Capítulo 33

1020 Words
Ricardo olhava as imagens na tela de forma satisfeita. Dava para ver que os dois homens estavam falando a verdade; não havia como eles estarem fingindo aquilo. — O que acha? — pergunta Yuri, observando as imagens. — Eles estão falando a verdade — diz Ricardo. — Mas ainda quero saber de tudo. — Precisamos. Se alguém comum como eles conseguiu encontrar os nossos galpões, podemos ter problemas em breve — diz Xavier. — Sim. Depois quero saber quem é essa pessoa com quem eles têm contato. Está na hora de cortá-los do serviço — diz Ricardo. Se tinha algo que Ricardo odiava, eram pessoas que se gabavam do que faziam. Isso sempre atraía muitos inimigos, algo que eles não queriam. Ricardo era cuidadoso com as suas mercadorias e com o transporte; os seus caminhões eram rastreados e não tinham logotipos, nada que chamasse atenção. Mas o fato de haver alguém que não controlava a língua era um problema para ele. — Pode deixar que cuidamos disso — diz Klaus. Ricardo apenas assente. Sabia o quanto ele era protetor com a sua família; Klaus jamais permitiria que alguém ameaçasse a sua família. — Por mim, tudo bem, Klaus — responde Ricardo. Os olhos de todos voltam-se novamente para a tela. Eles podiam ver que Nico estava fazendo um bom trabalho com os dois homens, e não havia nada que ele não tirasse deles. — E o caminhão? Como conseguiram entrar no caminhão? — Até onde eles sabiam, o caminhão tinha um sistema de reconhecimento de digitais, que não aceitaria o toque de outra pessoa. — Somos bons com tecnologia. Nas semanas que se passaram, pudemos observar e desenvolver algo que confundisse o sistema. Assim, ele aceitaria outra digital, pensando que era a correta — responde Camilo rapidamente. Max olha para Nico, vendo a surpresa nos seus olhos. Pela forma como o seu amigo encarava o homem, ele sabia que o próximo serviço de Alícia seria criar um sistema que não tivesse aquela falha. — O que mais ainda não nos contaram? — pergunta Max, encarando-os. — Nossa irmã estava estudando quando desapareceu. Ela só tem a nós. Os nossos pais morreram cedo, e ficamos responsáveis por ela. O nome dela é Luísa. Ela tem dezoito anos e já faz quase um mês que desapareceu. Quando a justiça não nos ajudou, sabíamos que vocês eram nossa única chance de descobrir o que houve com ela — diz Jhon. — Só queremos ela de volta. Queremos saber se ela está bem — diz Camilo, com lágrimas nos olhos. — Vamos verificar as suas identidades. Se houver ao menos uma informação errada, vão encontrar os corpos de vocês na beira da estrada — diz Nico, soltando Jhon e abrindo a cela. Eles caminham em silêncio até onde os outros estavam. Assim que entram, encontram os olhos sombrios de todos os encarando. — O que acham? — pergunta Nico. — Ele está falando a verdade — diz Ricardo. — Pensamos o mesmo — diz Max. — Vamos investigar as informações que eles nos deram antes de agirmos. O Klaus se ofereceu para ir atrás do homem que eles seguiram. Quero que você, Max, e o Charles vão com ele. — Pode deixar, chefe — diz Charles, já saindo com os outros. — Fale com a Alícia, Nico. Vamos precisar melhorar o nosso sistema. — Claro, chefe. — Xavier, preciso de você no laboratório. Vamos fazer um levantamento completo da vida deles. Apenas depois disso poderemos fazer algo. — Farei isso, chefe — diz Xavier. — O que acham de uma bebida, meninos? — pergunta Aurélio, animado. — Da última vez que fomos beber com você, chegamos todos rasgados em casa, Aurélio — diz Yuri. — Mas naquela vez nós tínhamos uma rixa com os japas, e aquele fodido do Lucas não admitia que a irmã dele era uma p*ta dos infernos — responde ele, fazendo os outros rirem. — Fala sério, você é uma criança por acaso, para arranjar brigas em bar? — pergunta Hideo. — Fica fora disso, j**a. Ainda me lembro dos tempos de glória em que cabeças de j*******s eram enviadas pelos correios. — Aurélio tinha um sorriso de canto nos lábios, mas o olhar de Hideo era sombrio sobre ele. — Você... — Aqui não é lugar para isso — diz Ricardo, colocando a mão no peito de Hideo, parando-o. — Mas você pode levar ele para o tatame, se quiser. Na Fênix, qualquer divergência era resolvida no tatame. Lá, não importava se você era um Dom da máfia ou um soldado: se tinham algum problema, resolveriam no soco. E, pela forma como Hideo encarava Aurélio, Ricardo sabia que o j**a tinha gostado da ideia. Ele queria se vingar de Aurélio pela última confusão que ele havia aprontado. — Eu e você no tatame, Aurélio — desafia Hideo, olhando-o com um sorriso no rosto. — Fala sério, Ricardo. Se eu chegar machucado, a Oksana me mata — diz ele, frustrado. — Isso é o que você ganha por se meter nos assuntos dos outros — diz Ricardo, dando de ombros. — Está se vingando de mim? — pergunta, chocado. — Apenas acertando contas. E você sabe que não se recusa um desafio na Fênix, a menos que queira admitir a derrota. — Ricardo tinha um sorriso no rosto ao dizer aquilo. Sabia que Aurélio era orgulhoso e não daria o braço a torcer. — Nunca! — diz, com olhos sombrios. — Ótimo. Assim que voltarmos, vamos organizar a luta — diz Ricardo. — Dessa vez, cunhadinho, eu organizo as apostas — diz Yuri, rindo. Ele adorava aquilo. — Aposto um milhão no j**a. — Que traidor! Eu sou sua família! — diz Aurélio, revoltado. — Exatamente. Já que a Oksana vai ficar brava se eu quebrar o seu nariz, vou deixar isso para nosso amigo aqui — diz, dando um tapinha nas costas de Hideo. — Não pense que me esqueci da nossa luta, Ricardo — diz Vito, com a sobrancelha arqueada. — Viu? É por isso que você vai lutar com Hideo — diz Ricardo, fazendo os outros rirem.
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