Capítulo 5. Perfeita

467 Words
A garçonete voltou minutos depois, equilibrando dois copos altos de cerveja gelada na bandeja. A luz azul do bar refletia no vidro, e o sorriso dela aquele sorriso fácil, cheio de calor surgiu de novo quando ela colocou as bebidas na mesa. — Aqui estão, cavalheiros. — disse, com naturalidade. — Qualquer coisa, é só me chamar, tá certo? Ela deu um pequeno aceno com a cabeça, sorridente mais uma vez, e saiu andando com passos leves, o perfume doce ficando no ar por alguns segundos depois que ela se afastou. Brooks esperou exatamente três segundos. Três. E então soltou: — Olha… se você quiser impressionar seu pai e o conselho, eu diria que essa garota seria uma excelente noiva falsa, ela é linda, cara. Harry girou lentamente o copo nas mãos. Brooks riu, achando que estava fazendo só uma brincadeira boba. — Sério, pensa comigo: bonita, simpática, carismática… tem aquele sorriso que parece propaganda de férias de verão… — Brooks fazia gestos exagerados. — E ainda tem aquele sotaque que você tá claramente obcecado. Essa aí ia levar seu pai no sorriso. Harry continuava quieto. Brooks deu mais um gole na cerveja, completamente despreocupado. — Imagina só… você chega lá no próximo jantar de família com essa mulher do seu lado. — Ele apontou para onde ela estava, agora atendendo outro casal. — Joseph enfarta na hora. Brooks riu alto. Mas Harry não. Ele estava… pensando. Sério. O olhar dele estava preso ao copo, mas a mente… estava longe. O silêncio dele chamou a atenção de Brooks, que parou de rir aos poucos. — Ei… — Brooks piscou. — Você tá… levando isso a sério? Harry levantou os olhos azuis devagar. E havia ali algo que Brooks não via há muito tempo uma determinação fria, calculada… misturada a uma curiosidade que ele não sabia nomear. — Se meu pai quer uma noiva… — Harry começou, com a voz baixa, firme. — Então talvez seja exatamente isso que ele vai ter. Brooks soltou um riso nervoso. — Harry… você não tá pensando em— — Ela não é daqui, não conhece minha família, não conhece meu pai. — Harry continuou, ignorando completamente o tom alarmado do amigo. — É simpática, tem presença… e claramente sabe lidar com pessoas. Ele olhou para a garçonete de novo. Ela ria baixinho com os clientes da outra mesa, movendo as mãos enquanto falava. A luz destacava a pele bronzeada, os cachos, os olhos vivos. E pela primeira vez naquela noite, Harry sentiu uma fagulha de… algo. Não era paixão. Não era atração cega. Era interesse. Estratégia. Curiosidade profunda. — Ela seria perfeita. — Harry murmurou, quase para si. Brooks arregalou os olhos. — Cara… eu tava brincando. Harry tomou um gole da cerveja, sem desviar o olhar dela. — Eu não
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD