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1408 Words
Naiara  — Naizinha — Marcos me grita. — Para de gritar, embuste! — grito de volta. — Ótima maneira para fazer as pessoas pararem de gritar — Nicolas debocha. — Cala boca — respondo e abro o portão — Pode ir na frente, já tô indo — ele concorda e entra. Vou até ele e o abraço — Fala, João gasolina. — Já encontrei minha Maria — pisca. — Iludido mesmo — me encosto na moto — Bora entrar — insinuo com a cabeça. — Teu pai tá em casa, vou o c*****o — estala a língua. — Medo dele? — faço bico. — Tu conhece teu pai, Naiara — reviro os olhos e desvio o olhar — Conhece tão bem, que até saiu de casa. — Já entendi, Marcos — me viro pra entrar, mas ele me puxa pelo pulso. — Calma aí — passa a mão no meu rosto — Vai dormir aí? — Tenho que pagar o aluguel hoje, então vou pra casa daqui a pouco — concorda. — Daqui à duas horas? — Mais ou menos. — Vou buzinar aqui e te levo pra casa. Ok? — Tá bom — lhe dou um abraço e entro. Fecho o portão e entro na ponta do pé na cozinha — Coroa! — grito a abraçando por trás. — Naiara com sua mania de dar susto — me bate. — Também te amo — lhe dou um beijo no rosto. — Se assustar fosse um emprego, ainda estaria bom — meu pai fala, e só agora percebi sua presença. — Bença, pai — falo sem dar muita importância, e ele acena com a cabeça. — Deus te abençoe — volta a comer. — Ainda não tenho o dinheiro do aluguel, filha — minha mãe fala. — Sem problemas — vou até a geladeira e abro — Já arrumei o dinheiro — pego um danone e tomo. — Como, Naiara? — sento na pia — Desce da minha pia, filha da p**a — me bate. — Calma, mãe — desço da pia e passo o dedo no fundo do danone e boto na boca — O importante é que consegui o dinheiro. — Tu não venha se meter em encrenca, garota! — Deve tá fazendo coisa errada — meu pai fala. — Já foi ver o jornal de hoje? Vai assistir o noticiário c*****o — falo já sem muita paciência. — Naiara... — minha mãe me repreende. — Enche o saco — murmuro e vou até o quarto do Nic — O o****o — saí entrando. — Bater pra que, né — debocha, deitado na sua cama. — Nessa casa não se tem privacidade, entenda isso. — Nem me lembra — rimos lembrando de quando eu morava aqui — Venha mimar seu irmão — bate na cama. Fecho a porta do quarto e sento na beirada da cama dele. Tirei minha mochila das costas e joguei na cama. Cacei o fundo falso da mochila e tirei o dinheiro. — Isso é seu — lhe entrego 200 reais. — Só conseguiu vender isso? — reclama — Fraquinha, Nai. — Eu sou uma ótima vendedora, meu bem — tiro o meu bolinho e lhe mostro. — Filha da p**a que articula bem — rir — Aqui temos uma vendedora de ouro, meu amigos! — ergue os braços — Quando tem nesse bolinho? — tenta pegar, mas bato em sua mão. — 1.800 — pisco. — Qual foi a conta por ti? — 50 em cada pacotinho — dou de ombros — Vendi uns 40 e pimba! — Tu não acha que mereço mais que isso, não? — Você vendendo isso na favela, vende por 5 cada um e ganha o mesmo que estou te pagando. — Me pagando? — aponta pra si desacreditado. — Exatamente. — Olha só — rir — Eu devia ter te cobrado mais — se levanta e vai até a sapateira. — Você disse pra eu tirar meu lucro em cima das vendas. — E sou tirar muito bem — fala enquanto esconde o dinheiro em um buraco falso da sapateira. — Tô muito cansada — bocejo. — Deita lá na tua cama — começa a procurar algo na gaveta. — Minha mãe deve ter arrumado tudo bonitinho — sorrio quase fechando os olhos de tanto sono. — Por isso mesmo — me joga algo e caí na minha barriga — Tu esqueceu nas tuas coisas, quase que mãe pega. Vejo ser a minha latinha com baseados dentro e sorrio — Como você sabia que estava lá? — Talvez eu tenha ido mexer nas suas coisas? Talvez  — dá de ombros — Mas vamos lembrar que te salvei dessa — tenho que concordar . Minha mãe bem sabe tudo que fazemos. Ela não é de acordo, mas também não escondemos nada dela. Assim, evitamos fofocas do povo, e ela sempre sabendo em que os filhos estão se metendo. — Eu tenho que voltar pra boca — fala vestindo uma camisa — Quer que eu te leve? — Marcos vai vir me buscar daqui umas duas horas — bocejo. — Dorme aí mesmo então — fazemos um toque e ele saí do quarto. Coloco meu celular pra despertar e descansei um pouco. - Nai... - me balançam. - Deixa eu dormir mais um pouco - viro para o outro canto. - Marquinhos está te esperando pra te levar pra casa, filha - passa a mão no meu cabelo. - Tô cansadona - sento na cama e bocejo. - Vai descansar melhor em casa, amor - calço meu tênis, boto a mochila nas costas e dou um abraço nela. - Bença mãe - beijo sua cabeça. - Deus te abençoe - bate na minha b***a - Se despede do teu pai - faço ouvido de mercador e vou até o portão e fecho. - Demorou, Bela Adormecida - reclama. Prendo meu cabelo em um coque alto e bocejo outra vez - Olha a preguiça. - Nem fala... - estico meu corpo. - Tá toda babada - faz momice e rir de mim. - Para - bato nele e limpo minha boca - Se eu subir na moto, tenho certeza que caio. - Ainda bem que vamos de carro, né - pega na minha mão e me puxa pra perto dele. - Já disse que às vezes você é um anjo na minha vida? - estreito os olhos. - Sempre - me dá um selinho - Quer comer alguma coisa antes de ir pra casa? - concordo. - Tô cheia de fome - reclamo - Bora comer na tua casa mesmo. - Na minha? - concordo - Tem tanta lanchonete por aí, garota. - Tô afim de um Ifood enquanto estou deitada. Nada de sentar em barraquinha ou Mc. - Você trocando o banquinho do Mc por Ifood ,é porque o bagulho tá sério - ri - Quero ficar subindo e descendo com carro não, Nai. - Deixa o carro aqui mesmo, é só atravessar a rua mesmo. - Vamos lembrar da ladeira. - É pouca coisa, para de reclamar - puxo ele pra casa dele. Subimos o último pedaço da ladeira, Marcos destrancou a porta e entramos. Me joguei logo no sofá. - Folgada é pouco - se joga no outro sofá. - Eu já sou de casa, bebê - levanto - Cadê a tia? - Coroa tá no trabalho - resmungo um 'hm' e vou até o quarto dele - Vai querer o quê? - grita da sala. - McDonald's - grito de volta - O de sempre - vou até a cômoda dele e abro na gaveta de blusas, pego uma verde que eu já estava de olho tem séculos. - Vai querer qual bebida? - chega na porta do quarto e pergunta. - Fanta como sempre - olho pra ele e coloco a blusa ma frente do meu corpo - Vai ficar perfeito em mim, fala tu. - Só vem aqui em casa pra comer e roubar minhas camisas - rir. - Venho pra outras coisas também... - me aproximo dele e cruzo meus braços em seu pescoço. - Sei disso... - morde o lóbulo da minha orelha - Saudades desse corpinho - desce as mãos até a minha b***a e aperta com força. Te falar, dei um gemidinho querendo mais contato. - Vai pedir a minha comida, seu tarado - o afasto de mim. - Acabou com minhas expectativas - brinca e sai dali. 
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