Magnolia havia me dando um uniforme conforme era exigido, composto de uma calça branca e uma blusa polo branca também. Ela me instruiu manter os cabelos sempre preso, após o grande patrão Travis não gostava de cabelos soltos. Sem problemas, não tinha lavado ele mesmo.
Já estava quase a hora do almoço e Brown chegou com o jovem Thomas, esperava um rapaz com cara fechada e m*l educado, mas para minha surpresa.
— Thomas, essa e Kira sua nova babá, Kira esse eo jovem Thomas. — Magnólia fez as apresentações. Thomas era um rapaz lindo, cabelos loiros cor de areia, olhos azuis postura ereta.
— É um prazer conhecer senhorita Kira — senhorita?
— Por favor Thomas, me chame apenas de Kira. — apertei sua mão, para um menino ele tinha um aperto firme.
— Como quiser, Kira. Irei para meu quarto fazer o dever, com licença — o menino se virou e foi em direção as escadas. Fiquei encarando aquela criaturinha com curiosidade, tão sério e tão maduro para sua idade. Quando Lili tinha nove anos ela sempre chegava em casa morta de fome, nem esperava para fazer o dever.
— Ele e assim, fechado igual o pai — me virei para Brown o motorista — O senhor Travis não dá muita atenção para o pequeno Thomas, acho que ambos se fecharam em suas bolhas.
— Nossa, isso por causa da morte da falecida esposa? — perguntei encarando o homem de idade.
— Também, mas o senhor Travis sempre foi muito ocupado. Acho que isso acabou afetando o menino.
Balancei a cabeça em confirmação. Era realmente triste perder alguém, mas a forma como ambos estão reagindo à perda. Mas seus pequenos olhos azuis estavam frios e sem vida, como toda a casa. Meu coração se apertou pelo pequeno Thomas. Olhei as horas, Diane estava quase terminando o almoço, então resolvi leva um suco para ele.
Subi as escadas parando em frente a porta bati de leve abrindo.
Thomas estava sentando em uma escrivaninha ao lado da janela, seu quarto todo decorado em azul e preto representa bem um rapaz alegre e cheio de vida, mas o rapaz sentado a mesa não era assim. Ele ainda estava vestido com as roupas da escola.
— Com licença Thomas, eu lhe trouxe um suco — me aproximei dele — Hoje está quente você chegou e nem tomou nada.
Ele não me respondeu, continuou de cabeça baixa escrevendo freneticamente em seu caderno. Andei pelo quarto colocando o suco em cima da mesa ao seu lado. Seu quarto era organizado, cama feita, brinquedos nos lugares nada, nada mesmo estava fora do lugar.
— Nossa que legal — me aproximei de uma réplica de avião — Sempre gostei de aviões, meu pai era mecânico na força aérea sempre que ele podia me levava para ver aqueles caças enormes.
— Meu pai me deu no ano passado — ele respondeu ainda olhando para o seu caderno.
— Seu pai deve ser muito legal — respondi me sentando ao seu lado, ouvi um fungar me aproximei e pude ouvir Thomas chorando, me abaixei ao seu lado tocando seu joelho. — O que aconteceu Thomas ?
Ele levantou o rosto e um roxo estava bem visível em seu olho sem a franja que o escondia.
— Briguei na escola — ele limpou o nariz com as costas da mão — Meu pai não vai gosta.
— Por que você brigou ? — Olhei para o pequeno príncipe a minha frente, o menino realmente se parecia com ele.
— Eles estavam me zoando por causa que meu pai não gosta de mim, disseram que minha mãe morreu por ela não gostava de mim.
Que merda. O pobre menino fungou mais uma vez, puxei ele para um abraço apertando contra mim. Crianças podiam ser más, mas alguns eram cruéis. Usar um trauma de infância para machucar os sentimentos de um menino era crueldade demais, puxei Thomas paro banheiro lavando seu rosto.
— Olha, vamos passar um remédio neste roxo e… — Então ouvimos um grito vindo da parte de baixo da casa.
— THOMAS! — A voz grave e cheia de autoridade me fez tremer até os ossos, Thomas me abraçou forte e pude sentir seu medo. Passos soou pelos corredores até a porta se abrir com tudo. Ta a situação não queria o que tinha sentindo naquele momento, levantei meus olhos encarando dois bares de mar revoltos, uma sombra escura cobria seu rosto tão bem desenhado, barba feita, nariz perfeito, maxilar forte e definido acompanhado de um queixo quadrado, lábios finos e rosados fiquei pensando como seria tê-los sobre os meus. Seu olhar severo e impassível me fez recuar um passo e Thomas veio comigo. — Você deve ser a nova babá, qual é seu nome?
— Kira, Kira Ross — ele me olhou de cima a baixo analisando, meu corpo inteiro respondeu a sua análise. Eu não era as das mais gostosas do mundo, mas tinha tudo em cima, ele deveria ter um e noventa não competia em nada com meus um e sessenta e cinco. Seus olhos foram até o menino que se escondia atrás de mim.
— Thomas! Já avisei para não se esconde dos seus problemas — Thomas saiu de trás de mim erguendo o os olhos cheios de lágrimas para o pai. Deus como eles eram parecidos. — Por que recebi uma ligação da sua escola hoje em meio a uma cirurgia?
Ele perguntou cruzando os braços em frente ao corpo musculoso, só então percebi que vestia um terno bem cortado azul acompanhando de uma gravata preta e uma blusa branca. Thomas tentou manter a voz firme vacilando um pouco.
— Briguei durante o intervalo, eles estavam caçoando de mim pai — ele tentou se defender, pude ouvir o grande Travis respirar algumas vezes para controlar sua raiva.
— E a terceira vez esse mês Thomas, a terceira que você briga na escola — ele questionou o filho mantendo o tom de voz baixo e bastante ameaçador — Se continuar assim terei que manda-lo para um internato, não aguento mais essas briguinhas fúteis, sua maneira de chamar atenção está interferido no meu trabalho.
Eu e minha boca grande.
— O senhor não pode fazer isso! — me coloquei à frente de Thomas — O menino apanhou na escola por ser vítima de um ato c***l, magoaram ele e o senhor responde a isso mandando a criança para um internato?
— Quem e você par dita o que posso ou não fazer? — O grande Travis deu um passo à frente rosnando baixo para mim — Você é apenas uma babá, está aqui para cuidar dele e impedir que isso — ele aponta para o olho roxo de Thomas. — Aconteça. Mantenha-se em seu lugar.
Ótimo serei demitida no meu primeiro dia, além de ganhar uma cara feia e um patrão nervoso. Tentei manter minha postura protegendo a criança, meu amável patrão continuou me encarando, me senti afogando em meio ao mar turbulento que era seus lindos olhos.
— De castigo, limpe-se e desça para almoçar — ele se virou batendo a porta atrás de si, só então soltei o ar que estava segurando. Me virei para Thomas segurando seu queixo.
— Vai ficar tudo bem — ele chorava sem parar — Calma pequeno príncipe, você foi tão corajoso.
— Não fui, nunca fui sou um covarde — ele resmungou.
— Ei, ei ei, pare com isso viu. Você foi muito corajoso sim, não precisa chorar — limpei seus olhos — Se continuar chorando desse jeito vai derreter.
Ele riu, um sorriso lindo mas triste. Thomas se limpou e desceu para almoçar com seu pai. Assim que entrei na cozinha olhares curiosos se direcionaram a mim.
— Céus você está viva, achei que o patrão tinha te estrangulado — suspirou Diane voltando as panelas, abafei uma risada.
— Menina corajosa, ninguém enfrentou o patrão daquela forma. — Comentou Brown.
— Eu não achei justo, o pobre menino sofre daquele jeito na escola e depois sofre em casa — cruzei os braços resmungando — ele deveria ir a escola e se queixar pelo o que fazem com seu filho. Uma vez Lili chegou em casa com a testa cortada, ela disse que caiu na caminhada para a escola, mas depois descobrir que foi uma menina que zombou dela por ser órfã, fui a escola e despejei toda minha ira, depois disso ninguém mais mexeu com ela.
O silêncio de fez na cozinha, parecia que todos não tinham me ouvido, o que foi estranho já que agora pouco estava conversando comigo. Então algo bufou atrás de mim fazendo meus cabelos da nuca se arrepiarem.
Me virei encontrando um rosto vermelho e um olhar mortal, engoli seco abaixando meus braços.
— Amanhã iremos os três a escola. Já que a senhorita é tão cuidadora assim, que quer até ensinar como educar meu próprio filho.
Ele se virou e saiu pela porta da cozinha, meu corpo tremia sob seu olhar, e sensações estranhas causavam dentro da minha calcinha. Balancei a cabeça para espantar a excitação que aquela fera causava em mim.
— Estou encrencada? — perguntei em sussurro.
— Muito minha jovem, boa sorte. — Respondeu Magnólia colocando um prato de comida na minha frente.
O dia passou voando, acho que com todas essas atividades de Thomas até eu fiquei cansada. Depois do almoço seu pai se trancou no escritório, o menino fez os deveres depois teve aula de Alemão e Russo, mais tarde aula de Rugby, natação e para finalizar a tarde aula de matemática. Quando finalmente chegamos em sua casa, me sentia exausta querendo minha cama. Ele tinha um tempo vago até a hora do jantar. Então propus que brincássemos no jardim, e como dito a grama era fofa e bem cuidada. Corremos rimos e caimos de costas na grama, pela primeira vez vi aquele pequeno príncipe sorri de felicidade.
Estávamos olhando as nuvens quando ele soltou.
— Gosto de você Kira, para uma babá iniciante és uma dádiva aos meus dias.
Soltei uma risada olhando para ele.
— Es? Quando se tornou tão Shakespeare?
— Gosto de poema inglês, e estimulante.
Me despedi de Thomas e entrei no carro, estava a caminho de casa, precisava de um banho e um pouco de descanso até ir para o clube.
Brown me deixou em frente ao meu apartamento dizendo que passaria aqui bem cedo, já que o grande patrão Travis ordenou que eu fosse junto a escola de Thomas.
Entrei em casa e o cheiro de pizza de forno tomou conta de mim, caminhei até a cozinha e Lili estava cozinhando cantarolando uma música que nossa mãe cantava sempre que fazia esse prato.
— Hum.. estou morta de fome — ela sorriu vindo me abraçar.
— Como foi no seu primeiro dia? — ela perguntou animada me servido um copo de suco.
— Horrível, te conto isso no jantar vou tomar um banho — beijei seu rosto indo para o banheiro. Nossa casa era pequena, composta por dois quarto sala e cozinha e um banheiro, o suficiente para nós duas. Tirei minha roupa ligando o chuveiro a água quente desceu pelo cano relaxando meus músculos. Travis Scott, o homem era um poço de severidade e seriedade, seu jeito áspero conseguiu me surpreender.
Ele era tão bonito, charmoso, fiquei imaginando como seria ele sem aquele terno, os ombros eram tão largos quanto parecia sobre aquele terno? Meu corpo se acendeu. Sempre tive poucos namorados, trabalhei muito a vida inteira, tive mais casos casuais do que namoros longos. Sempre gostei de sexo, acho que gosto muito de sexo. Gosto de ser dominada, não sou uma submissa, mas gosto de dar o controle para meu parceiro, mostrar que estou entregue a ele. Travis tinha esse jeito dominante, sedutor e cheio de si, ele dominava todo o ambiente.
Terminei meu banho, seco-me, visto uma calça preta justa com um top preto, deixo meus cabelos presos no alto em um coque bagunçado, fui até a cozinha Lili terminava de tirar mais uma fornada de pizza colocando na mesa.
— Pode me contar agora. — ela riu se sentando na minha frente.
— Acontece que o pobre Thomas, sofre bullying na escola, hoje ele chegou com um olho roxo tadinho por ter se defendido de uns meninos. — contei mordendo um delicioso pedaço — O pai dele ainda achou r**m com o menino, ameaçou até colocá-lo em um internado por causa disso.
Cheguei no clube antes de abrir, Fleur estava com as dançarinas que iriam abrir a despedida de solteiro e Emilie estava dando instruções para a nova barwoman.
— Chegou minha estrela! — Levi apareceu com um colar cheio de pelagem cor de rosa choque.— O Bilionário que fechou o clube exigiu uma apresentação sua exclusiva.
— Você sabe que não faço isso, eles sempre pensam que podem tocar quando dançamos nos quartos privados. — me queixei seguindo Levi para os camarins.
— Verdade, mas se ele exigiu temos que atendê-lo.
Olhei para Fleur esperançosa, ela fez uma cara que dizia que precisava dançar.
— Tudo bem, mas diga a ele que não pode tocar — resmungo — Não quero ter que quebra o nariz de ninguém.
Ela riu balançando a cabeça. As horas seguintes trabalhamos arduamente para deixar tudo pronto para o noivo, Fleur me entregou o pequeno tecido que iria usar para dançar, então fui para meu camarim, Levi me ajudou com o cabelo e maquiagem.
Nas horas seguintes as dançarinas abriram a despedida de solteiro, pelos gritos e assobios a casa estava cheia. Levi entrou eufórico.
— Minha senhora de bicicletinha, a casa está cheia e homens lindos e gostosos só os poderosos de Londres estrela, está aqui — respirei fundo me olhando mais uma vez no espelho, maquiagem forte batom vermelho. Fleur escolheu uma combinação de lingerie branca com cinta liga, um colete preto e gravata borboleta. Estava com algumas peças de smoking além da bengala e a cartola. Gostava dessas peças lindas, delicadas e sofisticadas, para completar o traje de gala uma lindo scarpin vermelho.
Segui para trás do palco, Levi me entregou uma máscara dourada amarrando atrás, então Bad To The Bone começou a tocar, a luz focou em mim entrando no palco. Ouvi assobios gritos e até palavras sujas, comecei a rebolar e dançar no centro do palco, o noivo estava sentado na ponta dele em seu trono como foi exigido, caminhei até ele dançando na sua frente. Tirei minha cartola colocando nele,tá o noivo era um gato de lindo, mas machista e muito cretino para meu gosto. Tirei meu colete jogando para a plateia de homens a sua volta.
Quando a música acabou deixei um beijo no canto dos seus lábios sorrindo.
— Feliz Despedida.
— Vem para sala privada comigo, só essa noite.
Passei a ponta do dedo para limpar o batom, sorrindo do meu jeito mais sedutor.
— O senhor exigiu uma dança minha, irei cumprir sua exigência mas nada além disso.
Caminhei de volta para trás do palco ao som de assobios e muitos gritos.
— Você ainda vai acabar com esse noivado estrela.
Sorri para Levi bebendo um pouco de água. Adorava dançar, mas com o tempo os frequentadores tem sido um pouco abusivos em relação às minhas apresentações, em menos de um mês Fleur recebeu quase vinte pedidos de apresentações particulares, no começo até gostei grana extra, mas estava sendo muito frequentes. Até que um dia um frequentador do clube achou no direito de me tocar e forçar a me deitar com ele, foi o dia em que quebrou seu nariz e ele foi expulso. Agora escolho bem quem irá receber meus shows, não sou garota de programa, não faço programa.
Não vendo sexo. Deixo isso bem claro, mas por serem poderoso e cheios da grana acham que estão no direito de tocar ou pegar, um até me disse que pagava meu salário que era sua funcionários. Tive que rir desse palhaço.
Troquei de roupa vestido uma imitação extremamente sexy de um vestido dos anos vinte e fui até a sala privada onde o noivo estava a minha espera. Uma música sensual começou a tocar então olhei para o homem sentado na poltrona me encarando, sempre usei máscara para preservar minha identidade, e a minha marca era a máscara dourada.
— Hora do show baby