Soraia
Quando Matt publicou o primeiro texto no blog, eu confesso que fiquei em silêncio por horas. Não por medo do conteúdo, mas pela coragem que aquilo exigia. Era íntimo, cru, verdadeiro. E, acima de tudo, era um convite: para que outros se reconhecessem, se revelassem, se libertassem.
O blog não tinha nome chamativo. Era discreto, quase tímido. Mas o que ele dizia era tudo, menos tímido. Era um grito contido, uma confissão sem vergonha, uma tentativa de existir fora das sombras.
No início, os comentários eram poucos. Alguns curiosos, outros agressivos. Mas então começaram a chegar os que importavam. Os que vinham com dor, com muito medo, mas também com esperança.
“Achei que era só comigo. Que meu desejo era errado. Que meu afeto era doença. Mas lendo vocês, me senti humano.”
“Sou
