Capítulo 41

1121 Words
Yuri não tinha gostado da forma como Sofia havia se referido ao professor; a carranca que ele ostentava na testa provava isso claramente. Ele abriu o celular, escolheu um número específico e fez a ligação. No segundo toque, a pessoa atendeu prontamente. — Sim, Dom. — disse a voz ao telefone. — Como estão as coisas, Felipe? — perguntou Yuri, indo direto ao ponto. — Está tudo tranquilo, Dom. A senhorita teve um dia agitado, mas não houve nenhum incidente. — Quero que fique atento e investigue alguém para mim. — disse Yuri. Felipe conhecia aquele tom do seu Dom; algo o estava incomodando. — Claro, Dom. Temos pessoas na cidade que podem cuidar disso rapidamente. Basta me dizer o nome. — respondeu rapidamente, não querendo irritá-lo. — Tudo o que sei é que ele é um professor da universidade. O nome dele é Nilton. — É o suficiente, Dom. Ainda hoje colocarei os nossos homens trabalhando nisso. — respondeu ele. — Ótimo. Mantenha-me atualizado e não a perca de vista por nenhum segundo. — Claro, Dom. — respondeu Felipe apressado. Ele sabia o quão possessivo o seu Dom era e não queria perder a cabeça por fazer m*l o seu serviço. Yuri franziu a testa enquanto pensava no que faria com o dito professor caso ele ousasse tocar na sua noiva. Sofia era sua, e as únicas mãos masculinas que ela teria no seu corpo seriam as dele. Quem ousasse enfrentá-lo descobriria, da pior forma possível, como era seu porão. — Credo, que sorriso sinistro é esse? — disse Dimitri, entrando em seu escritório. — Apenas fazendo planos. — respondeu Yuri, dando de ombros. Mas Dimitri não se convencia com aquela falsa aparência relaxada. — Tenho dó da pessoa. — respondeu Dimitri, sentando-se à frente dele. — Posso tirar o dia de amanhã de folga? — Ainda nem casou e já quer folga. — disse Yuri, rindo da expressão chateada do amigo. — Queria levar a Flora para escolher o seu anel de casamento. — respondeu Dimitri, ignorando a brincadeira de Yuri. Yuri olhou bem para seu subchefe, um dos seus homens mais temidos, alguém que poucos ousavam enfrentar — e, claro, pagavam o preço por isso. Mas, naquele momento, Dimitri estava desprovido de qualquer máscara. Era apenas o homem que esteve ao seu lado ao longo dos anos, mantendo-o e a irmã seguros enquanto enfrentavam a pior fase das suas vidas. — Pode ir, Dimitri. — respondeu Yuri. Dimitri se levantou e pegou um bolo de notas no bolso, colocando-o na mesa à frente de Yuri. — O que é isso? — Estou devolvendo o que deu a ela naquele dia. Vai ser minha mulher, e é minha obrigação pagar por suas despesas. Olhando nos olhos de Dimitri, Yuri pensou em retrucar, mas se lembrou de que também era um louco possessivo quando se tratava de Sofia. Ele gostava de prover o que ela precisava, mesmo que Ricardo quisesse arrancar o seu couro por algumas coisas. — Só vou aceitar porque te entendo bem. — respondeu, pegando o dinheiro e guardando-o em uma gaveta. — Obrigado, Dom. — disse Dimitri antes de se virar e sair. Yuri sorriu ao vê-lo sair. Ele queria que o seu amigo terminasse bem. Dimitri tinha se privado de muitas coisas ao longo dos anos, e Yuri desejava que ele fosse feliz. Já sabia o que daria de presente de casamento ao amigo; é claro que não seria nada perto do que ele já tinha feito ao longo dos anos. Dimitri foi para o quarto animado. Ainda morava na casa de Yuri; sempre fora assim. Mas agora precisava arranjar um novo lugar para morar. Jamais permitiria que a sua mulher morasse e usasse as coisas que o falecido marido dela havia dado. Ela teria tudo novo, da forma que quisesse. Dinheiro não era problema para Dimitri. Ele tinha bons investimentos e algumas empresas que lhe rendiam lucro. É claro que não era tão rico quanto o seu Dom, mas tinha o suficiente para garantir uma vida confortável para sua família. Era isso que queria: que a sua mulher e enteada tivessem tudo de que precisassem ao seu lado. Dimitri tomou banho e se deitou pensando em Flora. Para ele, ela era a mulher mais linda que já tinha visto: s***s fartos, um corpo curvilíneo, coxas grossas. Flora era a imagem do paraíso que ele desejava conhecer intimamente no futuro. Ao acordar no dia seguinte, a primeira coisa que Dimitri sentiu foi seu p*u duro dentro das calças. Pensar em Flora estava influenciando outras partes do corpo. Ignorando a ereção, ele correu para o banheiro e tomou um longo banho. Parado em frente ao espelho, olhou para si com atenção. Os seus cabelos loiros tinham alguns fios brancos, a barba estava bem aparada, e os seus olhos azuis tinham um brilho que nunca havia notado antes. Dimitri observou as cicatrizes no rosto, perguntando-se se aquilo incomodaria Flora. Todas as marcas foram ganhas em batalhas lutando por sua família. Ignorando a sua imagem, vestiu-se rapidamente, colocando uma camisa azul, calças pretas e um pesado casaco. Com um sorriso, desceu para encontrar Yuri. — Pelo que vejo, alguém vai começar a se cuidar mais a partir de agora. — disse Yuri, com um sorriso de canto. — Eu sempre me cuidei. — respondeu Dimitri, dando de ombros e se sentando. — Estava pensando... — disse Yuri, mudando de assunto. — Pensei em um bom presente para você. — Não quero nada, Dom. Você já me paga muito bem. Não preciso de mais nada. — respondeu enquanto se servia de café. Dimitri trabalhava para Yuri não apenas por gostar, mas por lealdade à família. Não era alguém que se corrompia por dinheiro. — Sabe que não vou te ouvir, então apenas aceite. — disse Yuri sério. Dimitri sabia que, quando Yuri colocava algo na cabeça, não desistia. — Tudo bem. — disse, suspirando. — Ótimo. — disse Yuri, levantando-se, pegando uma chave na mesa ao lado e entregando-a. — A casa do outro lado da rua é sua. Os olhos de Dimitri se arregalaram ao ver as chaves. A casa em frente à do seu Dom custava uma pequena fortuna, e ele jamais imaginou ganhar algo tão valioso. E no fundo Dimitri sabia que aquilo não se tratava de dinheiro, era a forma de Yuri demonstrar que ele era da família, alguém valioso que estava ao seu lado. — Te conheço. Sei que jamais moraria na casa do falecido, e preciso de você por perto. Então essa casa é sua melhor opção. — disse Yuri, voltando a comer como se aquilo não fosse nada. Mas Dimitri lia nas entrelinhas, então fez a única coisa possível no momento: agradeceu.
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