A garçonete voltou minutos depois, equilibrando dois copos altos de cerveja gelada na bandeja.
A luz azul do bar refletia no vidro, e o sorriso dela aquele sorriso fácil, cheio de calor surgiu de novo quando ela colocou as bebidas na mesa.
— Aqui estão, cavalheiros. — disse, com naturalidade. — Qualquer coisa, é só me chamar, tá certo?
Ela deu um pequeno aceno com a cabeça, sorridente mais uma vez, e saiu andando com passos leves, o perfume doce ficando no ar por alguns segundos depois que ela se afastou.
Brooks esperou exatamente três segundos.
Três.
E então soltou:
— Olha… se você quiser impressionar seu pai e o conselho, eu diria que essa garota seria uma excelente noiva falsa, ela é linda, cara.
Harry girou lentamente o copo nas mãos.
Brooks riu, achando que estava fazendo só uma brincadeira boba.
— Sério, pensa comigo: bonita, simpática, carismática… tem aquele sorriso que parece propaganda de férias de verão… — Brooks fazia gestos exagerados. — E ainda tem aquele sotaque que você tá claramente obcecado. Essa aí ia levar seu pai no sorriso.
Harry continuava quieto.
Brooks deu mais um gole na cerveja, completamente despreocupado.
— Imagina só… você chega lá no próximo jantar de família com essa mulher do seu lado. — Ele apontou para onde ela estava, agora atendendo outro casal. — Joseph enfarta na hora.
Brooks riu alto.
Mas Harry não.
Ele estava… pensando.
Sério.
O olhar dele estava preso ao copo, mas a mente… estava longe.
O silêncio dele chamou a atenção de Brooks, que parou de rir aos poucos.
— Ei… — Brooks piscou. — Você tá… levando isso a sério?
Harry levantou os olhos azuis devagar.
E havia ali algo que Brooks não via há muito tempo uma determinação fria, calculada… misturada a uma curiosidade que ele não sabia nomear.
— Se meu pai quer uma noiva… — Harry começou, com a voz baixa, firme. — Então talvez seja exatamente isso que ele vai ter.
Brooks soltou um riso nervoso.
— Harry… você não tá pensando em—
— Ela não é daqui, não conhece minha família, não conhece meu pai. — Harry continuou, ignorando completamente o tom alarmado do amigo. — É simpática, tem presença… e claramente sabe lidar com pessoas.
Ele olhou para a garçonete de novo.
Ela ria baixinho com os clientes da outra mesa, movendo as mãos enquanto falava.
A luz destacava a pele bronzeada, os cachos, os olhos vivos.
E pela primeira vez naquela noite, Harry sentiu uma fagulha de… algo.
Não era paixão.
Não era atração cega.
Era interesse.
Estratégia.
Curiosidade profunda.
— Ela seria perfeita. — Harry murmurou, quase para si.
Brooks arregalou os olhos.
— Cara… eu tava brincando.
Harry tomou um gole da cerveja, sem desviar o olhar dela.
— Eu não