Sofia sentiu seu corpo se tensionar sobre o de Yuri. Era como se os seus ouvidos não pudessem acreditar no que ele estava dizendo. Os seus olhos estavam arregalados, e ela engolia em seco. O seu olhar se movia automaticamente para os lábios cheios dele, imaginando como seria se ele realmente a beijasse. A sua pele se arrepiava enquanto os seus olhos encontravam os dele novamente.
— Você é minha, Sofia, e a cada hora que passo longe de você é uma tortura agonizante — disse ele, deslizando a mão pelo pescoço dela. Ele a puxou mais para si, enterrando o nariz na curva do pescoço dela, enquanto os seus lábios exploravam a pele dela, fazendo-a apertar as mãos nos braços fortes dele diante das sensações que a percorriam.
— Yuri... — disse ela, com a voz trêmula.
— Sempre quis saber se os seus lábios são tão doces quanto parecem, Sofia — murmurou ele, perdido nas suas carícias.
— Eu... nunca fiz isso — respondeu ela, chamando a atenção dele. Sofia era uma mulher forte e de opinião, mas, quando estava com Yuri, sentia-se apenas uma garota vivendo um amor adolescente.
— Deixe-me ensiná-la. Sei que vou amar o seu beijo — respondeu ele, sorrindo. Aquele sorriso desarmou Sofia; era um sorriso safado, e quando a língua de Yuri percorreu os lábios dele, a mente de Sofia viajou por lugares que ela não esperava, lugares onde a língua de Yuri deslizava por seu corpo sem pudor. Ao pensar que em breve estariam casados, concluiu que um beijo não poderia causar grandes problemas, então apenas assentiu, temendo que a sua voz não saísse.
Para Yuri, aquilo não era apenas um beijo; era um voto de confiança que Sofia estava lhe dando. Ela lhe entregava um presente valioso, mostrando que confiava nele o suficiente para querer que aquele momento especial fosse com ele. A mão de Yuri envolveu o rosto de Sofia com delicadeza enquanto ele se inclinava lentamente na sua direção.
Sofia não queria pensar que estava sendo precipitada. Ela queria aquele beijo e queria que fosse com Yuri. Desde o dia em que o seu irmão lhe dissera que estavam comprometidos, Sofia passou a enxergar o russo de forma diferente, e os detalhes que observava haviam lhe dado confiança suficiente para permitir que ele a beijasse.
Os lábios de Yuri tocaram os de Sofia lentamente, enquanto a sua mão a puxava para mais perto de si. Ele distribuiu beijos leves pelos lábios dela, permitindo que ela se acostumasse com aquele contato. As mãos de Sofia envolveram os cabelos de Yuri, maravilhada; havia muito tempo ela se perguntava se o cabelo dele era tão macio quanto aparentava, e agora sabia que era, assim como os seus lábios sobre os dela.
Sofia retribuiu o beijo de forma desajeitada, e surpreendeu-se ao perceber o quanto gostava do beijo dele. Por mais leve que fosse, ela sentia o corpo incendiar-se, deixando um pequeno gemido escapar por seus lábios. Yuri mordeu o lábio inferior dela, puxando-o com os dentes, e a língua dele mergulhou na boca dela. Quando tocou a língua dele, a sensação foi ao mesmo tempo estranha e avassaladora.
O beijo dele mudou, tornando-se mais intenso. A sua língua adentrou a boca dela com voracidade, serpenteando a dela. Sofia pressionou-se mais contra ele, a suas mãos segurando firme a cabeça dele, acompanhando aquele beijo que ficava mais intenso a cada segundo. Ela se pegou gemendo na boca de Yuri, surpresa com o quanto era bom estar com ele daquela forma. Sentir a língua dele brincando com a sua fazia-a desejar mais daquele carinho.
Antes que as coisas saíssem do controle, Yuri interrompeu o beijo, abraçando-a com força. A sua respiração estava agitada, e um largo sorriso enfeitava o seu rosto.
— Esse beijo foi incrível, Sofia — disse ele, ao se afastar para olhar nos olhos dela. Ele viu o rosto corado de Sofia e os lábios dela, uma tentação que ele resistia naquele momento.
— Você está com batom aqui — disse ela, tentando limpar o batom dos lábios dele, mas falhando na tarefa.
— Acho que tenho uma forma melhor de tirar isso — respondeu ele, puxando-a para outro beijo.
Dessa vez, Yuri não teve a mesma delicadeza de antes. Ele estava sedento por algo que só encontrava em Sofia, nos lábios tentadores dela. As mãos dele apertavam a cintura dela, pressionando-a contra a sua ereção, fazendo-o gemer agarrado a ela.
— Interrompo? — disse uma voz. Ao ouvi-la, Yuri soltou Sofia apressadamente e encontrou o olhar atento de Xavier. — Arrumem-se, Ricardo está vindo.
Assim como chegou, Xavier partiu. Ele sabia que Ricardo estava a um fio de surtar com toda aquela atenção, e, ao vê-lo procurando Yuri e Sofia, soube que haveria problemas caso os encontrasse juntos. Yuri olhou para Sofia e começou a rir. Eles realmente estavam se comportando como adolescentes naquele momento. Ele viu as bochechas coradas dela e aquilo só o deixou mais louco de desejo.
— Eu vou primeiro. Depois te encontro — disse ele, levantando-se e acomodando-a na poltrona. Yuri deu um beijo rápido nos lábios dela e saiu. Pegou um lenço no bolso e limpou os lábios; não queria levar um tiro naquela noite.
— Você é inacreditável, irmão — disse Oksana, caminhando na sua direção. Ela pegou um lenço na bolsa e limpou os lábios dele novamente, mostrando a ele. — Ao menos faça o serviço direito.
— Não vou responder isso — disse ele, um pouco sem graça.
— Nem precisa. Todos sabemos o que vai acontecer se Ricardo te pegar com Sofia — comentou Aurélio, rindo. — Talvez devêssemos ter deixado. Esta festa está muito parada.
— Controle-se, moreno. Não quero ter que levar o seu traseiro machucado para casa — disse Oksana, segurando o rosto dele e lhe dando um beijo.
— Estou com saudade, loira — respondeu ele, mordendo o pescoço dela.
— Lamento, querido, o parque de diversões está fechado — disse ela, rindo.
— Eu realmente não preciso ouvir essa conversa esquisita de vocês — disse Yuri, olhando feio para Aurélio.
— Então o que está fazendo aqui ouvindo a conversa dos outros? — provocou Aurélio, mostrando o dedo do meio para Yuri.
— Vai se ferrar, Aurélio! — rosnou Yuri, trincando os dentes.
— Até que enfim te achei — disse Ricardo, aproximando-se deles. — Onde está Sofia?
— Ela está no jardim. Queria ficar um pouco longe desta bagunça — respondeu Yuri.
— Vamos, temos alguns negócios para tratar — disse Ricardo, já saindo. Aurélio olhou para a expressão de desespero de Yuri e começou a rir. Ignorando-o, Yuri segue Ricardo até onde os outros estavam.