Capítulo Um

2037 Words
Corria desesperadamente pelas ruas de Londres a Oxford Street estava um caos como sempre, mas tenta não me abalar. Mais um emprego, mais uma luta diária. Era a rainha dos empregos temporários, mas finalmente Ryle tinha-me conseguindo uma entrevista como babá em um dos mais caros bairros de todo O Reino Unido. Então resolvi me vesti bem, até uma babá aqui tinha que ser apresentável, escolhi uma, calça preta de alfaiataria e uma blusa verde com um blazer preto, tá! Posso ter exagerado um pouco para o cargo, mas o que podia fazer a primeira impressão é a que conta. Parei em frente ao casarão colonial, com portões grandes de grade preto e um brasão com um leão rugindo e as letras T e S de bronze. As árvores e arbustos bem cuidado! Encarei o lugar, enorme e com cara de milhões de libras. Sim estava assustada, em pânico, mas precisava desse trabalho. Procurei por uma campainha ou interfone até que ouvi uma voz saindo de uma caixinha ao lado. — Posso ajudar? — Dei um pulo para trás colocando a mão no coração. — Minha nossa que susto. — tento me recuperar do meu mini infarto e aproximo da caixinha — Oi! Bom dia. Meu nome é Kira Ross estou aqui para uma entrevista. A caixinha se fez em silêncio. Começou tão falante e agora vai a ficar fazendo charme. Rir baixinho, então o portão se abriu. Olhei para os lados um pouco confusa, então a caixinha mandou eu segui em frente por uma, caminho longo de pedras. Ao lado árvores grandes, composta com pequenas flores da estação e o gramado verde com aspecto de fofinho. Uma senhorinha de um pouco mais de setenta anos, sai pela porta da frente vestida com um vestido preto de governanta e os cabelos presos em coque alto. Ela sorri para mim, vou me aproximando seus olhos azuis com algumas marquinhas do tempo e pele branca. Com uma expressão simpática ela me cumprimenta. — Bom dia Kira, está um pouquinho atrasada. Meu nome e Magnólia — ela me estende a mão — Você tem sorte que o patrão não irá entrevistá-la. Tentei fazer a maior cara de p*u que já fiz em toda minha vida. Não me atrasei por querer até por que chega pontual nesta cidade do caos e quase impossível. Mas ela diz com um grande alívio que o patrão não ira me entrevistar, pelo jeito ele de ver o monstro da bela ea fera para ouvir o alívio na voz dela. Sorri apertando sua mão. — Bom dia, senhora Magnólia. Não foi por querer, sabe como é Oxford Street neste horário. Ela arregalou os olhos colocando a mão no coração. — Oh! Menina, você veio de lá até Kensington a pé? Balancei a cabeça com um sorriso forçando, bom já estava acostumada a andar, longos caminhos. Fazia trilha sempre quando podia, gosto da natureza, acho que uma válvula de escape para a situação real da minha vida. Depois que meus pais morreram, estava com dezoito anos e a pequena Lili com onze, tive que me desdobrar para cuidar da minha irmã. Comecei a trabalhar em lanchonetes de dia e em bares a noite enquanto uma tia cuidava de Lili. Um dia cheguei em casa mais cedo e encontrei minha pequena lavando o chão quanto a mulher estava transando com dois homens em um quarto com a porta escorada, seus gritos podiam ser ouvidos da rua. Aquilo me deixou sem chão. Sempre disse para Lili ajudar no que fosse preciso, pois, moramos de favor em sua casa. Peguei minhas economias de um ano inteiro, arrumei as coisas da minha irmã e fomos embora daquele lugar nojento. Encontrei um pequeno apartamento pelo preço que tinha juntando por um ano, mas a proprietária teve compaixão e fez pela metade. Ensinei Lili a ir e volta da escola sozinha além de fazer sua própria comida. Trabalhei em dois lugares, juntando dinheiro para não deixar nada faltar para minha irmã. Tudo fomos tirando de uma vez só, passava noites em claro tentando arrumar um jeito de não deixar Lili passar fome. — Tenho esse costume — sorri, a mulher me levou para dentro da enorme mansão. Olhei para os lados, as paredes em tons brancos com vigas de gesso, o chão de porcelanato com tom de madeira. Passamos por uma sala enorme com dois sofás brancos e almofadas dos tons, cinza, amarelo e branco, uma lareira enorme com a decoração preta, cortinas que ia do teto ao chão da cor preta. Decoração clássica e um lustre lindo no centro da sala. A casa era linda, moderna, mas com o estilo tradicional. Passamos por uma cozinha com armários, embutido com portas pretas, uma linha no centro de granito preto com seis cadeiras, alguns alimentos em cima dela e uma mulher também vestida de preto, mas com um avental branco na cintura, ela deveria ter uns cinquenta e poucos anos, cabelos amarrados no alto coberto por uma touca de chef. Ela sorriu acenando para mim, retribui o cumprimento. Magnólia entrou em uma salinha, onde tinha um computador sobre uma mesa, alguns papéis espalhados, ela acenou para a cadeira vazia à sua frente se acomodando na de trás da mesa. — Então Kira, me conte um pouco mais sobre você. — ela perguntou pedindo meu currículo com a mão. — Bom, tenho vinte oito anos, moro em Camden com minha irmã. Lili. — ela continuou me olhando a espera de que eu diga algo mais, mas como poderia? Não tinha mais o que dizer, eu estava nervosa e com essa pressão me deixava ainda pior. — Calma querida, você não tem nenhuma formação. Mas tem ótimas recomendações. — Gosto de trabalhar, perdi meus pais muito jovem e não pude fazer a faculdade. — confessei tentando não pensar muito naquele dia fatídico. — Sinto muito. — ela sorri e pude sentir a compaixão em sua voz. — Bom, você tomará conta do pequeno Thomas, ele é um rapazinho tranquilo tem seus horários a cumprir e sempre no final antes do seu pai chegar ele precisa estar de banho tomado, deveres prontos e todas as atividades extra, cumpridas. — Quantos anos ele tem? — perguntei confusa. — Nove. — Magnolia me entregou uma lista das suas atividades, deveres fora da escola, o que ele pode ou não comer além de música o que ele pode, ou não ouvir, horário de laser que deveria ser composta por atividades construtivas. Fiz uma careta, como uma criança de nove anos ainda precisava de uma babá? E, porque tantas atividades assim? O pequeno ainda tinha uma lista do que podia ouvir. Como assim? Música e música não é? — Você deve estar se perguntando por que tudo isso. — levantei o rosto encarando um olhar divertido. — O patrão Travis e muito ocupado, ele pensa que ocupando o rapaz ele não sentirá falta. — ela revira os olhos — Isso é um desperdício de dinheiro. — Ele tem uma lista do que pode ou não ouvir. Isso chega beira um pouco a absurdo não acha? — Concordo. Mas quem somos nós para questionar a vontade do patrão. — Onde está a mãe dele? — A senhora Viviane morreu de uma doença muito rara — contou Magnólia com uma tristeza — Uma linda moça, sempre alegre e divertida. O patrão Travis era outra pessoa, sempre simpático e sorridente, após a morte da esposa ele se fechou então colocou o jovem rapaz em várias atividades. — Isso não supre a necessidade de ninguém — coloquei a mão sobre a boca para abafar — Desculpa não é da minha conta. — Tudo bem. Bom Kira, você pode começar amanhã, esse são seus horários. Brown irá levá-la e buscá-la em casa, e está com você o tempo inteiro caso precise. — ela se levantou apertando minha mão — Bem-vinda querida, há e terá que buscar Thomas no horário todos os dias. Não pode se atrasar. Sorri para ela apertando sua mão. Sai daquela enorme mansão com um enorme sorriso no rosto, finalmente um emprego fixo com um salário gordinho, ajudaria Lili na faculdade e ainda sobraria um pouquinho para fazer uma bobeirinha, a caixinha de som que depois descobri que Brown me parabenizou pelo emprego se despedido. Quase beijei ele, na verdade, eu beijei a caixinha sai saltitando na rua. Amanhã começa uma etapa nova da minha vida. Peguei o telefone discando Lili atendeu no primeiro toque. — Então? — Sua voz esperançosa me fez rir. — CONSEGUI! — Gritei no meio da rua assustando algumas pessoas. Ela gritou do outro lado da linha junto comigo — Pede comida pequena, vamos comemorar assim que eu chegar. — Estou tão feliz Kira, finalmente podemos respirar aliviadas. — Podemos sim Lili, finalmente a sorte está do nosso lado agora. — Você vai largar o emprego no PussyCat? — Ela me perguntou. Lili não gostava que eu trabalhasse em uma casa de entretenimento, ela achava que beirava ao fundo do poço. Não poderia contradizê-la. Encontrei o PussyCat por acaso, eles estavam precisando de garçonete a noite e o salário não era r**m juntando com as gorjetas. Como era um clube exclusivo para homens bem-sucedido, as gorjetas eram altíssimas. — Não posso agora, mas logo quando você terminar a faculdade e consegui um emprego dos sonhos posso largar. — Isso vai demorar Kira, não gosto de saber que está dançando por dinheiro. Mamãe esquentaria sua b***a se soubesse disso. — Mas mamãe não está mais aqui Lili, estamos sozinhas. Não fica assim, vai dar tudo certo. Enquanto isso continue a estudar — parei em frente ao PussyCat — Preciso desligar, te vejo daqui a pouco. Beijos. — Beijos Kira. Desliguei o telefone entrando no grande casarão, sua decoração moderna e discreta deixava o lugar com aspecto de uma casa luxuosa. Segui pelos corredores dos camarins encontrando Fleur arrumando algumas roupas. Ela tem pouco mais de quarenta cinco anos, seus olhos cabelos loiros estão presos a um coque bagunçado, combinando com a, calças jeans largada e a blusa branca que usava. — Kira — Fleur era a proprietária do local, ela decidiu criar o PussyCat como um passatempo. Quem abre uma boate como passatempo? Ela e sua esposa Emilie são duas ex-modelos ainda bastante famosas por beleza e elegância. Quem as, olha de longe não pensa que são um casal lésbico. O amor e companheirismo delas são de dar inveja. Ela sorri para mim, seus olhos azuis, cristal brilham junto meu sorriso. — Consegui Fleur, estou tão feliz — ela me abraça apertando. — Oh! Minha querida, fico feliz por você. — ela se afasta me olhando — Então vai deixar a boate? — Não, Lili ainda precisa terminar a faculdade. Além do mais gosto de trabalhar aqui. — Eu sei. Mas sua irmã não, e ela tem um pouco de razão nisso. Você devia voltar a estudar — seu tom materno faz meu coração apertar, Fleur nunca teve filhos, mas seu instinto de mãe sempre fala mais alto quando precisa me repreender. — Eu sei que tem, mas gosto de trabalhar. Quem sabe um dia. — dou de ombro. — Bom, olha isso — entreguei a lista de Thomas para Fleur, ela colocou a mão na boca para conter uma risada. — Pobre criança. Ele tem uma lista de música que pode e não ouvir. — Triste não é, ele não faz nada além dessas coisas — fiz uma careta — O pai diz que não é para senti falta da mãe que morreu. — Isso, vamos entupir a criança de atividades sem graça para não sentir falta. Cruzei os braços, realmente as atividades eram sem graça. Sabia muito bem como era perder aqueles que amavam, quando perdi meus pais não fora fácil. As dívidas vieram, os problemas, Lili que não sabia como processar a situação, além da falta de onde morar. Mas com muita força de vontade e amor consegue erguer minha irmã no chão. Hoje somos felizes, nossos pais fazem falta sim. Mas não podemos deixar isso nos abalar. Trabalhei muito, dei tudo o que minha irmã precisava além do meu amor por ela. Hoje Lili faz faculdade de economia, e juntas estávamos virando capítulo por capítulo da nossa história. — Tire o dia de folga, fique com sua irmã. — Fleur me tirou dos meus pensamentos. — Obrigada, amanhã eu volto. — Temos uma despedida de solteiro no sábado. Vou precisar que você dançe. — ela revirou os olhos suspirando — o Bendito noivo reservou o clube todo. — Opa temos um milionário!
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