Matt Era uma tarde comum. Eu tinha saído sozinho para comprar alguns materiais de desenho e aproveitar o sol tímido que escapava entre os prédios. O blog estava indo bem, os comentários eram cada vez mais acolhedores, e a relação entre nós três parecia mais firme do que nunca. João havia passado a manhã escrevendo, Soraia estava em reunião com o grupo de apoio, e eu me sentia leve. Pela primeira vez em muito tempo, leve. Entrei numa papelaria pequena, dessas que têm cheiro de tinta e madeira. Escolhi alguns lápis, um novo caderno, e fui até o balcão. Foi quando ouvi a voz. — Matt? Virei devagar. E ali estava Clara. Cabelo preso, óculos escuros no topo da cabeça, uma sacola na mão e um olhar que misturava surpresa, julgamento e algo que eu não soube nomear. — Oi — respondi, tentando ma

