Com as informações em mãos, Klaus e os outros vão atrás do homem que tinha sido burro o bastante para deixar informações importantes vazarem. Eles o encontraram em um bar da organização. É claro que todos podiam ouvir a conversa dele. Os olhos de Klaus se escurecem ao ouvir ele citar os trabalhos que fazia para a Fênix.
No momento em que eles entram, todos olham na direção deles. Algumas pessoas os conheciam, outras não. Já Max... Não havia uma viva alma que não conhecia o "cão da Fênix".
— Ao que parece, chegamos na hora certa — diz Max, indo até o cara, segurando o seu cabelo e batendo a sua cabeça contra a mesa. O bar fica em silêncio, até mesmo a música que tocava para.
— Sabe, eu queria muito evitar esse tipo de coisa, mas tem pessoas que não colaboram — diz Charles, retirando uma faca da cintura. Enquanto Klaus esticava a mão do homem sobre a mesa, com um único golpe ele crava a faca na mão do homem, que grita de dor.
Ninguém intervém. Eles não eram loucos de enfrentar a Fênix. Aquela briga estava perdida antes mesmo de começar.
— Sabe quem somos, seu i*****l? — pergunta Max, segurando o rosto do homem e o obrigando a olhar para ele.
— O cão... Você é o cão da Fênix — responde cuspindo um pouco de sangue.
— Que bom que sabe quem eu sou — diz Max, segurando o cabelo dele e puxando a sua cabeça para trás. — Sabe por que estamos aqui?
— N... Não... — responde com dificuldade.
— Você anda falando demais, meu amigo, e na Fênix cuidamos muito bem de quem tem a língua grande — diz Max, lançando um olhar sugestivo para Klaus.
Klaus se aproxima do homem, puxando a sua faca da cintura. Os olhos do homem se arregalam quando ele observa Klaus, travados na faca que ele segurava na mão.
— Não! Por favor! — pede em desespero.
— Lamento, mas você teve sua chance — responde Klaus. Era o tempo em que Klaus se preocupava com o que fazia para Ricardo, agora depois de anos ele entendia bem cada pequena ação que o seu chefe os mandava executar. Aquilo nunca o tinha incomodado, pois proteger a sua família era sua prioridade, e ele faria de tudo por eles.
— Abra a boca ou corto a sua garganta — diz Charles, puxando a faca que segurava a mão do homem e a colocando na sua garganta.
— Eu não vou falar nada, eu juro!
— Sabemos que não vai — diz Max, sorrindo.
Charles pressiona a faca na garganta do homem e, sem escolha, ele abre a boca. Klaus não perde tempo. Ele puxa a língua do homem e a corta fora. O homem grita em desespero, caindo no chão quando Max o solta.
— Escutem bem o que vamos dizer — a voz de Max ecoa alto no bar. — Estamos fazendo uma limpeza de pessoas com a língua grande. A Fênix não trabalha com idiotas que não sabem manter informações. E qualquer um que descobrirmos que está falando demais não vai perder a língua, vai perder a vida.
Ninguém ousa dizer uma única palavra. O único som que se ouvia era dos gritos do homem no chão.
— Espero não ter que voltar aqui — diz Max. Charles caminha até o homem e segura a sua cabeça, forçando-o a olhar para ele.
— Hoje foi só a língua. Se descobrirmos que você está passando informações, você vai conhecer o nosso porão — diz, soltando-o.
— Espero que todos tenham entendido bem o que dissemos — completa Klaus, enquanto pega algumas notas na carteira e as joga sobre a mesa. — Uma bebida por nossa conta pelo transtorno.
Da mesma forma que entraram, eles saem, sem fazer alarde. Todos estavam ansiosos pela luta entre Aurélio e Hideo, e não perderiam aquilo por nada. Então, eles aceleram indo para o complexo. Todos já estavam no barracão de treinamento organizando as coisas para a luta.
— Já sabem das regras, nada de trapaça — adverte Vito.
— Sabemos, Vito — responde Aurélio, revirando os olhos. — Espero que esteja preparado para me pagar todas as provocações que tem me feito, j**a.
Hideo apenas ri do comentário de Aurélio. Ele adorava provocá-lo abraçando Oksana, e depois que os trigêmeos tinham nascido, ele havia aprendido a apreciar os pequenos.
— Se eu ganhar, você não vai poder fazer nada quando eu abraçar Oksana — diz ele, com um sorriso convencido no rosto. Aurélio olha para Hideo e bufa. Ele podia nunca ter visto Hideo lutar, mas sabia que ele não daria moleza.
— Não vai poder fazer isso com os braços quebrados — retruca Aurélio com o maxilar trincado. Oksana era assunto sério, e o ciúme que Aurélio tinha por sua loira ia além do que os outros consideravam tolerável.
Sentados nos bancos à frente estavam os outros. A aposta tinha sido alta, e todos estavam bem divididos sobre quem apostar. Dinheiro não era um problema para eles. Todos ali tinham conseguido acumular uma pequena fortuna ao longo dos anos e se divertiam com as apostas, por mais malucas que fossem.
— Nada de jogo sujo. Vocês têm uma hora para finalizar a luta, a menos que alguém desista — diz Vito.
— É sua chance, j**a. Pode cair fora agora — provoca Aurélio com um largo sorriso no rosto. Ele podia ver os olhos de Hideo escurecerem com suas palavras.
— Não sou covarde. Se espera que eu desista, está muito enganado — diz ele, sério. Ambos trocaram de roupas, usando apenas calções folgados. Hideo observava a tatuagem de Fênix no peito de Aurélio, um símbolo da sua fidelidade à organização de Ricardo.
Quando Hideo se aproximou da Fênix, foi mais por um pedido de Ricardo. Ele não queria desrespeitar negando. Conforme os meses passaram, sua curiosidade aumentou. Hideo tinha uma ânsia de entender por que eram tão atraídos por aquele lugar, por aquelas pessoas. Agora, ele sabia.
A Fênix não era apenas uma organização, eles eram uma família. A união que tinham os atraía como insetos para a luz. Tudo aquilo que Hideo pensou jamais ter, ele tinha ali com aquelas pessoas. E por mais que tentasse se afastar, ele não conseguia. Os seus novos amigos sempre estavam lá para lembrá-lo de voltar para casa.
Hideo sorri ao se lembrar que, uma vez, Ricardo lhe disse que estava lhe dando a oportunidade de fazer amigos, e não aliados. Mas, no processo, ele ganhou bem mais que isso: Hideo tinha ganhado uma família.