os pezinhos – ela indicou na tela, cobri meus lábios com a mão livre, eu estava tão emocionada eu sempre sonhei em ser mãe – Ás mãozinhas – indicou outra vez na tela.

- Oh, Deus que lindo – sussurrei.

- Está ouvindo? – perguntou-me e eu assenti – É o coraçãozinho dele – então eu não escondi mais ás lágrimas olhei outra vez para Aron e ele também chorava – Aron – chamei-o e o puxei para perto beijando seus lábios rapidamente.

- Obrigado por isso – ele sussurrou, sorri em resposta e voltei a olhar para Jessy.

- Hannah, seu bebê esta bem. Agora vamos tentar ver o sexo – ela disse. Pisquei tentando controlar as lágrimas – Ok, vamos lá bebê deixe-me vê-lo – pediu baixinho olhando o monitor a sua frente – É acho que não iremos ter sorte hoje, quem sabe no próximo mês – ela disse enquanto se levantava, sorri fraco decepcionada – Tudo bem. Podemos marcar para um dia antes do casamento – olhei para, Aron, e o vi assenti e eu fiz o mesmo voltando a olhar para Jessy.

- Ótimo.

Depois da consulta Aron apenas me deixou em casa e foi para a empresa.

Assim que entrei, ouvi vozes um tanto alteradas, ou melhor. Uma única voz alterada, fui até a sala. Vi Cora um tanto amedrontada e Denise irritada.

- Você não passa de uma empregada infeliz, como Aron pode deixar pessoas tão incompetentes trabalhar para ele – ela cuspiu as palavras com arrogância.

Balancei a cabeça negativamente incrédula.

- Porque essa casa é minha Denise. Não se lembra. Era o que constava no testamento – eu disse rude, Denise, continuou do jeito que estava de costas para mim e parecia tão surpresa quanto Cora – E não vou admitir que trate a Cora ou qualquer outra pessoa desta casa m*l.

- Tudo bem, Hannah, não foi nada demais – Cora disse envergonhada.

- O que aconteceu? – perguntei, vendo Denise virar-se para mim.

- Acontece que ela, não quis me deixar entrar no quarto do meu irmão – resmungou irritada, arqueei as sobrancelhas surpresa.

- Eu pedi para que ninguém entrasse, nem eu mesma entro lá – fiquei firme. Desde que comecei o relacionamento com Aron, deixei aquele quarto trancado á chave. Eu temia me sentir culpada por estar com Aron – Cora, pode ir – pedi e assim ela o fez deixando-me sozinha com Denise.

- Hannah, eu só queria ver as coisas dele.

- Mas eu não quero, tirei minhas coisas de lá para que ninguém tocasse em nada do que era dele – falei cabisbaixa – Agora se me der licença – pedi e sai da sala sem esperar que ela dissesse algo.

Cora estava sentada perto do balcão da cozinha. Eu adorava aquela mulher, desde que a conheci ela sempre me tratou bem.

- Cora – chamei-a. Ela levantou o olhar que antes estava perdido em um ponto qualquer – Não fique assim. Você fez bem – sorri tocando suas mãos levemente.

- Obrigada Hannah, achei que ela fosse me demitir – disse ela rindo sem humor.

- Eu sou a dona da casa Cora, e eu não vou te demitir – sorri passando-lhe confiança – Pode ficar tranquila.

- Obrigada – agradeceu apertando minha mão entre as suas.

- Certo. Agora – ergui minha postura corretamente – Que tal se fizéssemos aquele doce maravilhoso que fez outro dia – pedi com um sorriso sapeca nos lábios.

- Brigadeiro – ela disse.

- Isso e aquele outro branquinho – bati palmas empolgada.

- Beijinho – ela riu. Cora era brasileira, mas havia se mudando para a Inglaterra ainda muito pequena.

Fizemos os doces e logo Ava se juntou a nós duas. Fora uma manhã agradável, não vi Denise depois que cheguei, almocei e sai para encontrar a pessoa que Aron contratou para me ajudar. Nós nos encontramos em um restaurante perto da empresa. Senhorita Kellan, ou Louise, como preferia ser chamada.

Conversamos muito, resolvemos e concluímos muita coisa. Depois de me despedir de Louise, fui para a empresa, esperaria para ir com Aron para casa.

Sai do elevador, caminhando até a sala do meu noivo, mas fui interrompida por uma voz feminina.

- Posso ajudar? – perguntou uma moça loura de olhos verdes.

- Não, tudo bem, eu vim falar com o Aron – eu disse simpática. A loura levantou uma das sobrancelhas ao me ouvir o chamar de Aron.

- Com o senhor Jones – corrigiu-me e eu segurei a vontade de rir, ela só poderia ser nova – Tem hora marcada senhorita? – perguntou lançando-me um olhar superior.

- Creio que sim. Diga que é a senhorita Edwards, por favor – pedi gentilmente – Como você se chama senhorita? – perguntei.

- Nicole – respondeu sem animo enquanto dava atenção ao aparelho de telefone – Senhor Jones, a senhorita Edwards está aqui – era impressão minha ou ela estava fazendo pouco caso doo meu sobrenome? Ai essas adolescentes fúteis – Sim senhor – ela colocou o telefone no gancho – Ele está vindo – sorriu forçado e voltou a fazer o fazia antes.

Balancei a cabeça negativamente e logo ouvi á porta se abrir e Aron sair.

- Hannah – ele disse sorrindo vindo me abraçar.

- Oi amor – dei ênfase, para que Nicole pudesse ouvir.

- Como foi com a senhorita Kellan? – quis saber.

- Foi ótimo. Resolvemos muita coisa – sorri e o beijei rapidamente.

- O que veio fazer aqui? – perguntou acariciando meu rosto carinhosamente.

- Eu estava por perto, resolvi ficar e esperar para irmos juntos para casa – sorri passando meus braços em volta do seu pescoço.

- Fico feliz – beijou-me – Vem, vamos entrar – Aron puxou-me pela mão me levando para a sala. Acenei para Nicole, antes de entrar totalmente na sala, ela me olhava surpresa.

Fechei á porta atrás de mim, vendo Aron sentar em sua mesa.

- Sua secretária não gostou de mim – sorri sapeca indo até ele ficando entre suas pernas.

- Ela não conhece você amor, ela não sabe que você é a dona – ele disse enquanto acariciava meu rosto – Ela é nova.

- Tudo bem, mas bem que ela podia tentar ser mais gentil com as pessoas – retruquei encarando-o fixamente.

- Tudo bem. Vou conversar com ela – sorri espalmando minhas mãos em seu peitoral – Você está ansioso? – perguntei referindo-me ao casamento mudando totalmente de assunto. E ele entendeu.

- Muito, não vejo a hora de apresentar você como minha esposa – ele sorriu abertamente. E foi o sorriso mais lindo do mundo - E você? – acrescentou.

- Estou mais que isso, estou tão feliz que não consigo descrever em palavras – sorri envergonhada. Nunca pensei que pudesse reviver toda essa expectativa outra vez – Obrigada por me fazer feliz outra vez – olhei fixamente em seus lindos olhos azuis.

- Tudo ficará ainda mais feliz perfeito quando ele ou ela chegar – disse radiante passando uma das mãos até minha barriga carinhosamente.

- Vai sim. Eu te amo – sussurrei perto de sua boca convidativa. Seu sorriso alargou-se ainda mais ao me ouvir dizer aquelas palavras. Selei nossos lábios levemente.

- Vamos para casa, tia Denise, ligou e disse que mais dois convidados chegam hoje – informou-me – Você não se importa certo? – pediu receoso, como se tivesse feito algo errado.

- Claro que não. É a sua família – acalmei-o, me afastei de seu corpo para que ele pudesse pegar suas coisas e assim irmos para casa.

- Por falar em família e a sua quando chega? – perguntou arrumando os papéis em sua mesa.

- Mamãe, Vince e Lavínia chegam semana que vem – sorri orgulhosa do lembrar-me deles, não via a hora de eles chegarem.

- Ótimo, estou louco para revê-los, mesmo mão me lembrando muito bem eles, acho que me recordo do rosto de Lavínia – disse parando em minha frente – Vamos – assenti e então saímos de mãos dadas.

- Até amanhã Nicole – disse Aron despedindo-se. A loura levantou-se graciosamente sorrindo abertamente.

- Até amanhã senhor Jones – respondeu educadamente.

- Foi um prazer conhece-la, Nicole – estendi uma de minhas mãos em sua direção. Sorri para ela quando a mesma segurou minha mão.

- Foi um prazer conhece-la também senhorita Edwards – lançou-me um sorriso envergonhado.

- Esta convidada para o casamento, Nicole espero vê-la por lá – eu disse sincera.

- Obrigada pelo convite.

- Por nada. Vamos, Aron – olhei-o. Ele assentiu. Acenei uma última vez para, Nicole, e por fim fomos para casa. E no momento em que coloquei meus pés ali, desejei não ter feito.