Capítulo 62

995 Words
Após deixar o escritório, Yuri seguiu para um dos seus galpões. Havia algumas coisas que precisava verificar e, já que estava por ali, resolveu fazê-las de imediato. Os negócios da máfia russa eram extensos e, sem Dimitri para ajudar, Yuri sabia que teria um longo dia de trabalho pela frente. As reuniões se sucederam ao longo da manhã com alguns fornecedores e aliados. Yuri tentou manter o foco das conversas nos seus negócios, evitando outros assuntos. Bastou apenas uma ameaça de morte para que todos entendessem que o Don da máfia russa não toleraria ninguém falando sobre a sua vida pessoal. Na hora do almoço, Yuri já estava farto de tudo aquilo, desejando abandonar tudo e ir ao encontro de Sofia na universidade. No entanto, ainda havia mais pessoas para ver e mercadorias para examinar. Ele sorriu ao se lembrar de Oksana dizendo que ele ficava com o trabalho chato e ela com a diversão. Pelo visto, a sua irmã estava totalmente certa sobre aquilo. Pensando em Oksana, ele pegou o telefone e resolveu ligar para ela. Ainda não tinha contado sobre o casamento de Dimitri e sabia que ela ficaria brava se perdesse. Oksana fazia mais falta a Yuri do que ele estava disposto reconhecer, e o fato de sempre dividirem os seus problemas estarem junto penas fazia com que a sua saudades fosse maior agora que ela não estava por perto. — Sentiu saudades, maninho? — disse ela, rindo ao atender. — Sabe que sim. Dividimos uma barriga, Oksana, você é minha cara-metade — respondeu ele, de forma terna. — Quem é você e o que fez com o meu irmão? — brincou ela. — Largue de ser chata, Oksana — retrucou Yuri, revirando os olhos. — Agora sim, parece mais você — respondeu ela, rindo. — Também sinto a sua falta, irmão. — Estou ligando para avisar que o Dimitri se casa amanhã. — O quê?! — gritou ela, fazendo Yuri afastar o telefone do ouvido. — Como você só me conta isso agora, Yuri?! — Estava distraído e acabei esquecendo — disse ele, passando a mão pelos cabelos. — Distraído é pouco! — Enfim, se você quiser vir, será amanhã à tarde — disse ele. — É claro que vou! Jamais perderia o casamento do Dimitri! — respondeu ela, animada. — Ficarei feliz em tê-la por perto. Também estou com saudades dos meus sobrinhos. — Que fofo! — disse ela, em tom zombeteiro, fazendo Yuri revirar os olhos. — Sabia que seria um tio babão. — Menos, Oksana — respondeu ele, massageando as têmporas. As conversas com a sua irmã sempre tinham o poder de lhe causar dor de cabeça. — Seu chato. Te vejo amanhã, então — disse ela, desligando. Yuri olhou para o telefone com um sorriso no rosto. Aquilo sempre funcionava com ela. Já era tarde quando Yuri visitou o último galpão. Os negócios iam bem, e as pessoas que ele havia escolhido para administrar os locais estavam fazendo um ótimo trabalho, o que reduzia os seus problemas. Bonnie também estava se mostrando uma pessoa muito capaz. Era ela quem estava responsável por aquela cidade, e Yuri tinha que admitir que Oksana fizera uma excelente escolha ao dar aquele cargo a ela. Yuri estava a caminho da universidade para buscar Sofia quando o seu telefone tocou. Ele atendeu rapidamente ao ver o nome de Felipe piscando na tela. — O que houve? — perguntou de forma ríspida, com o coração acelerado. Nunca era boa coisa quando eles ligavam. — A senhorita Sofia desapareceu, Don — disse Felipe. No mesmo instante, Yuri pisou no freio, parando o carro no acostamento com o som estridente dos pneus. — Acho que não ouvi direito, Felipe. Você disse que Sofia sumiu? — perguntou, com a voz gelada. — Sim, Don. Nolan precisou atender uma ligação e a deixou na sala de aula. Ele me avisou que ela estava com um dos alunos, mas, minutos depois, o aluno saiu e ela ficou. Quando ela não saiu, fui procurá-la e não a encontrei — explicou Felipe. Ele já imaginava a expressão do Don, assim como o castigo que ele e Nolan receberiam. — p***a, Felipe! Vou matar você e o Nolan, seus dois incompetentes! — esbravejou Yuri ao telefone. — Mas, Don… — Vocês só tinham um trabalho, Felipe! Um trabalho! — Yuri tremia enquanto segurava o telefone. O desespero apertava o seu peito. — Estou indo. E torça para que ela esteja bem. Caso contrário, você e Nolan pagarão por isso. Yuri desligou o telefone e arrancou com o carro o mais rápido que pôde. O seu coração doía com a possibilidade de Sofia ter se machucado ou, pior, algo mais grave ter acontecido. O carro cortava o trânsito da cidade com facilidade. Ele não pensava em mais nada. Na sua mente, apenas o rosto de Sofia no dia anterior surgia, radiante com a surpresa que ele havia preparado para ela. A sua pequena era boa demais para aquelas pessoas, e Yuri jamais se perdoaria se algo tivesse acontecido a ela. Ele parou em frente à universidade cantando pneu. Alguns seguranças já o aguardavam no estacionamento. Assim que avistou Felipe e Nolan, Yuri perdeu a cabeça e partiu para cima dos dois. — Vocês só tinham um trabalho, p***a! — gritou, segurando Felipe pelo terno, enquanto o seu punho se chocava contra o rosto dele várias vezes, antes de se virar para Nolan. Ele não revidou. Sabia que havia falhado na sua missão e aceitou o castigo que Yuri lhe impunha. — Procurem pelas câmeras de segurança. Ela deve estar em algum lugar! — ordenou Yuri, e os seus homens começaram a busca pela universidade. Equipes já estavam vasculhando o prédio, mas, até aquele momento, nada havia sido encontrado. — Encontramos, Don — disse um dos soldados, mostrando a tela do computador para ele. Assim que Yuri viu a imagem, o seu sangue ferveu imediatamente. — Eu vou matar esse filho da p**a!
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