Ian Eu nunca soube exatamente onde pisava com Matt. Desde o começo, havia uma delicadeza nos gestos dele, uma hesitação nos olhos, como se cada passo em minha direção fosse também um passo para longe de algo que ele não queria perder. E eu entendi. Ou pelo menos tentei. Mas ontem, quando João e Soraia disseram que eu não podia dormir lá, algo dentro de mim se partiu. Não foi o “não” em si. Foi o silêncio de Matt. A ausência de defesa. A ausência dele. Eu saí da casa com um sorriso educado, um aceno leve e um nó na garganta. Caminhei pelas ruas como quem carrega um peso invisível, tentando entender se eu estava pedindo demais ou apenas pedindo para existir. Porque é isso que tem sido: uma luta constante para existir ao lado de Matt, sem apagar o que ele já tem. Eu não quero substituir n

