Capítulo 40

1002 Words
Sofia encarava o homem à sua frente com óbvia admiração. Apesar da idade, ele era um homem de boa aparência e tinha um sorriso no rosto ao olhá-la. — Professor Nilton? — pergunta ela. — Sim, já me conhece? — pergunta ele, estendendo-lhe a mão. — Apenas de vista, mas sou uma grande fã do seu trabalho — responde ela. — Agora fiquei lisonjeado. Uma moça tão jovem e bonita que lê o meu trabalho — diz ele, rindo. — Os seus artigos me ajudaram muito. A forma como o senhor ensina é brilhante e descomplicada — diz ela. — Fico feliz que tenha gostado. Amo o que faço e, quando criei aqueles materiais, pensei no bem-estar dos meus alunos — diz ele, fazendo um gesto para que ela o acompanhasse até um sofá que havia no canto. — Qual o seu nome, senhorita? — Me desculpe se fui rude. O meu nome é Sofia — diz ela. — Um lindo nome, Sofia, e com um significado poderoso — diz ele de forma cordial. — Me avise se puder ajudar em algo. — Na verdade, gostaria de aproveitar o meu tempo vago esta semana para aprofundar os meus conhecimentos, isso é, se o senhor estiver disponível — diz ela com um pouco de receio. — Será um enorme prazer poder ajudá-la, Sofia. Esta semana não tenho muitos compromissos e estarei disponível — a resposta do professor traz um grande alívio a Sofia, que abre um sorriso genuíno no rosto. — Isso será ótimo. Estou trabalhando em algumas transcrições e a sua ajuda será muito benéfica para mim. A animação de Sofia faz com que Nilton a olhe com atenção. Ele podia ver como os olhos castanhos dela brilhavam ao falar. Era uma moça bonita e jovem e, para sua surpresa, admirava muito o trabalho dele. Mas, ao olhar mais atentamente, ele percebe o anel no seu dedo. — Que bom que posso ajudar — diz apenas. Quando Sofia chega em casa, o seu sorriso vai de orelha a orelha. A empolgação ainda brilhava nos seus olhos após tudo o que havia ensinado e aprendido. Agora que tinha concluído o curso, via a faculdade com outros olhos, e gostava disso. Um barulho a tira do devaneio, e, ao olhar para o celular, percebe que era Yuri ligando. — Olá — diz ela, de forma mais contida. — Não esperava ouvir isso — diz a voz rouca de Yuri do outro lado da linha. Um arrepio sobe pela coluna de Sofia ao ouvi-lo. — E o que desejava ouvir, senhor Yvanov? — pergunta ela, achando graça. — Que tal: “Oi, amor, estou com saudades”? — Sofia trava. A voz dele mudara completamente, passando de rouca para suave em poucos segundos. — Sofia? Está tudo bem? — Me desculpe, me distraí — diz ela, corando. Yuri sempre a desconcertava. — Não pensei que pudesse ficar tão entediada falando comigo — ao ouvir a mágoa na voz de Yuri, o peito de Sofia aperta um pouco. — Não quis dar a entender isso. Estava pensando no meu dia e acabei me distraindo — responde ela. — E como foi o seu dia, Sofia? — pergunta ele, com uma voz que fazia o coração dela derreter. Sofia conta a Yuri sobre o seu dia sem omitir detalhes. Ela não pretendia ser tão específica, mas, à medida que Yuri fazia perguntas, a conversa fluía, e ela estava gostando disso. Quando menciona o professor que iria ajudá-la com algumas tarefas, percebe que Yuri não gosta, mas continua contando tudo da mesma forma. — Você teve um dia agitado hoje. Quero que descanse bem, ouviu? — a preocupação de Yuri inunda Sofia de um sentimento novo, algo que aquecia o seu coração. — Eu sempre me cuido — responde. — Mesmo assim, amanhã vou pedir que o meu segurança fique de olho em você — e lá estava aquela possessividade que Sofia via nos homens ao seu redor. Sem se conter, um sorriso abre-se no seu rosto. — Você e Ricardo são impressionantes — diz ela. — Apenas cuidamos de você. Então se comporte e cuide-se. — Vou me cuidar. — Boa noite, Sofia. Tenha bons sonhos — diz ele, com uma voz suave. — Obrigada, Yuri — responde ela, desligando o celular. — Ao que parece, o seu noivo é bem atencioso — diz Nora, surgindo da cozinha com uma xícara de chá nas mãos. Ela entrega a xícara a Sofia e pega o seu casaco para pendurar. — Sim, ele é — diz ela, rindo um pouco. — Isso é bom, senhorita. Desejo que seja feliz nesse casamento — Nora sabia bem como as coisas funcionavam na máfia, e ver que Sofia estava com alguém que realmente gostava dela a deixava feliz. Nora via Sofia como uma filha e desejava apenas a sua felicidade. — Eu também, Nora — diz Sofia, suspirando. — Não quero viver uma mentira. E, por mais que me assuste me ligar a ele, desejo que dê certo. — Vai dar. Você é uma menina maravilhosa. Ele terá muita sorte em tê-la ao seu lado — diz a senhora, acalmando-a. — Venha jantar antes de dormir. — Vou tomar um banho primeiro e depois desço — responde ela, terminando o chá e devolvendo a xícara a Nora. Sofia sobe as escadas e toma um banho rápido. Veste um conjunto de moletom confortável e desce para jantar. Ainda tinha trabalho a fazer, e quanto mais rápido jantasse, mais tempo teria para seus afazeres. Após o jantar, dispensa Nora e corre para o escritório. Pega os documentos que haviam lhe enviado e começa a transcrevê-los. As horas passam lentamente, e, sem perceber, a madrugada chega de forma silenciosa. Sofia leva um susto ao ver as horas e rapidamente desliga o computador, subindo para o quarto. Ela dorme animada para o próximo dia como professora substituta. Em um caderno, anotou algumas dúvidas que pretendia esclarecer com o professor Nilton. Com esses pensamentos, adormeceu tranquila.
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