Capítulo 45

1046 Words
Já fazia três dias que Sofia estava trabalhando na faculdade, e aquilo a estava ajudando bastante. O professor Nilton estava ajudando-a com algumas coisas, e ela sempre se animava com as suas aulas. Ela gostava daquela rotina que havia estabelecido e se sentia mais motivada com os seus projetos. Naquele dia, ela estava na sala de aula com os seus alunos quando uma batida na porta a interrompeu. Antes que pudesse abri-la, o seu segurança o fez, colocando-se à frente, com os olhos fixos nos homens que estavam na porta. — O que desejam? — perguntou Felipe, encarando os homens à sua frente. — Temos algumas perguntas para fazer à senhorita Sofia Algustini — disse um dos homens, mostrando um distintivo. Felipe pegou o distintivo e verificou antes de dar um passo para o lado, permitindo que Sofia se aproximasse da porta. — Esses senhores desejam falar com a senhorita — disse ele. — Obrigada, Felipe — respondeu Sofia, saindo da sala e fechando a porta com cuidado. Ao lado dela, Nolan permanecia atento a qualquer movimento dos policiais. — Bom dia, senhorita Algustini. Eu sou Leo e este é Ben — disse o policial, apontando para o outro homem. Quando ele deu um passo em direção a Sofia, estendendo a mão, Nolan entrou na frente. — O senhor não tem permissão para tocá-la — disse ele, encarando os policiais com olhar sombrio. — Apenas íamos cumprimentá-la — disse Ben, sustentando o olhar de Nolan. — Não sem a autorização expressa dos responsáveis por ela — insistiu Nolan, sem sair da frente de Sofia. Antes que Sofia dissesse algo, Felipe saiu da sala de aula, puxando-a para trás, a uma distância considerada segura. Os policiais olharam intrigados, sem entender o que estava acontecendo. — A senhorita tem sofrido ameaças ou algum atentado? — perguntou Leo. Em sua cabeça, aquilo era a única explicação para os seguranças agirem daquela forma. — Não — respondeu Sofia com um pequeno sorriso. — Meu irmão é bem protetor. — Entendo — disse Leo, sem se prolongar no assunto. — Gostaríamos de fazer algumas perguntas sobre uma das suas alunas. — Claro, ficarei feliz em responder — respondeu ela. O policial pegou uma foto e o segurança de Sofia entregou-a a ela. Sofia observou a imagem com atenção: uma menina de cabelos castanhos, olhos da mesma cor e pele clara. Não viu nada de especial. — Quando foi a última vez que a viu? — perguntou Ben. — Acho que no início da semana — disse ela, devolvendo a foto. — Me desculpe, estou com essa turma há pouco tempo. A professora deles teve uma complicação médica e estou apenas a substituindo. — Entendemos, senhorita. — Aconteceu algo com ela? — perguntou Sofia. — Encontramos o corpo dela em uma área de mata. Ela tinha sinais claros de violação. Ao que parece, foi estrangulada até a morte — disse Leo. Sofia ouviu as suas palavras, chocada. — Meu Deus! — exclamou, incapaz de esconder o choque. — Não se preocupe, senhorita. Já estamos cuidando da segurança ao redor da faculdade — disse Leo. — Isso me deixa mais tranquila — respondeu Sofia. — Se souber de algo que possa ajudar na investigação, por favor, nos avise — disse Ben, estendendo um cartão que Nolan pegou, examinou e depois entregou a Sofia. — Claro, ficarei feliz em ajudar no que puder — respondeu ela. — Obrigado, senhorita. Tenha um bom dia — disse Ben, saindo com Leo. Sofia examinava o cartão em suas mãos, sem acreditar no que havia acontecido. Aquilo era real. Quando seus olhos encontraram os de Nolan e Felipe, ela já sabia que teria uma guerra pela frente. — Você vai contar para ele, não é? — perguntou Sofia, suspirando. — Na verdade, ele já foi informado, senhorita — disse Nolan, com a mesma expressão de sempre. Sofia gemeu ao perceber a batalha que teria com o seu irmão para continuar trabalhando. — Faz parte do nosso trabalho, senhorita. Qualquer coisa que represente um risco à sua vida deve ser informada — disse Felipe. — E você já deve ter contado ao Yuri também, não é, Felipe? — disse, cruzando os braços com raiva. — Desculpe, senhorita, mas o Dom foi claro quando me colocou para cuidar da sua segurança. Como o que aconteceu foi na faculdade, ele precisa saber — disse Felipe, arrepiado diante do olhar de Sofia. Ele não sabia como alguém tão delicada e tranquila podia mudar de humor daquela forma. Ao olhar nos olhos dela, era como se visse um grande buraco n***o pronto para sugar a sua alma. Às vezes, Sofia o assustava terrivelmente. Sofia observou quando os telefones dos seguranças tocaram ao mesmo tempo. Ela levou a mão à testa, tentando conter a frustração. Eles não precisavam dizer quem era para que ela soubesse. — É para você, senhorita — disse Nolan, um pouco sem graça. Sofia pegou o celular das mãos dele, chateada. — Estou bem, irmão, não aconteceu nada — disse ela antes que Ricardo começasse a falar. — Não me diga que está bem, Sofia! Tem noção do susto que levei agora? Chega dessa brincadeira! Você vai voltar para casa agora! — Ricardo exclamou. Sofia suspirou diante das palavras dele, sabendo que precisaria de paciência para vencer aquela batalha. — Não posso, irmão. Assumi um compromisso, e é só por mais dois dias — respondeu ela, ouvindo Ricardo praguejar do outro lado da linha. — Não quero arriscar a sua segurança, Sofia — insistiu ele. — Eu sei, mas estou segura. Felipe e Nolan estão comigo, ficarei bem — disse ela, firme. — Não quero saber, você vai voltar! — Façamos um trato, irmão: deixo você arrumar mais seguranças para mim, e termino essa semana de trabalho — propôs ela, sabendo que ele não perderia a oportunidade. — Tudo bem, mas apenas até o final da semana, nem mais um dia. — Certo, eu concordo — disse ela, sorrindo. — Se cuide, querida. Devolva o telefone para o Nolan. — Vou me cuidar. Até mais — disse Sofia, entregando o celular de volta a Nolan. — O Dom deseja falar com a senhorita — disse Felipe, sem graça. Sofia suspirou enquanto pegava o telefone, já imaginando o sermão que viria.
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