Capítulo 29

1122 Words
Yuri acompanhou Ricardo até uma sala do hotel. Os outros já o esperavam lá dentro, e, pelas expressões deles, sabia que não era coisa boa. Pelo que parecia, o seu noivado terminaria com sangue sendo derramado. — O que houve, Ricardo? — perguntou Yuri, percebendo a inquietação dele. — Tivemos problemas com um carregamento que estava vindo para o nosso depósito, mas, graças ao sistema de rastreamento de Alicia, sabemos para onde eles estão indo — disse ele, com um sorriso no rosto. — Entendo. Então vamos — disse Yuri. — Temos que ser rápidos para voltarmos a tempo — comentou Ricardo. — Não acha que vai chamar muita atenção se sairmos todos juntos? — perguntou Xavier. — Não me importo. As mulheres vão ficar, e sei que elas, junto com Nerone, podem cuidar de tudo enquanto estivermos fora. — Ele vai odiar ser deixado para trás — disse Aurélio, rindo. — Ele não tem escolha. Quando está no meu território, faz o que eu mando — respondeu Ricardo. — Vamos, a van já está nos esperando. Rapidamente, Ricardo avisou os outros, deixando-os de sobreaviso. Dando a desculpa de que teriam uma reunião de negócios, Ricardo e os demais saíram por uma saída especial. Na van, os soldados lhes entregaram outras roupas e coletes. — Está na escuta, Amália? — perguntou Ricardo, ajustando o ponto no ouvido. — Oi, chefe, estou sim — respondeu ela. — Alicia já te informou a situação, então preciso que me mande as coordenadas e me informe o que está acontecendo — disse ele. — Mandei as coordenadas para o seu dispositivo, chefe. No momento, os alvos estão se deslocando até a saída da cidade. Alguns dos nossos vão atrasá-los até que você os alcance — informou Amália. Ricardo sorriu ao verificar as informações no dispositivo. — Certo, Amália. Qualquer alteração, me avise. — Pode deixar, chefe. Nada passará por mim hoje — respondeu ela. Aquela seria a primeira missão de Amália como apoio, e Ricardo podia ouvir a empolgação na voz da menina. — Sabe quantos são, Ricardo? — perguntou Klaus. — Pela imagem do infravermelho, são poucas pessoas, o que está me deixando em dúvida. — Tem algo errado — disse Nico, com olhos sombrios. — Também acho — respondeu Ricardo. Mais alguns minutos e chegaram ao destino. Assim que as vans pararam, e eles desceram, encontraram o caminhão de Ricardo parado. O seu pessoal havia conseguido cercar o inimigo. Ele se aproximou com cuidado do veículo. — Pelas minhas leituras, há apenas duas pessoas no caminhão, chefe — informou Amália pelo ponto. — Saiam! Não estou com paciência para brincadeiras hoje! — ordenou Ricardo. — Não atirem! Vamos sair! — gritou alguém de dentro do caminhão. Ricardo observou atentamente enquanto a porta do caminhão se abria. Dois homens desceram com as mãos para cima, os rostos cobertos por toucas ninja. — Escolheram um péssimo dia para me irritar — disse Ricardo, observando-os de longe. Os soldados de Ricardo se aproximaram e revistaram os dois homens, removendo as toucas que usavam. — Não é o que está pensando — disse o mais jovem, com os olhos fixos em Ricardo. — Já que lê mentes, me diga o que estou pensando, então — respondeu Ricardo, sem nenhuma emoção na voz. Os dois homens se entreolharam antes de voltar a encará-lo. — Não estamos te roubando. Precisávamos falar com você, e esse foi o jeito mais rápido de chamar a sua atenção — disse o jovem. — Escolheram uma péssima forma de fazer isso. — comentou Charles, observando os dois. — O que vocês querem? Estão atrapalhando a minha noite, e o que eu não tenho é tempo a perder — disse Ricardo. — Precisamos da sua ajuda com algo — respondeu o mais jovem. — E deve saber que não faço nada de graça — afirmou Ricardo. — Sabemos disso, mas podemos nos ajudar. Sou bom em tecnologia — disse o homem mais novo. — Já tenho pessoas para isso. E, se quisesse vocês mortos, teria travado o caminhão na rodovia com vocês dentro — respondeu Ricardo, vendo com prazer os olhos dos dois se arregalarem. — Olha, sei que erramos, mas ninguém mais podia nos ajudar. A polícia não vai trabalhar no nosso caso — disse o mais velho, dando um passo à frente. — Seja mais específico. E rápido — ordenou Ricardo, de forma ríspida. — Tudo bem — respondeu o homem, animado agora que Ricardo estava disposto a ouvir. — Nossa irmã desapareceu. Sabemos que ela estava envolvida com alguém, mas não conseguimos encontrar essa pessoa. Temos motivos para acreditar que ela foi vítima de um maníaco. Tudo o que queremos é que esse homem pague pelo que fez a ela. A polícia não está nos ajudando. Disseram que ela era maior de idade e não podiam fazer nada. Então pensamos que talvez vocês consigam encontrá-la. — Não sei quem vocês acham que somos, mas não trabalhamos com isso. A menos que paguem pelo serviço. Não sei quem falou de nós para vocês, mas estão falando com as pessoas erradas — disse Ricardo, virando as costas. — Vocês são a Fênix. Sei bem quem vocês são. Trabalham com tráfico de informação, e é isso que preciso: informação! — disse o homem, desesperado. Ricardo encarou o homem com olhos sombrios. Aquela conversa estava sendo desgastante para ele. Quando ia embora, sentiu uma mão no seu ombro. Xavier o encarava de forma inexpressiva. Ricardo praguejou; sabia que não negaria um pedido de Xavier. Pela forma como falavam, percebeu que Xavier devia estar pensando na sua irmã falecida. — Tudo bem, Xavier. Mas eles são responsabilidade sua — disse Ricardo, olhando sério para ele. — Obrigado, chefe — respondeu Xavier, afastando-se. — Vocês estão com sorte. Vamos ouvi-los, mas já alerto: se descobrir que isso é uma armadilha, vão se arrepender de cruzar o nosso caminho — avisou Ricardo. — Obrigado, senhor. Não estamos mentindo, eu garanto — disse o mais novo, com um sorriso no rosto. Aquilo não convencia Ricardo; ele estava acostumado a ver rostos bonitos que escondiam pessoas sombrias. — Vocês vêm com a gente. Vamos deixá-los em um local seguro até investigarmos isso direito. — Claro, é só dizer onde que os acompanhamos — disse o mais velho. Ricardo sorriu ao ouvir aquilo. Pelo visto, eles não entenderam o que ele queria dizer. — Apague-os, Xavier. Já que quer ajudá-los, cuide disso — ordenou Ricardo. — Espere! Apagar? Como assim? — perguntou o mais novo. Xavier se aproximou do rapaz e desferiu um soco no rosto dele, desmaiando-o. O outro olhou com pavor, mas, antes que fizesse algo, Xavier o estrangulou, apagando-o também. — Isso vai ser interessante — disse Nico, sorrindo.
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