CAPÍTULO 1

1430 Words
Meu pai era h******l em demonstrar o que sentia ou tentar não mostrar a chateação por ter que vir me deixar na porta do campus de Nova York, saindo de Connecticut e deixando claro que eu estava longe de casa, longe das garras do adorável senhor Heid Ross. - Pai? - Ele desce do carro em silêncio e eu seguro a minha mala mais firme, não demonstrando medo ou insegurança na frente dele, era aqui que eu iria ficar pelos próximos três anos e ele pareceu querer me jogar de volta dentro do carro e me levar para casa. - A universidade de lá era ótima. - Mas não é o que eu quero, relaxa, isso um dia teria que acontecer, não vamos sofrer dessa forma, me dá um abraço? - Quero conhecer seu dormitório – Balanço a cabeça e faço uma careta. - Nem pensar, não precisa controlar isso Sr. Heid, só vai haver meninas e capaz de você ser o único homem a querer olhar isso. - Meu papel sempre foi de pai e mãe – Ele comenta e me puxa, me dando um abraço apertado e encarando meus olhos. - Vai se cuidar, pai? - Sim, siga as regras filha, não faça besteira e seja a número 1 sempre – Ele beija o topo da minha cabeça e se afasta. - Vou quando te ver entrando lá – Olha para o dormitório. - Tem certeza que não quer um apartamento, esses dormitórios… - Não senhor, ligo as oito pai – Eu me viro, não vacilo nenhum momento quando caminho pelo gramado, até que eu subo o lance de escada e entro no prédio 3, dormitório feminino, dando um suspiro determinado e confiante. Agora as coisas começavam. Havia realizado um feito, me separar do temido doutor Heid, isso era como sair da barriga de uma mãe, mesmo aos 18, eu tenho precisão de usar essa metáfora. Ele era o tipo de pai controlador, manipulador e narcisista, não pense que eu falo isso tranquila, nenhum pouco, porque eu passei por tudo, não foi fácil, com o tempo, por ser a única filha, ele deixou a personalidade e a irracionalidade do jeito de lidar comigo, ele nunca aceita ser contrariado ou estar errado, isso o torna um pai difícil, mas, um ótimo advogado. Olho a folha vendo meu nome junto da informação do quarto, no quinto andar, porta 38. Caminho calmamente, olhando rostos e mais rostos, algumas estão chorando e outras gargalhando alto, eu subo as escadas para o quinto andar e quando coloco os meus pés nele noto dez portas postas em um corredor e muita gente, caixas no corredor, bagunça sem fim, me pergunto e peço para ser só empolgação do começo. Era isso que queria Analu, vai em frente e não tenha medo – na verdade medo não era a palavra certa – a bagunça estava grande as caixas me fazem olhar para a mala na minha mão e sentir a mochila nas minhas costas. Era o básico que eu precisaria, não entendia toda aquela bagunça e assim que entrei no quarto, com o número 38 gravado na porta, encarei o lugar. Roupas pelas três camas do quarto e no chão caixas e mais bagunças, meus olhos encaram a única janela do quarto e depois encarei uma porta e vi o piso branco do banheiro. Caminhei em silêncio. O quarto com as três camas uma do lado da outra, cada uma com uma mesa de cabeceira, de frente para elas um armário embutido na parede de seis portas e duas escrivanias, uma perto do armário e outra da janela, uma luminária vestida com roupas sobre elas e logo o barulho de uma voz. Encaro a porta do banheiro e assim que ela é escancarada uma menina sai de toalha e eu encaro ela, me virando. - Ei, oi, você está nesse quarto? - Encaro ela de volta que se aproxima e coloca a mão no quadril, me olhando e sorrindo. - Louise – Noto o cabelo preto molhado e os olhos negros no rosto fino. - Analu – Ela se move. - Bem, Analu – Ela se aproxima da porta e a fecha. - Eu sou do terceiro período de direito, sou veterana e vamos deixar as coisas claras aqui – Fico parada, vendo ela se sentar na cama bagunçada. - Eu fico nessa cama, você na de lá, não tem mais colegas de quarto, eu não vou dividir isso com mais ninguém, você foi o biscoito da sorte – Suspira. - Voltei da França e não tive tempo de arrumar minhas coisas como pode ver, mas as regras são simples, primeiro, não mexa nas minhas coisas – Ela faz uma pausa. - Você tem três lados do armário – Desceu seu olhar para a minha mala. - Eu odeio bagunça, vou terminar de me vestir, vou arrumar essa bagunça, não pense que sou bagunçada e nem nada, ah, não deixe o banheiro bagunçado. Ela sorri. - Certo – E a única coisa que falo, me aproximando de outra cama e deixando a bolsa e a mala na beirada. - Estou esperando você se apresentar – Encaro ela. Como? Certo. Relaxa Analu, só uma apresentação. - Sou Analu Ross, começo na segunda. - Só? O que vai fazer? - Direito – Falo firme e ela se levanta, sorrindo. - Ótimo, acho que podemos nos dar bem então, minha última colega de quarto não aguentou, espero que não tenhamos problemas, seria um grande caos. Ah – Ela se levanta, puxando uma muda de roupas. - Não sou de ficar sendo legal com novatas, mas em nome do direto os meus exemplares dos livros de direito e outros que vai precisar está na terceira porta do armário arrumados, nisso você pode mexer, certo? - Certo – Ela se veste em um piscar de olho. Bem o que eu poderia dizer? Era isso. - Vou buscar meu almoço e volto para arrumar isso e te dar espaço – Quando ela sai eu me sento na cama e encaro as paredes creme, tirando a bagunça. Mas o lugar me agrada, quando puxo a mala a porta e bate com força, me fazendo erguer o olhar vejo a batida forte e encarar um cara. Se virando eu noto os cabelos pretos e a altura e o rosto firme com a mandíbula tensa e os olhos negros que me encaram. - Onde está Louise? - Encaro os olhos dele, o tamanho dele se faz presente e ele tranca a porta. - d***a, eu estou encrencado, não ouviu o que eu disse menina? - Ela desceu para buscar o almoço – Eu me levanto. - O que está fazendo aqui? - As batidas na porta soam e ele coloca o indicador na boca e pede silêncio, se aproximando e ficando parado na minha frente. - Estão batendo, preciso abrir. Ele balança a cabeça e as batidas na porta se fazem mais alto. - Sr. Riller, vi que entrou aqui, isso é proibido, a entrada de rapazes nos dormitorios – Eu dou um passo para trás e desvio do cara e ele tenta segurar meu braço e eu o puxo. - Eu vou abrir a porta – Ele alcança meu braço de novo. - Você vai ficar quieta. - Não vou dar meu pescoço por alguém que eu nem conheço, da licença? – Quando eu abro a porta eu dou de cara com uma mulher de cabelos totalmente grisalhos. - Você é? - Analu Ross, cheguei a pouco – Eu deixo que ela entre. - Senhor Riller, me acompanhe. - Maria, amor da minha vida, tem de parar de pegar no meu pé – Ele se aproxima com as mãos nos bolsos da calça jeans escura e vejo a camisa preta justa no tronco e noto os braços fortes e as tatuagens, mas não consigo entender os desenhos variados nos braços dele, como se fosse um gigantesco gibi. - Você de burlar as regras, vamos. A mulher passa por mim de novo e sai pela porta e o rapaz para de andar quando para na minha frente. - Cuidado garotinha, vai se queimar se for uma dedo duro. - Riller? - A mulher de cabelos grisalhos o acompanha e eu fico parada com o coração acelerado dentro do peito. - To indo Maria, só estava vendo as novatas. Ele pisca para mim e eu analiso ele sair do quarto e eu fechar os olhos com força, enquanto minhas mãos fecha a porta. Não podia entrar em problemas e eu nem iria. Certo, vamos começar.
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