CAPÍTULO 1 (Edgar)

819 Words
“Tenho certeza que essa coisinha está escondida a poucos metros à frente do meu focinho, com toda certeza eu estou mais perto do que ela.” Deslizando sobre a neve eu aperto minhas garras assim que consigo imaginar o gosto da carne em minha boca. — Você é devagar demais! — rosnei assim que vi Alicia passar em minha frente. Enquanto corria para ultrapassar Alicia, uma das pessoas na mesma atividade que eu, vejo uma aproximação diante de meus olhos e sem pensar duas vezes corro em sua direção o mais rápido que posso. Idiotas estavam indo para o lugar errado. Vendo o coelho farejando algo sobre o chão eu me preparo e aprecio sua pura inocência. Pobre coitado, nem ao menos imagina que está sendo caçado. Firmando minha pata, eu espero pelo momento e dou um salto com minha mandíbula completamente aberta. — Ed! — antes que pudesse olhar para cima, sinto um peso enorme sobre meu corpo. Suas pernas se cravaram em minhas costelas e eu caio sobre a neve me debatendo, no entanto sentia suas mãos tocarem minha espinha e acariciá-la com rapidez me fazendo sentir cócegas e bater minhas patas. — Ele é meu! — exclamou indo atrás do coelho. — Lana, vamos! — O sorriso colossal em seu rosto a iludia completamente. Agarrando sua perna eu a jogo no chão e me transformo novamente correndo em direção aos outros. Felizmente o coelho ainda não havia sido pego, e infelizmente Robe não estava entre nós, certamente aquele i****a está em algum canto tirando um cochilo. Quando finalmente consigo ultrapassar as meninas e debochar de suas caras feias, eu me preparo para abocanhar o coelho, quando de repente o animal é golpeado no estômago por uma estaca bem afiada. Quando me dou conta Alicia e Lana estão comemorando pela grande vitória. — Quem sabe em uma próxima! — declarou Alicia pegando o coelho e correndo para a companhia de Lana, onde a agarra o pescoço e corre com ela pela floresta. — Se eu fosse você, corria atrás delas e implorava por um pedaço — a mesma abaixa a cabeça e caminha na mesma direção — e caso encontre seu irmão, diga que vou matá-lo. Chutando a neve ensanguentada na direção do i****a apoiado sobre o tronco da árvore, eu o disponibilizo uma de minhas mãos e o ergo. Batendo nossos ombros, ele segue em direção a matilha puxando minha roupa. — Disse que era uma má ideia nos separar — concordei me transformando logo depois dele. Carlos sempre esteve comigo, sempre foi um bom irmão quando o assunto é acoberta um ao outro. Lembro como se fosse ontem a chegada de Lana aqui... Eu simplesmente não imaginei que fosse lidar tão bem em meio a nós. Quando encontrei Lana, não senti cheiro de sangue humano, não senti cheiro de sangue humano nem mesmo no sangue de sua mãe. Assim que colocamos os pés sobre a matilha, reparei que o coelho já estava sobre as brasas, e infelizmente eu não provaria dele. Me sentando junto aos outros, eu parabenizo Lana por sua captura, mas tudo que recebo é um “claro.” — Não acredita? Eu estou sendo totalmente sincero com você. Não vai dizer nada? — ela da um meio sorriso. — Só meio pedaço da pata — disse levantando uma sobrancelha. Não era bem o que eu desejava, mas aceito calado. Puxando seus fios finos e escuros para debaixo do meu braço, eu bagunço os mesmos com minha mão grande enquanto ela resmunga tentando se afastar. — Todos foram ótimos no treino hoje, mas como sabem ainda precisam aprender muito. Alicia, sua velocidade está ficando cada vez melhor, mas seu olfato é uma vergonha para nós lobos. — ela abaixa a cabeça e enquanto isso Pietro, meu pai, continua — Bianca, sua paciência é algo maravilhoso, mas precisa aprimorar mais sua agilidade, está ficando muito pra trás quanto a isso... Já você Carlos, precisa — Preciso descansar menos e agir mais... — disse debochando enquanto estica suas pernas em direção ao fogo. — Eu ia disser que precisa fazer uma dessas estacas para mim. Lana... — ela o observa atenta — Você está ótima. — Obrigada, senhor. Assim que ele olha para mim, Bruno surge entre as árvores e seu grande sorriso por ver a comida me dá uma grande vontade de socá-lo até que ele esquecesse seu nome de uma vez por todas. — E então, nós ganhamos, não ganhamos? — pergunta em passos longos. — Não graças a você seu b****a! — disse me levantando com a intenção de ir em contato com seu corpo, mas sou parado por meu pai que retoma suas palavras. — Vocês dois ainda tem muito a melhorar — declara fazendo sons desnecessários com os lábios. Apreciar a lua cheia e qualquer outra lua é obrigação de um lobo, mas não quer dizer que todos os lobos fazem isso, porém é a única coisa que me escuta quando ninguém mais quer saber. Viver nessa floresta me fez notar que o perigo não estava apenas no mundo humano, mas dentro de nós.
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