Capítulo 63

1031 Words
Yuri era como um touro enfurecido; enxergava apenas vermelho à sua frente. Sem esperar por seus homens, ele entrou na universidade correndo até o local onde Sofia estava sendo mantida. O seu maxilar trincado e os punhos cerrados eram uma demonstração clara do seu estado atual. A raiva queimava cada fibra do seu ser, mas ver a sua mulher nos braços de outro homem era ainda pior. Os seus soldados seguiam ao seu lado em silêncio. Eles eram inteligentes o suficiente para reconhecer quando o chefe estava possesso, e aquela era uma dessas vezes. Apenas o acompanhavam, cuidando para que não houvesse nenhuma surpresa no caminho. Já era tarde, e todos haviam saído, restando apenas alguns funcionários da universidade, que saíam apressados do caminho de Yuri ao vê-lo entrando correndo no prédio com vários homens armados. Yuri virou um corredor e se deparou com vários homens armados no local. Ele reconheceu o emblema nas suas roupas e relaxou um pouco. Assim que entrou, encontrou Hideo segurando o professor Nilton pelo pescoço. Os seus olhos vasculharam a sala até encontrarem Sofia nos braços de um soldado. A raiva de Yuri não diminuiu enquanto ele corria até o soldado e arrancava Sofia dos seus braços. Os seus olhos examinaram o corpo dela e perceberam o sangue escorrendo pelo rosto. Ele voltou a sua atenção ao professor, que já estava ficando roxo com o aperto de Hideo. — Ricardo me ligou e, como estava por aqui, vim ajudar — disse Hideo, respondendo à pergunta silenciosa de Yuri sem desviar os olhos do homem que estrangulava. — Eu avisei ele, Don — disse Nolan, referindo-se a Ricardo. Yuri apenas assentiu, ele havia ficado tão fora de si que nem ao menos tinha pensado em avisar Ricardo. — Solte ele, j**a. Quero saber o que esse infeliz estava fazendo com a minha noiva nos braços — disse Yuri, as palavras saindo como um xingamento. — O médico chegou, Don — avisou Felipe, abrindo a porta para que um senhor entrasse. Yuri via a relutância de Hideo em soltar o professor, mas com um praguejar baixo ele o solta o derrubando no chão. — Traga-a aqui — pediu o médico, limpando uma mesa para que Yuri deitasse Sofia. Yuri colocou Sofia com cuidado sobre a mesa. O seu coração disparou ao ver o rosto pálido dela. Ele segurou a mão de Sofia enquanto acariciava o rosto dela com a outra. — Eu vou matar você se ela não acordar — disse Yuri, encarando o professor, que lutava para recuperar o ar. — N... não fui... eu — balbuciou o professor, tossindo. — Isso é o que veremos — respondeu Yuri. — Quer que eu corte a mão dele por tê-la tocado? — perguntou Hideo, com um sorriso sinistro. — Ele tem duas, pode viver sem uma. Quando Ricardo ligou para Hideo, ele saiu como um louco em direção à universidade. Por sorte, ele e os seus homens estavam trabalhando ali perto e chegaram rapidamente. Quando viu Sofia desacordada nos braços daquele homem, Hideo viu vermelho. Ele respeitava muito Ricardo e a sua família. Sabia que aquela notícia não o agradaria. Mais que isso, todos sabiam que não se tocava na mulher de um Don, e aquele homem havia feito isso. Para Hideo, ele merecia a morte. — Não! Por favor! Sou inocente! — gritou o professor, em desespero. A resposta de Hideo foi um chute no peito, jogando o homem para trás. — Cala a boca! Não vê que estamos tendo uma conversa aqui! — disse Hideo. — Deixe que eu me acertarei com ele — respondeu Yuri. Se o professor fosse o culpado, Yuri faria questão de acertar as contas do seu jeito. O médico fez um rápido exame em Sofia. Quando Yuri viu o machucado na cabeça dela, o seu sangue ferveu. Ele descobriria quem havia feito aquilo e faria a pessoa pagar. — Ao que parece, ela está bem, Don. Acredito que tenha tido uma concussão por causa do ferimento na cabeça, mas seria melhor se pudéssemos levá-la ao hospital para um exame mais detalhado. — Vamos levá-la. Não quero que ela corra riscos desnecessários — disse Yuri. O médico assentiu, pegou as suas coisas e se retirou. — Pode ir, russo. Eu cuido dele até você voltar — disse Hideo a Yuri. — Não vou demorar — respondeu Yuri antes de pegar Sofia nos braços e sair apressado pela porta. Ele queria ter certeza de que ela estava realmente bem. Só assim ficaria mais tranquilo. Yuri sentia como se tivesse falhado com Sofia. Garantira a Ricardo que a manteria segura, mas ali estava ela, ferida por seu descuido. Ele suspirou e a apertou mais contra si. Depois daquilo, não importaria o que Sofia dissesse; ela poderia espernear e brigar o quanto quisesse, mas ele não a deixaria mais sozinha. Quando chegaram ao hospital, Yuri foi parado por dois policiais. Ele os encarou com desgosto. — Quem é você e o que está fazendo com a professora Sofia? — perguntou um dos policiais, bloqueando o caminho. — Removam-nos — ordenou Yuri, com o maxilar trincado por estar sendo impedido de cuidar da sua mulher. Nolan e Felipe se aproximaram com outros seguranças e rapidamente afastaram os policiais do caminho. Yuri passou apressado com Sofia nos braços. Podia ouvir as ameaças dos policiais ao longe, mas aquilo não importava. Ele só queria que Sofia fosse cuidada. As enfermeiras trouxeram uma maca, e ele a colocou com cuidado. O médico se aproximou, e eles correram para a sala de emergência. — Aguarde aqui, senhor. Assim que tivermos notícias, avisaremos — disse uma enfermeira, parando-o na porta. — Tudo bem — respondeu ele, frustrado. Yuri poderia parecer calmo para qualquer um que o vise, mas aquilo era tudo o que ela não tinha no momento, ele lutava uma batalha interna tentando pensar com a cabeça e não se deixar levar pala fúria que dominava o seu corpo. Yuri observou os seus homens entrarem com os dois policiais imobilizados. Ele encarou os policiais com ódio. Não sabia quem eram, mas sabia que, se algo acontecesse a Sofia por causa da intromissão deles, ninguém os salvaria da sua ira.
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